Estico todo o meu corpo e escuto minhas costelas estalarem. Logo amarro meus cabelos em um coque alto e ponho mais um dos meus incontáveis biquínis que trouxe. Calço meus chinelos e não me preocupo em colocar uma roupa, já que eu sou literalmente a única pessoa acordada da casa.
Deve ser umas cinco e meia da manhã. Está amanhecendo e o céu possuí uma coloração rosada. Ontem à noite, todos foram pra um barzinho do centro e eu também fui, porém, optei por não beber nada. Resultado? Minha madrugada inteira foi resumida em cuidar de gente bêbada e colocar a maioria pra dormir. Uma dessas pessoas era a minha irmã. Nesse momento ela devia estar completamente apagada em sua cama. Depois disso, não consegui pregar os olhos. Cansei de lutar para conseguir pelo menos cochilar e optei em ir até a praia ver o nascer do sol. É um dos programas que eu tinha anotado para fazer quando chegasse aqui.
Desço as escadas e seguro a risada ao ver Gilinsky e Johnson apagados na sala. Um no chão e o outro hibernando no sofá. Céus, esse pessoal vive mesmo a vida até o último segundo. Ou devo dizer o álcool?
Sem fazer barulho, vou até a cozinha e pego uma maçã da fruteira, na qual dou uma mordida e logo volto à caminhar pra fora da casa. Atravesso a rua e imediatamente até à areia, vidro meus olhos no céu. Não me impeço de sorrir como criança. Realmente, há coisas sem explicação. Deus é bom o tempo todo.
Termino de devorar minha fruta e jogo a mesma numa lata de lixo pública que avisto. Logo, tiro meus chinelos e fecho os olhos ao sentir a areia entrando em contato com meus pés. Imediatamente eu abro os braços e gargalho quando o vento bagunça meus cabelos. Eu devo ter mesmo uma alma avoada. Me sinto no paraíso. Estou feliz, feliz demais.
Toco todo o meu corpo e bufo em frustração ao lembrar que deixei o celular no quarto. Óbvio que prefiro aproveitar o momento, mas também queria registrar. Não é sempre que estou tão à vontade em um lugar tão bonito. Se possível, faria até mesmo um cartão postal.
— Quer que eu tire uma foto sua? — Uma voz familiar me faz pular devido ao susto. Escutando sua risadinha, eu reviro os olhos.
— Não devia estar dormindo? — Cruzo meus braços. — Você foi pro bar ontem.
— Você também foi. — Nate dá alguns passos à frente e logo percebo o objeto em suas mãos quando ele finca o mesmo na areia.
— É diferente. Eu não bebi. — Ele ri.
— Eu sei que você gosta de bancar a heroína.
Reviro meus olhos e volto à encarar o céu e o mar. Mesmo sem fita-lo, sei que ele está se aquecendo e provavelmente dentro de minutos estaria em cima daquele prancha no mar. Franzo a testa. É até estranho, pois a praia está literalmente vazia. Não sabia que ele gostava de surfar só.
— Pensei que surfava apenas com os meninos. — Deixo escapar. Ainda se aquecendo, ele me olha.
— Eu surfo — Volta à encarar o oceano. — Mas todo mundo precisa de um tempo sozinho, certo?
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𝐁𝐈𝐑𝐓𝐇𝐃𝐀𝐘 𝐒𝐄𝐗, 𝗺𝗮𝗹𝗼𝗹𝗲𝘆. • hiatus!
Hayran Kurgu❝Feliz aniversário, Bella. ❞ na qual Bella recebe do seu melhor amigo uma transa de aniversário. cover por @venusunrise @shawntoxic, 2020. ⚠️: NÃO aceito adaptações.