Eu poderia ter acordado como em qualquer dia normal, com um despertador fritando todos os meus neurônios ou com a luz do sol esquentando levemente o meu rosto. Até mesmo sem nenhum dos dois, em uma manhã tranquila onde meu corpo resolveu se levantar em paz. Infelizmente, hoje não é esse dia. Quem me dera eu tivesse acordado com algumas dessas três alternativas.
Dou um pulo na cama devido ao susto quando escuto o som da porta abrindo bruscamente. Na minha cabeça inicio uma sessão de pedidos à Deus que não fosse nenhum assalto ou alguém tentando invadir a minha casa e me sequestrar. Mas minhas suspeitas são descartadas e eu fecho os olhos soltando um suspiro de alívio misturado com um pouco de raiva quando vejo que quem adentra meu quarto é a figura com luzes no cabelo um pouco mais baixa que eu.
Hannah tem um bolo de chocolate em suas mãos e uma vela cor de rosa acesa no meio dele. Ela balança levemente a bandeja que carrega o doce ao movimentar o corpo numa dança ridícula pela música que cantarolava.
— Parabéns pra você, nesta data querida... — Minha irmã mais nova se aproxima da minha cama, tomando cuidado para não deixar o bolo cair e não deixa de sorrir enquanto canta.
A cena me faz rir e nego com a cabeça. Ela nunca perde essa mania.
— Você me acorda de manhã cantando isso no meu aniversário desde que tinha quatro anos. — A observo deixar o bolo em cima do criado-mudo e se sentar na minha frente com pernas de índio.
— São costumes. — Ela dá de ombros e não hesita antes de pular em cima de mim para me abraçar forte. Gargalho quando Hannah distribui beijos por todo o meu rosto. — Eu estava com tanta saudade!
Ao perceber que estava quase me deixando sem ar por me apertar com força, ela se afasta um pouco e fixa os olhos sobre mim ainda carregando um sorriso feliz no rosto.
— Eu também estava. — Ajeito meus fios de cabelo que ela havia bagunçado.
— Aquela casa ficou tão vazia sem você. — Hannah cruza os braços e forma um leve bico. Eu suspiro.
— Agora eu tenho vinte e um anos, Hannah — Ela abaixa um pouco a cabeça. — Sabe que nunca tive uma relação das melhores com o pai e a mãe.
— Aquele é o jeito deles, mas eles te amam demais. Todo dia quando eu passo pelo corredor, eu passo pela porta do seu antigo quarto e vejo a mamãe sentada na sua cama com um retrato seu nas mãos.— Diz tentando me convencer de algo e eu dou uma risada fraca.
— Certo, não vamos falar disso. — Me levanto da cama. — Lembrou que eu existo, huh?
— Pra falar a verdade, só lembrei que você existe por causa do convite da festa. — Pegando o bolo de cima do criado-mudo, eu a fuzilo com os olhos. Ela ri. — Brincadeira.
— Convite da festa? — Franzo a testa ao tentar me recordar de algum evento que eu tinha planejado.
— O Nate me enviou um convite virtual. — Ah, pois é, eu não planejei nada. — Tá todo mundo falando da sua festa, Bella.
— Meu Deus — Reviro os olhos e aponto com a cabeça pra fora do quarto, indicando para ela me seguir e foi o que a mesma fez. — Ele disse que não seria nada muito exagerado.
— E você acreditou? — Me pergunta com um tom sarcástico e eu faço uma careta. Eu não devia confiar mesmo no que sai da boca daquele homem. — Já que estamos falando dele, pelo fato de eu ir na sua festa hoje, podia falar de mim pra ele né?
Paro de cortar o bolo já em cima da mesa e a encaro com o nariz torcido.
— Número um — Aponto a ponta da faca para ela de longe. — Essa festa não é lugar de gente da sua idade. Portanto, ficará em casa. — Me sento. — Número dois, o Nathan tem idade pra ser seu pai.
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𝐁𝐈𝐑𝐓𝐇𝐃𝐀𝐘 𝐒𝐄𝐗, 𝗺𝗮𝗹𝗼𝗹𝗲𝘆. • hiatus!
Fanfiction❝Feliz aniversário, Bella. ❞ na qual Bella recebe do seu melhor amigo uma transa de aniversário. cover por @venusunrise @shawntoxic, 2020. ⚠️: NÃO aceito adaptações.