O susto foi de ambos quando eu a soltei. Rapidamente olhei para as minhas mãos — Como e por que eu senti isso?
— E-Eu não sei.... — Eu realmente não sabia. Nos últimos dias ficamos evitando-a, então não sabia se conseguiria toca-la novamente.
— Você ficou fazendo o que todos esses dias que não teve tempo de descobrir esses tipos de coisas? Você é incrível! — Eu consideraria um elogio se não fosse tão irônico.
Eu não posso culpa-la por estar chateada comigo... Com a gente. Mas ela entenderia quando e se soubesse a verdade.
— Olha, Julie, eu sei que erramos, ok? Mas você poderia pelo menos uma vez tentar se colocar no nosso lugar? É tudo tão novo para a gente quanto é pra você. As coisas não mudaram só pra você. Foi mal se nos últimos dias nós.... — Eu fui interrompido pelo sinal anunciando o início das aulas. Acabou que na minha tentativa de ajuda-lá, eu estava mesmo é atrapalhando.
— Tchau, Luke.
Ela se afastou correndo na direção em que nós viemos e por um momento me peguei pensando que ela não teria esse tipo de problema se não estivéssemos mortos, ou se não tivéssemos aparecido na vida dela, ou se até mesmo os choques do Caleb tivesse nos destruído.
Ela Já estava conformada com isso, ela faria o show sozinha e com o passar dos anos ela iria esquecer que nós existimos, e por mais que eu seja grato por ela ter nos salvado, me sinto impotente por não poder fazer mais que simplesmente compor com ela, ou tocar com ela, não que isso não seja suficiente, é bem mais que isso, eu nunca me senti tão bem compondo com alguém, mas ela mal pode conversar comigo em algum lugar, porque as pessoas acharia que ela está louca, ou falando sozinha, e agora sequer sabemos o que está acontecendo comigo, os meninos poderiam toca-la também? Tenho certeza que para o Alex seria uma surpresa ainda maior, e o Reggie iria adorar.
Eu precisava falar com eles, mas não deixaria a Julie sozinha. Ela disse que não queria minha ajuda, mas não disse que eu não poderia estar lá para apoia-la.
Realmente, a melhor parte de ser um fantasma é estar onde eu quero em questão de segundos, e aqui estou eu, apoiado na mesa da Julie esperando que ela entre na sala, e assim que a mesma aparece na porta, ela arregala os olhos na minha direção como quem diz "O que você ainda está fazendo aqui???" e sem que ela mesma perceba, já estava perto de mim.
Permaneci em silêncio, afinal, eu não poderia dizer nada sobre nada, eu sabia bem que ela ficaria extremamente nervosa e tudo que eu menos queria era isso.
— Apenas a caneta na mesa. A prova começa em cinco minutos. — A professora disse fazendo algumas anotações no quadro negro enquanto os alunos se preparavam, e acredito que a Julie esteja tentando lidar psicologicamente com isso.
A professora terminou as anotações e entregou as provas.
A Julie olhava a folha de questões como quem tenta desvendar um cubo mágico antes de tentar combinar as cores, eu me arriscaria a dizer que por pouco não aparece um enorme ponto de interrogação na testa dela, olhei em volta e a Flynn olhava com a mesma expressão, porem aparentando mais preocupação com a Julie do que com ela mesma, a pressão em cima dela estava cada vez maior, ela precisava ficar calma.
— Hey, calma.... — Eu disse me abaixando ao lado da Julie colocando minha mão em cima da dela e dessa vez o fato de poder senti-la não foi um espanto para nenhum dos dois, muito pelo contrário, eu recebi um sorriso lindo como resposta e foi o suficiente pra me fazer sorrir também. — *Whatever happens/Even when everything's down/I'ma stand tall — Eu cantarolei baixinho, sabia a importância de Stand Tall pra ela, ela estava compondo essa música com a mãe dela e nós dois terminamos. Foi a música que marcou a volta oficial dela para os palcos e mostrou pra ela mesma que ela é capaz de fazer qualquer coisa que ela quiser.
— Obrigada... — Ela sussurrou. Nem parecia que ela estava nervosa comigo minutos atrás. Fazer o que, nosso relacionamento é complicado.
Pude sentir quando ela apertou sutilmente a minha mão e fechou os olhos suspirando fundo, e eu daria qualquer coisa pra saber o que estava se passando na cabeça dela neste exato momento.
Será que ela está sentindo o mesmo que eu?
Ela abriu os olhos e parecia outra Julie, mais confinante, mais decidida, sem toda aquela dúvida e medo, essa era a minha Julie.
Eu não tinha notado ainda, mas a presença do Luke aqui neste momento estava me deixando mais calma, e talvez eu tenha sido dura demais com ele.
Eu estava tão chateada com o sumiço dele e dos meninos que não percebi que na verdade a minha tristeza não era só tristeza e sim preocupação e a necessidade de ter eles perto de mim, de ter ele por perto.
Era estanho pensar que eu posso sentir ele e muito mais estranho porque não sabemos o porque eu posso sentir ele. Será que eu posso sentir os meninos também? São tantas duvidas, mas o que importa é que ele não sumiu no momento que eu mais estou precisando; agora.
Não podia decepcionar os meninos pois eles estavam contando com isso também. Não podia decepcionar o meu pai, meu irmão e a Flynn porque eles acreditam em mim.
Eu sei a matéria, eu já estudei isso, não quero parecer aquelas garotas que começam a fazer sucesso e deixam as notas caírem.
Seria estranho dizer que eu sinto a presença da minha mãe também?
Foi nela que eu pensei, e no quão orgulhosa ela estaria.
Eu passei um ano terrível e superei, por que eu fiquei apavorada por causa de uma prova?
(....)
*Aconteça o que acontecer/Mesmo quando tudo está pra baixo/Eu ficarei firme*
Trilha sonora
Artista: Avenged sevenfold
Musica: So Far Away
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Julie And The Phantoms: This Band Is Back (EM HIATUS PARA ALGUMAS ALTERAÇÕES)
RomanceJulie está com sua banda no auge. Como já era previsto, o show no Orpheum foi o maior sucesso, fazendo com que o nome "Julie and the phantoms" fosse conhecido tanto dentro, quanto fora de Los Angeles, trazendo finalmente o sucesso que eles tanto alm...