Julie está com sua banda no auge. Como já era previsto, o show no Orpheum foi o maior sucesso, fazendo com que o nome "Julie and the phantoms" fosse conhecido tanto dentro, quanto fora de Los Angeles, trazendo finalmente o sucesso que eles tanto alm...
— É muito louco... E vocês morreram duas horas antes do show? — Ela perguntou encarando o céu.
— Estávamos tão próximos de conseguir tudo que sempre quisemos... — Sorri triste batendo os pés na madeira, em pensar que era para a Sunset Curve ter gravado aquele disco de platina e não só o Bobby.— Nós sempre tocavamos aqui pra conseguir uma grana.
— Aqui? No pier? — Ela olhou em volta.
— Sim, era muito legal ver as pessoas curtindo nosso som e se divertindo com a gente, isso fazia a gente se sentir vivos!
Ficamos em silêncio por alguns minutos, eu não tinha percebido quanto o tempo havia passado, mas já estava amanhecendo.
— Você sente falta de.... — Ela fez uma pausa engolindo em seco. — De sentir as coisas?
— Como assim? — Perguntei confuso.
— Nós não podemos sentir o calor do sol, e eu amava isso. — Ela apoiou o corpo no guardrails enquanto o sol nascia iluminando a cidade.
— Na verdade, fez uns dias que eu comecei a pensar que foi melhor assim! — Dei de ombros apoiando as mãos no chão.
— Por que? — Ela se virou.
— Não é a primeira vez que passo a noite sentado aqui! — Sorri fraco. — Meus pais, eles estava tipo em uma briga pra se separar, e eu não tinha mais vontade de ficar em casa. As vezes eu ia para a casa de um amigo, mas eles também não estavam muito bem com os pais, então eu ficava aqui até amanhecer, agora não faço ideia do que aconteceu com eles, mas garanto que foi melhor assim!
— E o que te faz pensar isso?
— Eu era mais um motivo pra eles brigarem. Acho que eles não se amavam o suficiente e eu fui "um erro" pra eles.
— Mas se você não sabe deles, o que te faz pensar que eles ficaram bem com a sua morte? Todos os pais amam os filhos.
— Não sei, e sinceramente, não sei se eu quero saber. — Dei de ombros levantando e estendi a mão para a mesma, que olhou para a minha mão e depois nos meus olhos. Apesar de hesitar por um momento, ela segurou minha mão e eu a puxei ajudando-a a levantar, fazendo com que seu corpo ficasse próximo ao meu. — A gente se vê por ai? — Perguntei sorrindo meio de lado. Aqueles lindos olhos azuis eram hipnotizantes.
— C-Claro...
Foi a última coisa que ela disse antes de literalmente desaparecer, e foi exatamente o que eu fiz também.
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Eu não dormia bem assim há dias, acho que finalmente estávamos nos trilhos novamente, não havia mais segredos entre nós e a Julie e isso era como tirar um peso dos meus ombros.
