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Liam POV

Noah havia acabado de sair correndo, totalmente afobado. Não consegui conter uma risada ao ver a situação. Planejava deixar claras minhas intenções com ele; talvez assim não precisasse explicar a razão por trás de todas as minhas atitudes.

Embora ele tenha demonstrado insegurança, vê-lo chorar me causou uma repentina tristeza. Em hipótese alguma, eu desejava tirar o lindo sorriso de seu rosto.

Gosto da sensação de conforto que ele me traz. Os simples gestos dele me fazem sentir um turbilhão de emoções, como se estivesse completamente rendido a ele.

Tudo isso me faz querer fugir, ao mesmo tempo em que almejo tê-lo ao meu lado, não importa de que maneira.

Está bem óbvio quais são minhas intenções, mas sempre existe uma pequena barreira que impede de irmos longe o suficiente. Noah tem suas limitações; deve haver um motivo por trás de sua resistência.

Mas preciso conter minha curiosidade. Não posso forçá-lo a contar. Desde que ele se sinta confortável em se abrir, farei de tudo para compreendê-lo.

— Pensando na vida, Liam? — escuto a voz de Théo atrás de mim, tirando-me dos devaneios. — Acabei de ver o Noah saindo daqui. O que você fez?

— Oi pra você também, Théo — digo, irônico. — Em minha defesa, eu não fiz absolutamente nada!

— Ah, claro, acredito muito em você — diz, sarcástico, e reviro os olhos. — Algum avanço nas suas intenções com ele?

— Mais ou menos, eu acho — digo, me acomodando melhor na cadeira.

— Tenha paciência com ele — Théo dá batidas de leve em meu ombro.

— Ele parece ter receio de relacionamentos, por isso não quero apressar as coisas. Tendo sua companhia, já está de bom grado — respondo, indiferente.

— Quem é você e o que fez com meu amigo Liam? — Théo exclama dramaticamente.

— Não é pra tanto. Só sinto que não devo ser diligente em relação a ele — dou de ombros, notando a surpresa no olhar de Théo.

— Tem certeza de que não está doente? — pergunta, colocando a mão em minha testa, e acaba recebendo um tapa na mesma. — Não precisa agredir, seu chato. Só achei estranho você dizer essas palavras; sempre foi neutro em relação a isso.

— Pois é, mas só quero vê-lo feliz e não simplesmente deixá-lo depois de uma noite — digo, recebendo sua aprovação.

— Isso é um avanço; pelo menos não o quer apenas para fode-lo. — Théo sorri pra mim, meio zombateiro, mas relevo.

— Não precisa jogar na cara, mas realmente não tenho a intenção de machucá-lo — me calo depois disso, sentindo uma satisfação no modo como minha fala soou amorosa.

— Acho que alguém está apaixonado! — Théo cantarola animado, mas não o repreendo.

No fundo, eu sei que isso não é uma simples paixão.

[…]

Depois de passar quase a metade da noite acordado, cochilei por uns míseros minutos de manhã antes de começar a trabalhar. Planejava ajudar Noah a arrumar suas coisas, mesmo a contragosto da situação.

Estaria mentindo se dissesse que sua presença nessa casa não fará falta. Talvez eu esteja sendo dramático demais, mas ele trabalhar aqui é diferente de realmente ficar. Acostumei por esses dias a acordar e vê-lo dormir profundamente, como se nada mais importasse.

Fui até seu quarto, encontrando algumas de suas roupas jogadas na cama, sua mala entreaberta e o barulho do chuveiro desligando.

Ele saiu do box apenas com uma toalha cobrindo seu quadril, os músculos não muito definidos expostos, e as gotículas de água acumuladas sobre seu corpo tornavam a visão deslumbrante.

Dangerous AtractionOnde histórias criam vida. Descubra agora