Capítulo 29

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Arthur narrando:

Levantei do sofá que machucou minhas costas á noite toda, e fui até o quarto do meu filho. Ele dormia calmamente, sua respiração leve e um pequeno ronronar.

Beijei o topo de sua cabeça, e me afastei de sua cama. Quando estava prestes a sair, senti mãos pequenas agarrarem as minhas.

Abel: Aonde você vai papai?.- o rosto do bebê estava amassado, e o o cabelo todo bagunçado. Ele está parecendo um bêbado de sono, pois acabou de acordar. Ele não percebe isso que diz, toda vez que ele diz a palavra "papai", meu coração parece dar uma cambalhota para fora do peito.

Arth: Eu tenho que trabalhar amigão.- fiz carinho no ruivo de seus cabelos. Abel fez um biquinho e ameaçou chorar.- não chore pequeno, eu volto mais tarde.

Abel: Promete?.- seus olhos brilhavam em expectativa. Sorri com sua animação, e fiz que sim com a cabeça.

Ele me soltou e eu pude caminhar até a porta, quando ia fechar a mesma, escutei sua voz me chamando outra vez.

Abel: titio arth... Você é meu papai não é?.- senti minha testa suar, assim como minhas mãos. Minha boca secou instintivamente.

Arth: O quê?.- minha voz saiu baixa e rouca.

Abel: Você é meu papai? Papais fazem a mesma coisa que você faz comigo, brinca, cuida, e gosta da minha mamãe...- meus olhos se encheram de água, ele acha que eu sou o pai dele. Isso é demais para mim.

O melhor, ou pior, dependendo da interpretação dos fatos... Ele acha que eu sou o pai dele, por causa de coisas assim... Ele nem sabe que sou seu pai biológico.

Arth: Você quer que eu seja o seu papai?.- perguntei em um fio de voz. Abel não poderia ver minhas lágrimas, o quarto está escuro demais. E eu agradeço muito por isso.

Abel: Sim sim sim. Eu quero!.- bateu palminhas e pulou na cama.- eu posso contar para todos os meus amiguinhos que eu tenho um papai?.- sua voz emanava felicidade e animação.

Arth: Sim, você pode.- consegui dizer com a voz mais firme. Abel correu e abraçou minhas pernas. Eu o peguei no colo, e ele afundou a cabeça em meu pescoço.- agora você tem que dormir.

Carreguei ele até a sua cama, o colocando com delicadeza em cima dela. Olhei as horas, cinco e meia.

Arth: O papai volta mais tarde. Cuide da mamãe por mim.

Abel: Pode deixar papai.- meu garoto se cobriu dos pés a cabeça, e fechou os olhinhos. Pronto para dormir.

Sai de seu quarto fechando a porta logo em seguida. E fui para o quarto de Charlotte, tenho que me despedir dela antes de sair.

Abri sua porta lentamente, vendo ela toda esparramada na cama, havia cabelo por todos os lados, uma verdadeira bagunça. Contive uma risada, por medo de acordar minha ruivinha.

Me aproximei lentamente do pé de sua cama, e ajoelhei perto da mesma. Ela é tão linda.

Acariciei seu rosto, e dei um leve selar em seus lábios. Muito rápido, para ela não perceber.

Procurei papel e caneta dentro do quarto bagunçado, e encontrei. Me sentei na mesinha, e escrevi um pequeno bilhete, que dizia o Porquê da minha ausência logo pela manhã. Deixei o bilhete no espelho do banheiro, lugar onde ela provavelmente irá conseguir achar.

Sai de seu quarto revigorado, peguei as chaves do meu carro, e deixei em cima da mesa. Vou deixar o carro com eles hoje, eles precisam mais do que eu.

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