Capitulo 23

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Charlotte:

Arthur tem andado muito estranho hoje. Parece que alguma coisa o aflige, ele está tão preocupado, ele fica tenso quando pergunto o motivo de sua estranheza.

Hoje é o dia que vamos pegar o exame. Não tenho para onde correr, Arthur verá que Abel é realmente filho dele.

Apesar dele já ter certeza disso, não sei qual será sua reação, quando souber a verdade.

Abel: Mamãe eu estou cheiroso?.- esticou o pescoço para eu lhe cheirar.

Lotte: Está sim meu amor. Posso saber por quê você está tão cheiroso?

Abel: Mamãe... Isso é coisa de homem, você não pode saber.- fez bico.

Lotte: Mas para a mamãe você pode contar...- incentivei.  Meu pequeno homem piscou os olhos, e falou baixinho.

Abel: Não posso mamãe... Me leve logo para a escola, estou atrasado.- falou ajeitando a gravatinha, que era do uniforme.

Franzi a testa, achando isso muito estranho. Me aprontei rapidamente e coloquei o cinto de segurança em Abel.

Dirigi calmamente, depois de deixar ele na escola, vou passar no consultório para pegar o exame, junto com Arthur.

Assim que cheguei na escola de Abel, avistei Arthur sentado em um banco, vestindo seu uniforme de policial e com uma flor girassol em mãos. Sua aparência era de extremo cansaço, mesmo com as olheiras profundas, ele não deixava de ser lindo.

Abel: Vamos logo mamãe...- exclamou sorrindo, e se soltando do cinto. Não entendo essa animação toda.- tio arthur.- falou abraçando as pernas dele.

Arthur: Eai carinha.- sorriu mostrando suas covinhas.- eu trouxe isso para você dar para a menina.- que menina?

Abel: Obrigado Arth, eu acho que ela vai gostar.- sussurrou.- tchau mamãe.- me abaixei para lhe dar um abraço, e ele balançou a cabeça.- mamãe, eu já sou um homenzinho. Você não pode ficar me abraçando em público assim.- bufou.

Filhos são assim. A gente se doa por inteira, para no fim, eles não quererem mais saber da gente. Sorri desapontada.

Lotte: Tudo bem.- disse contra gosto.- mais tarde eu venho lhe buscar.- ele nem esperou eu terminar de falar e já saiu em disparada para a entrada da escola.

Arthur: Se me permite dizer, você está linda hoje.- falou beijando minha mão. Arthur sempre me elogia e faz esse tipo de cavalheirismo. Eu até gosto, é bom ter alguém que enalteça a sua autoestima.

Lotte: Obrigada.- me forcei a dizer.

Arthur: Não vai dizer que eu estou lindo?.- perguntou se engraçando. Ri de sua cara.

Lotte: Você não está nada não Arthur.- falei gargalhando.

Arthur: Se esse é o máximo de elogio que posso tirar de você, eu já estou feliz.- sorriu mostrando os dentes. Resolvi ignorar sua frase.

Arthur caminhou até meu carro e se sentou no banco passageiro. Que folgado. Nem se deu o trabalho de perguntar se ele podia entrar.

Voltei para meu carro, coloquei o cinto e dei partida. Rumo ao consultório.

Para quebrar o silêncio resolvi perguntar o porquê daquela flor.

Lotte: Qual o lance da flor?

Arthur: Abel me ligou ontem á noite. Falando sobre a menina que ele pediria em namoro. E me pediu dicas, de como fazer isso.- falou como se isso fosse a coisa mais natural do mundo.

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