Charlotte Narrando:
Acordei com minha cabeça doendo, ou melhor latejando. Sinal da minha bebedeira de ontem.
Abel: Mamãe mamãe, vamos logo! Hoje tem piscinaaaa.- começou a pular agitado em cima da cama.
Forcei meus olhos por conta da claridade da luz. Como uma criança consegue ter tanta energia assim pela manhã?
Recapitulando meu estado caótico de ontem...
- Temos que contar para ele o mais rápido possível...- seus olhos ainda estavam molhados, por causa das lágrimas.
- as coisas não funcionam assim Arthur. Eu tenho que preparar ele primeiro..
- Você não está entendendo ruivinha.- odeio quando ele me chama assim.- eu já perdi tempo demais sem meu filho, você escondeu isso de mim por tanto tempo, não quero passar mais um segundo sequer longe dele.- o olhei indignada.
- se eu lhe contasse você o iria assumir Arthur? Você ia se casar, tenho certeza que não assumiria e ainda viria com o papo escroto de aborto.- fechei meus punhos no volante, me controlando para não perder o controle do carro.
- Que papo é esse Charlotte, eu ia relutar no início, mas depois cairia na realidade...
- exatamente Arthur. Como eu iria deixar a vida e felicidade do meu filho na incerteza? Eu pensei com a cabeça, como qualquer mãe faria.
Arthur se calou e se concentrou a olhar a paisagem da janela. O silêncio foi constrangedor, depois de deixá-lo na delegacia, fui para o meu respectivo trabalho.
Depois de uma tarde cansativa, fui buscar meu pequeno na escola. O ruivo não parava de falar sobre seus coleguinhas, e amiguinha nova que fez. Aposto que é essa que ele gosta, pois não parou de falar nela nenhum minuto.
Depois do banho e janta, deixei meu filho assistir televisão, uma horinha a mais não fará mal ao meu bebê.
Enquanto ele assistia TV, eu me concentrei em encher a cara de vinho, aqueles baratinhos que encontramos em supermercado.
Mas até que é forte. Na quinta taça já sentia minha vista embaçar, e meu filho dormia desajeitado no sofá.
Subi com ele para o quarto, e continuei a beber. Pensando no que fazer com a minha vida.
Verei Arthur mais frequentemente, e não sei se meu pobre coração está disposto a não se apaixonar de novo por ele.
Depois de muito vinho e pensamentos peguei no sono, acordando às oito horas da manhã, em pleno sábado, com meu filho pulando em minha cama.
Vamos para casa de Nicolas e Alice, faz um tempinho que Abel não vê o primo, e eu tenho que conversar com Alice, pedir conselhos.
Meus irmãos são o de menos. Todos os dias eles me ligam ou mandam mensagens, para encher a minha pouca paciência com eles.
Lotte: Já escovou os dentes?.- perguntei me sentando.
Abel: Já sim.- falou pulando em cima de mim.
Lotte: Acho que não em, tô sentindo seu bafinho de onça daqui.- falei rindo da cara de espanto dele.
Abel: Eu não tenho bafinho mamãe.- cruzou os braços e fez bico.
Lotte: Claro que não.
Me levantei finalmente daquela cama convidativa, e parti para o banheiro. Fiz minhas necessidades matinais e tomei uma ducha.

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Iludida.
ChickLit-Você não vai nem negar? - Negar o que? Que eu não te amo? Não posso negar uma coisa que é verdade. - Como você pode fazer isso comigo? -Você é gostosinha Charlotte. Só queria me divertir um pouco antes de entrar para a "vida de casado". - Então...