Capítulo 18

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 6 anos mais tarde...

Arth: Quais são as ordens de hoje?.- perguntei ao meu majorie. Ele ditava as regras por aqui.

Majorie: Patrulhamento das vias. Tenha um bom trabalho Arthur.- me limitei a balançar a cabeça. 

Ruiva desgraçada que não sai da minha cabeça. Chutei uma lata de lixo no corredor, mas logo a coloquei no lugar. Desde que aquela mulher me deixou eu perdi toda a minha luz, ela me largou naquela cama como se eu fosse nada. Me senti como um objeto, usado e jogado fora. 

Faz seis anos que eu não dou risada, bom... pelo menos não dou risadas felizes. Meu pai morreu naquele dia, fiquei envolvido com o assunto do velório e não tive tempo de ir atrás dela. Eu sei que isso não é uma desculpa, mas poxa. Meu pai tinha acabado de morrer, eu tive que estabilizar minha mãe. 

Se ela gostasse pelo menos um pouco de mim, ela teria ficado, certo? Sim. 

Mas eu não posso deixar de sentir.

Sentir saudades dela, e do seu cheiro, e de como ela me fazia feliz mesmo sem eu saber.

Durante anos fiquei sem noticias dela. Então perdi as esperanças. Ela não vai voltar, nunca. O meu objetivo agora é aceitar. Mas porra, eu sou um cara de trinta e dois anos, que não tem a felicidade na vida e se agarra a um pingo de esperança de que aquela diaba ruiva irá voltar.

Esse pingo de esperança que me deixa vivo. Mas, quando essa esperança sumir... não sei o que sou capaz de fazer com a minha própria vida.

Subi na minha moto colocando o capacete e sai para a rodovia 69. Vou ficar acampado lá e esperar algum engraçadinho passar em alta velocidade, para eu multar. 

As vezes temos coisas como essa para fazer, outras, é algo mais perigoso, como procurar bandidos e prender estupradores. 

Esses últimos eu faço questão de esquentar minha mão na cara deles. 

Quase duas horas depois, me passa um carro na cor verde, quase azul, na velocidade mais alta que o limite. Não sei que carro é esse, nem a marca nem nada. Não é porque sou homem que tenho que saber tudo sobre carros. Eu entendo o básico do básico. 

Não pude deixar de subir na moto e ir atrás do espertinho. Depois de buzinar muitas vezes o carro enfim parou. Desci da moto ajeitando meu cinto, andei calmamente até a janela do azulzinho.

O motorista abaixou o vidro e eu pude ver com clareza, que não era um motorista, e sim uma. Uma mulher no volante, o que me surpreende é que tem uma cadeirinha infantil atrás, ou seja, ela está viajando com uma criança, em alta velocidade. A mulher olhava para o outro lado, então não pude ver o seu rosto.

Olhei para meu bloco de notas, e comecei a falar.

Arth: Por acaso a senhorita viu que está acima da velocidade?.- murmurei de cara fechada, e com a voz mais profissional que consegui.

Lotte: Sinto muito senhor, tenho que chegar em casa logo.- se explicou olhando para mim. Quando encarei os olhos verdes, quase cai para trás. Só pode ser o destino, não tem outra explicação.

Arth: Char...Charllote ?.- consegui responder, gaguejando um pouco, é ela mesmo. Fiquei com uma imensa vontade de tocar seu rosto, e a abraçar, e a interrogar. Por que ela me deixou sozinho naquela cama? Custava dizer um tchau??

Lotte: Como sabe o meu nome?... Arthur? Que desprazer.- seu olhar foi de indiferença. Não contive minha euforia e disparei para cima dela.

Arth: Você está bem? Você sumiu.- abri meu melhor sorriso sedutor.

Lotte: Você vai me multar ou não? Tenho mais o que fazer.- falou usando novamente a indiferença.

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