Capítulo 12

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"Sinto muito senhorita Charlotte Angelis... Você  perdeu seu bebê, aconteceu um aborto espontâneo" 

Essa frase está martelando na minha cabeça há horas... Não acredito que perdi meu baby. Como eu posso sentir tanto por alguém que eu sequer conheci? Ele nem tinha nenhum órgão formado.  Mas eu sinto uma dor tremenda. 

Eu deveria me sentir feliz. Já que não serei mais uma mão tão jovem... Mas me sinto o oposto de feliz, é como se um buraco tivesse sido cavado em meu peito. 

É muito triste pensar que tinha algo em meu ventre se desenvolvendo e agora não tem mais nada.

"Aborto spontâneo é muito comum..."

Pode acontecer com qualquer um, de acordo com o médico.

Fazem duas horas que estou sentada nessa maca de hospital. Fritando meus miolos pensando nisso. Fui dispersa dos meus pensamentos com um furacão ruivo entrando e batendo a porta.

Dee: Já acordada? Ótimo. Vamos para casa, você já recebeu alta.- murmurou preocupado.

Lotte: Certo.

Me levantei com dificuldade e sai junto com Derek. Meu irmão estava nos esperando no estacionamento.

Nic: O quê aconteceu Charlotte? Está com uma cara de enterro.- e é realmente. Enterro do meu Bebê.

Lotte: Ahn? Não aconteceu nada demais...

Nic: Está bem. Vamos para casa.

Nicolas dirigiu em silêncio para casa. Eu fiquei perdida em meus pensamentos, pensando no bebê que não nasceu. É uma dor forte e aguda, não desejo isso nem para minha pior inimiga.

Quando chegamos na casa enorme, subi para meu quarto, essa casa ficaria ainda melhor com um pivete correndo por ela.

Estou ficando louca! Eu nem sabia que queria tanto um filho. Estou tão triste, parece que minha felicidade morreu junto com o meu bebê.

Devo contar para meus irmãos?

Não, não posso. Se eu contar seria mais gente com pena de mim. Ou eles ficariam felizes demais para isso, e dariam graças a Deus por ele ter morrido...

Não! Meus irmãos não fariam isso... Ou fariam? Eu sinceramente não sei o que pensar.

Derek: Oi mana. Que tal uma pizza? Vou pedir a portuguesa, como você gosta.

Dee entrou sorridente no meu quarto, bastardo, só pensa em comer. Me forcei a dar um sorriso, mesmo não querendo, tenho que seguir em frente.

Lotte: Claro, pede com muita maionese.- nessa casa somos amantes de maionese.

Dee: Pode deixar.

Ele saiu do meu quarto saltitando. E meu mundo ficou escuro e vazio novamente. Não tenho o que fazer, ele se foi, e um vário ficou no meu peito.

Tenho que tirar esse cheiro de hospital do corpo. Tranquei a porta do quarto e comecei a me despir, tomar um banho quente e relaxante é o que eu preciso.

(.......)

Nic estava no telefone e Dee começou a pôr a mesa. A pizza logo chegaria, pela expressão de Nicolas, ele está em um telefonema importante.

Lotte: Com quem ele está falando?.- perguntei curiosa. Dee não me olhou mas respondeu.

Dee: É o diretor do hospital. Parece que o maninho vai ganhar uma promoção.- respondeu sorridente.

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