Arthur Narrando:
Cada hora que se passa, eu fico mais nervoso. Quero tanto que meu filho saiba quem é o pai dele, no caso eu. Recebi um aumento consideravelmente bom, e já comecei a procurar outro imóvel. Uma casa maior com um quintal grande e talvez uma piscina.
Quando eu pedir Charlotte em casamento, ela vai amar o lugar que vou escolher para a gente morar. Eu sei que ela ainda nutre sentimentos ruins por mim, mas também sei que ela ainda gosta de mim... pelo menos um pouco.
Esse é um ótimo dia para ir á praia, o sol está de rachar. Vou ligar para minha ruivinha, se ela não aceitar meu convite, eu vou implorar de joelhos.
Demorou exatos quinze segundos para atender o telefone, não que eu estivesse contando, longe de mim.
- Charlotte?
- Não, aqui aqui é o Abel.
Me segurei para não soltar um "oi filho", ao invés disso disse:
- Oi amigão. Onde você está? Queria te chamar para ir á praia...
- Não vai dar, estamos na casa do meu tio Nicolas...
houve um momento de silêncio.
- Mas você pode vim aqui se quiser.
- Será que sua mãe vai ficar brava?
- Com certeza vai. Traga flores e chocolates, tu tem que fazer atos gentis para conquistar o coração da mamãe...
- Você está certo, me passe o endereço pel...
- Vou te enviar pelo whatsapp, te espero aqui, não demore.
Abel desligou o celular na minha cara. Como dizem os adolescentes de hoje em dia, eu que lute.
Tomei um banho rapidamente, e escovei os dentes. Coloquei uma camiseta preta e uma bermuda florida.
Dei três borrifadas do meu melhor perfume e peguei as chaves do carro. Quando estava prestes a sair, a campainha tocou.
Abri a porta com cara de tacho.
**: senhor Arthur Maldonado?.- balancei a cabeça em afirmativo.- assine isso. E isso.- assinei o que foi mandado.- obrigado. Tenha um bom dia!
E então o carinha do correio se foi. A caixa quadrada era um pouco pesada, mas nada que eu não aguentasse.
Coloquei a caixa em cima da mesa da cozinha, eu iria deixa-la lá e só abriria na hora que eu voltasse. Mas algo me incentivou a abri-la, como um ímã.
Bufei irritado e peguei uma tesoura na gaveta de cima. Abri a caixa com a ponta e vi muita espuma dentro. Tirei tudo e meu coração parou por um segundo.
Oh meu Deus.
Isso é um dedo? Um dedo humano? Mas que porra.
Peguei meu celular e liguei para Mike. Ele é um dos meus chefes, vou mandar esse dedo para análise, tem sangue, e parece ser fresco. Isso é recente.
- Mike? Ainda bem que você atendeu...
Meu tom de voz era de puro desespero. Respirei fundo tentando manter a calma.
-Fala Arthur. O quê se passa?
- me enviaram um dedo humano pelo correio. Eu não sei que porra foi essa...
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Iludida.
ChickLit-Você não vai nem negar? - Negar o que? Que eu não te amo? Não posso negar uma coisa que é verdade. - Como você pode fazer isso comigo? -Você é gostosinha Charlotte. Só queria me divertir um pouco antes de entrar para a "vida de casado". - Então...