Capítulo 15

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Certas coisas nunca mudam. Eu ainda morro de medo de viajar de avião. Estou me cagando de medo.

Tomara que esse negócio pouse logo, comigo em segurança.

Do meu lado tem uma mulher, com uma criança no colo. Deve ter no máximo uns três anos, a garotinha fica me olhando e sorrindo.

Não posso negar que só de olha-la, eu me lembro do meu bebê, que nem chegou a nascer.

Esse é o segredo mais obscuro da minha vida. Ninguém sabe, e se depender de mim, continuará assim.

Depois de segundos meus olhos pesaram, o remédio que tomei deve estar fazendo efeito.

Acordei com a aeromoça me cutucando.

Xx: Querida, chegamos ao nosso destino.- pisquei os olhos assustada. Não tem mais ninguém aqui dentro.

Lotte: Obrigada por me acordar, e desculpe pelo incômodo.- me desculpei sinceramente.

Xx: Tudo bem querida. Já tive que fazer muito disso no meu emprego.- gargalhou.

Me senti um pouco melhor e me despachei de lá logo. Não quero correr o risco desse avião sair voando comigo dentro.

Cidade natal, estou de volta.

Estiquei as pernas, e alonguei os braços, o sol está quente e eu tenho que ir para o hotel que eu reservei.

É um hotel três estrelas, eu não posso pagar mais que isso. Eu tenho um ótimo trabalho, e recebo bem. Só que eu tenho minhas prioridades, e me hospedar em um hotel cinco estrelas, é a última coisa das minhas prioridades.

Antes de vir, eu anotei o endereço do hotel em um papel, agora só me resta chamar um táxi.

Puxei minha mala roxa de rodinhas, e ajeitei meu cabelo cacheado. Estou fazendo um tratamento para deixar meu liso cacheado.

Estou adorando mudar desse jeito.

Um táxi para em minha frente, não hesitei e logo entrei dentro, e entreguei o papel para o motorista.

Ele não disse nada e pôs se a dirigir. Primeiro eu tenho que me instalar no hotel, depois ajeitar toda a papelada e deixar tudo organizado.

Depois eu viajo novamente, não vai demorar muito. Fiquei dez horas enfiada naquele avião, estou exausta de tanto ficar sentada.

São nove horas e quarenta e oito minutos da manhã. Vou me alimentar e sair logo, quando mais rápido terminar o trabalho, mais rápido voltarei para casa.

E então eu percebi que o hotel que eu vou ficar, não é muito longe do aeroporto, se eu soubesse que era essa distância, teria vindo a pé. Não gastaria dinheiro com o táxi. Andar é a melhor opção.

Entreguei o dinheiro para o motorista e sai do seu carro batendo a porta.

Arrastei minha mala até a recepção, onde uma moça morena de olhos pretos falava ao celular. Esperei pacientemente pela minha vez.

Quando enfim ela terminou a ligação, comecei a falar antes que outra pessoa ligue.

Lotte: Bom dia. Eu fiz reserva de três dias pela internet, meu nome é Charlotte Angelis.

A morena me encarou e começou a digitar no notebook.

Xx: Bom dia Srt.Angelis, o número do seu quarto é 503, tenha uma boa estadia.

A morena sorriu com seus dentes perfeitamente alinhados.

Rapidamente me dirigi ao elevador. O número desse quarto fica no quarto andar.

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