Capítulo 8.

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Tulipa... 

Prendi meu cabelo em um coque frouxo no topo da cabeça, mesmo com o ar condicionado ligado posso sentir o calor que se instala na sala estudo. Estamos eu e Andrew em uma sala de estudo particular que ele possui na biblioteca da Universidade, onde podemos conversar e definir os últimos pontos do nosso artigo. Durante o mestrado passamos várias horas nessa sala.

Hoje foi o último dia de aula do semestre, oficialmente eu concluí o primeiro semestre do meu doutorado e não sou mais aluna do Andrew,  se bem que oficialmente já não sou desde o fim do mestrado, já eu fiz a disciplina como ouvinte e recebi apenas um certificado extra.

- Você quer que eu tente diminuir a temperatura? – Ele perguntou chamando minha atenção.

Seus cabelos estavam presos em um coque com alguns fios soltando, o terno descansava sobre uma cadeira,  a gravata sobre ele, alguns botões da camisa abertos e as mangas arregaçadas até os cotovelos. Agradeço mentalmente por ter colocado um vestido de tecido leve branco com pequenas flores lilases que ficava na altura do joelho, se ponho calça jeans já teria passado mal de calor.

- Seria bom, se ainda baixar. – Falei agradecida.

Ele levantou e procurou pelos controles, ajustando a temperatura, o alívio veio de imediato, foi tão bom que eu suspirei sentindo a temperatura baixar.

- Uma cearense passando mal de calor em Londres. – Resmunguei em português. – Você é uma vergonha para a profissão. – Percebi Andrew me olhando.

- O que você disse? – Franziu o cenho.

- Eu disse basicamente que uma cearense quase passando mal de calor em Londres é uma vergonha. – Expliquei. – Ceará é o estado onde eu nasci no Brasil e morei até me mudar. – Vi seu rosto se iluminar com entendimento.

- Lá é quente assim? – Quis saber curioso.

- Sim, é tipo verão o ano inteiro. – Ri vendo sua expressão surpresa. – Quando chove bastante fica mais fresco, e em algumas épocas do ano as noites são frias, frias pra cearense.

- Como assim fria pra cearese? - Falou pronunciando errado de um jeito bem fofo.

- Tipo 20° Celsius, que dá uns 68° em Farenheit, já é bem frio pra gente. – Falei rindo da sua expressão. – Quando fica uns 16° então, estamos congelando.

- Como você sobreviveu ao primeiro ao seu inverno inglês?

- Muito agasalho e chá quente. – Dei de ombros. – Hoje já me acostumei ao clima daqui ao ponto de está quase passando mal com esse calor.

- Se bem que esse ano estamos batendo recordes. – Ponderou.

- Verdade. – Olhei a tela a nossa frente que já havia entrado em pause. – Melhor voltarmos a isso, já que o calor diminuiu. – Sorri.

- Claro, temos muita coisa para terminar. – Ele concordou tocando uma tecla do teclado para ativar a tela.

- Eu estive pensando, a gente poderia acrescentar uma parte sobre os papéis sociais inseridos dentro das estruturas literárias e como isso reflete a sociedade de onde o autor fala. – Comecei a falar sobre a ideia que tive na semana passada.

- Eu acho muito interessante e vai casar bem com a nossa proposta para a apresentação. - Ele disse depois que eu terminei de falar.

- Que bom que você concorda.  – Peguei o mouse e abri o meu dispositivo, abrindo um arquivo onde eu desenvolvi esse tópico. – Eu tomei a liberdade de escrever alguns parágrafos sobre isso.

Almas Partidas  - Meu Clichê  (Livro 3) (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora