Capítulo 19.

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Tulipa...

Esse dias morando na casa do Andrew tem sido muito bons, ele se mostrou um ótimo colega, sabe cozinhar, tem os gostos para filmes, séries e livros parecidos com os meus, por isso não nos falta assunto e sempre estamos vendo alguma coisa na imensa sala de cinema dele. Na verdade, sua casa inteira é bem grande, grande demais pra se morar sozinho. Estou adorando ficar aqui, estou bem mais a vontade do que eu imaginei que ficaria.

Desde ontem que eu estou sozinha aqui e as vezes chega a ser sufocante, hoje é sábado, Andrew viajou desde ontem com o moto clube que ele faz parte e só volta amanhã, antes de sair ele me perguntou se eu ficaria bem sozinha e me fez prometer que chamaria uma das meninas para vir ficar comigo se eu me sentisse assustada por estar sozinha, achei muito fofa a preocupação dele comigo, ainda disse que eu podia ligar pra ele a qualquer hora. Mas, é óbvio que eu não vou fazer isso, ele já está sendo ótimo comigo, não quero lhe atrapalhar ainda mais.

Resolvi tirar o dia pra relaxar um pouco e  não estudar, estou precisando de uma pausa, por isso depois do café da manhã vou me trocar e sair para comprar algumas coisas, a despensa está com pouca coisa e eu preciso de alguns artigos de higiene pessoal. Quando eu penso no meu estoque de creme de cabelo que queimou da uma dor no coração, provavelmente foi um prejuízo maior do que a queima da geladeira.

Tranquei a porta ao sair, peguei meu carro e dirigi primeiro até uma feira ao ar livre que tem em um bairro perto de onde ficava meu apartamento, adoro ela por que tem barracas de vários países, entre eles o Brasil, sempre compro minhas coisas lá. Depois de alguns minutos dirigindo avistei a feira, parei o mais perto que consegui, peguei duas sacolas ecológicas e sai. Minha primeira parada foi na barraca da Índia onde comprei algumas especiarias, na barraca seguinte comprei salmão de pesca natural, nada desses criados em cativeiro e cheios de coisa.

- Menina. – O senhor com rugas ao redor dos olhos falou em português assim que eu me aproximei dá barraca. – Nunca mais tinha vindo aqui.

- Estive muito ocupada com os estudos senhor Aníbal. – Falei em português sorrindo.

- Que bom que pode vir hoje. – Ele puxou uma caixa plástica branca. – Chegou hoje. – Colocou a caixa sobre a bancada e a abriu revelando alguns cortes de carne de sol. – Estava guardando pro caso de você aparecer.

- Eu não acredito. – Dei um gritinho de felicidade. – Fazia tanto tempo que não vinha.

- Por isso eu guardei pra você. – Ele falou animado.

- Obrigada. – Toquei seu ombro em agradecimento. – Vou querer quatro quilos e não quero nem saber do preço. – Ele riu do jeito que eu falei.

- Não veio tão cara. – Falou pesando meu pedido. – Vou colocar meio quilo a mais de brinde. - Fiquei com um sorriso enorme no rosto.

- Me fala é carga roubada? - Brinquei.

- Você me respeita menina. – Fingiu indignação.

Guardei a carne, peguei batata doce, macaxeira, jerimum e 2 guaraná, ficou tão pesado que precisei de ajudar para ir guardar logo no carro e voltar pra continuar as compras. Comprei mais alguns legumes, verduras e frutas antes de ir para a barraca da Maria das graças que também é brasileira.

- Das Graças. – A cumprimentei sorrindo.

- Tulipa, estava sentindo sua falta menina. – Falou simpática.

- Estive muito ocupada. – Falei olhando as frutas a minha frente. – O que tem de bom hoje?

- O abacaxi está bem docinho.

Almas Partidas  - Meu Clichê  (Livro 3) (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora