Capítulo 59.

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Andrew...

Uma última olhada no Peru me deu a certeza de que ele estava perfeito, já colocamos a mesa com todas as comidas que preparamos para a ceia, a travessa do Peru já estava com uma farofa deliciosa que Tulipa fez, só esperando a ave terminar de assar. Sei que Tulipa não se importa em comemorar o Natal, mas eu acho que como uma data tradicionalmente para a família não podemos deixar de comemorar, já que ela é minha família agora, fora que é uma ótima oportunidade para eu conhecer seus tios relapsos.

Já estávamos arrumados, usando calça jeans e suéteres natalinos vergonhosamente combinando, ela estava com a geladeira aberta dando uma olhada em uma das sobremesas quando a campainha tocou.

- Devem ser eles. - Ela fechou a geladeira saindo da cozinha em seguida.

- Que bom, pontuais. - A segui.

Parei na sala aguardando que ela fosse até a porta e a abrisse, ela cumprimentou o casal de pé no frio e os mandou entrar, a mulher devia ter uns 50 e poucos anos, era negra com os mesmos cabelos cacheados da sobrinha, o Homem era um pouco mais velho que ela, pelo menos em aparência, moreno de olhos profundamente azuis.

- Boa noite. - Eles falaram.

- Você parece muito bem queria. - Ela abraçou Tulipa com ternura.

- Obrigada, vocês também estão. - Se afastou olhando para a tia. - Venham conhecer meu namorado. - Caminhou até mim. - Esse é meu namorado Andrew Clarke. - Olhava de um para o outro. - Esses são Patrícia e Joseph meus tios.

- Prazer em conhecê-los.

Nos cumprimentamos brevemente, ajudei os dois com os casacos e indiquei o sofá da sala para que sentassem, depois que os dois estavam acomodados me sentei em uma poltrona e Tulipa se acomodou no braço da mesma ficando bem próxima a mim.

- Querem beber alguma coisa? - Tulipa falou. - Vinho, sangria, suco, gemada. - Ofereceu.

- Você fez gemada? - Sua tia a olhou surpresa.

- Do jeito que a mamãe fazia. - Sorriu. - Pelo menos tentei fazer do jeito dela.

- Vou querer. - Patrícia falou.

- Eu também. - Joseph se apressou.

- Você também vai querer meu amor? - Passou a mão em meus cabelos.

- Vou sim. - Olhei em sus olhos. - Eu a ajudo a pegar. - Fiz menção de levantar mas ela me parou.

- Pode deixar, que eu trago tudo, faça companhia as visitas. - E sem dizer mais nada saiu da sala.

Um silêncio se abateu no lugar, não era nada tão opressor ou desconfortável, mas era um tanto incômodo, os dois olhavam para os lados observando os detalhes da sala e eu não podia deixar de lhes olhar com censura por não terem protegido minha mulher quando ela mais precisou.

- Você tem uma bela sala. - Joseph quebrou o silêncio.

- Obrigada. - Falei com sinceridade.

- Ela parece ser um pouco antiga. - Ele continuou.

- Sim, minha mãe cresceu aqui, depois que minha avó se foi eu a comprei. - Expliquei rapidamente. - Só reformei algumas coisas e nossa casa ficou do jeito que é hoje.

- Nossa? - Aquilo não passou despercebido a Patrícia.

- Sim senhora, nossa, minha e da sua sobrinha. - Disse calmamente. - Tulipa pode não morar aqui ainda, escolha dela, não minha. - Joseph riu quando eu falei. - Mas a casa já é nossa, ela nunca foi um lar até eu tê-la aqui.

Almas Partidas  - Meu Clichê  (Livro 3) (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora