Tulipa.
Soltei meus cabelos, peguei um morango o banhando no chocolate e fui até as portas de davam para a pequena varanda as abrindo para deixar a brisa da noite entrar, coloquei o morango na boca e me encostei na soleira da porta olhando para o mar a minha frente, a água normalmente esverdeada parecia preta sob o manto escuro da noite, o céu estrelado limpo de nuvens era familiar, identifiquei estrelas que eu não via a anos, desde que sai da terra que um dia foi meu lar, nem sabia que sentia falta de olhar para aquelas constelações tão familiares na infância até colocar os olhos sobre elas, prestando atenção no céu noturno pela primeira vez desde que cheguei as Maldivas consegui distinguir algumas estrelas e constelações.
Fui preenchida por uma sensação familiar e saudosista, que fez eu lembrar do Brasil, do Ceará, dos meus pais, da vida que eu deixei para trás, da família que foi arrancada brutalmente de mim em uma melancólica noite de quinta-feira, meus olhos arderam com a dor que nunca vai embora e algumas lágrimas rolaram por minhas bochechas.
Fiquei tão imersa em meus pensamentos que não percebi a presença de Andrew até sentir seus braços em volta do meu corpo me apertando protetoramente.
- O que foi pequena? – Beijou meu rosto. – Por que você está chorando? – Me virou para olhar em meus olhos.
- O céu. – Olhei para seu corpo coberto apenas com uma cueca vermelha que evidenciava o contorno do seu pau e suas coxas grossas.
Quando levantei meus olhos de encontro aos seus ele me encarava confuso, era como se tivesse um ponto de interrogação gigante sobre sua cabeça.
- Desde que eu saí do Brasil não via o céu do hemisfério Sul. – Lhe expliquei e a iluminação da compreensão passou pelo azul de seus olhos. – Reconhecer as construções me deixou saudosista.
- Saudade do Brasil? – Pousou as mãos em meu rosto de maneira carinhosa.
- De antes, dos meus pais. – Sorri. – A gente olhava as estrelas juntos. – Falei com enterrando o rosto em seu peito. – – A gente era muito feliz, eles eram boas pessoas. – Suspirei. – Queria que eles lhe conhecessem. – Me afastei para olha-lo.
- Eu adoraria conhecê-los. – Falou. – Com certeza gostaria deles, fizeram a pessoa mais importante pra mim no mundo.
Voltei a me pressionar contra ele, seus braços agora são meu lar, é onde me sinto amada, protegida e bem cuidada, depois de alguns minutos me afastei dele e peguei sua mão o puxando para a cama.
- Você está bem? – Questionou preocupado.
- Estou sim, meu amor. – Peguei a garrafa o entregando para abrir. – Eu sinto saudade deles e parte de mim sempre vai se sentir assim, essa dor nunca vai embora, mas não precisa se preocupar com isso. – Abriu a garrafa nos servindo.
- Você fica com uma carinha triste e eu só quero tirar essa expressão de você. – Disse me entregando uma das taças.
- Basta me amar. – Falei levantando a taça para a um brinde e ele imitou meu gesto tocando a sua com a minha em um tilintar de cristal.
- Eu te amo. – Falou.
- Eu te amo.
Tomamos um gole da nossa bebida, fiz ele se sentar, sentando ao seu lado, peguei um morango molhando no chocolate o mordi e levei o restante para a sua boca. Virei o conteúdo da taça de uma vez, ainda tinha álcool no meu sistema e não seria tão difícil ficar alta, continuamos comendo e bebendo, pelo menos assim espero.
- Deita. – Falei pra ele que me obedeceu.
Bebi todo o líquido em minha taça a colocando sobre a bandeja, subi em seu tronco e o beijei, um beijo ardente e necessitado, segurei seu rosto, ele passou suas mãos por meu corpo coberto pela camisola fina, quando ele passou a mão por dentro da minha camisola se afastou sorrindo.
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Almas Partidas - Meu Clichê (Livro 3) (Concluída)
RomantiekTulipa Albuquerque é uma mulher de 24 anos, historiadora, gurreira, reservada, inteligente e com alguns traumas. Perdeu os pais muito nova o que a fez ir morar com os tios em Londres, onde conheceu outra face da maldade humana, em decorrência disso...