Almas Partidas - Meu Clichê (Livro 3) (Concluída)

Capítulo 75

Tulipa...

- Tem cerca de 100 policiais procurando por ele. – Registrei vagamente a voz de Beatriz enquanto passávamos por uma saída lateral.

- A Eva, a minha filha. – Ouvi Meg falar em um soluço. 

- Ela está segura, meu anjo. – Henry falou. – Já liguei pra minha mãe e mandei mais seguranças pra lá.

Eu não conseguia me concentrar nas conversas apenas, ouvia coisas aqui e ali, vagamente consciente enquanto meu corpo tomava a dianteira das minhas ações, dado que meu cérebro estava enevoado.

- Vai ficar tu bem pequena. – Andrew falou no meu ouvido e eu só consegui assentir. – Vou proteger vocês dois.

Eu sei que eles bolavam um plano de ação, mas eu não conseguia me concentrar o suficiente para ouvir direito as palavras.

Quando fui colocada no banco traseiro de um carro e Andrew se sentou ao meu lado me arrastei para o seu colo, agarrei sei pescoço e só então me permiti chorar. Será que nunca vou me ver livre desse pesadelo? Esse desgraçado vai sempre rondar a minha vida? Eu nunca vou poder ser feliz em paz?

O meu bebê. Agarrei meu próprio corpo protetoramente, o carro parou, saímos apenas para entrar em um hotel e sair pelos fundos mudando de carro em seguida, quando o carro parou de novo dentro de uma garagem e eu só ai percebi que não estava em casa.

- Achamos mais seguro não voltar pra casa. – Andrew falou me pegando no colo. – Se ele vier atrás de vocês, vai direto para as nossas casas, por isso vamos ficar nesse hotel até ele ser preso. – Entrou no elevador.

- Tudo bem.

- Esse também não é um hotel do Henry ou da imobiliária do pai do John. – Explicou mais uma vez. – Nem mesmo o hotel Continental do Bianchi, escolhemos outro que não tivesse qualquer ligação conosco.

- Meg está aqui também? – Consegui perguntar quando o elevador abriu em um corredor.

- Não, eles foram para outro hotel.

Owen estava na porta do quarto com uma sacola em uma mão e uma chave magnética na outra, abriu a porta para que pudéssemos passar. Depois que entramos no quarto ele colocou as coisas sobre uma mesa e saiu.

Andrew me levou até o banheiro, me colocou sentada sobre a bancada e colocou a banheira para encher, lágrimas escorriam por meu rosto e um aperto estava instalado em meu peito, estou apavorada como nunca estive em minha vida, pois não temo apenas por minha vida.

- Minha pequena, por favor tente se acalmar. – Andrew se colocou no meio das minhas pernas. – Eu não vou deixar aquele maldito machucar vocês. – Segurou meu rosto nas mãos. – Tulipa, você é minha vida agora. – Seus olhos me encaravam intenso. – Vocês dois são, eu vou protege-los.

- Eu tenho tanto medo. – Segurei em seus braços como se fosse uma tábua de salvação, pois era assim que eu me sentia, estava me afogando em um mar de medo e angústia e só ele podia me manter firme.

- Eu sei meu amor, eu sei. – Respirou fundo. – Também tenho. – Confessou como se aquilo fosse um crime.

- Eu nunca vou me ver livre dele? – Ergui meus olhos chorosos em sua direção.

- A polícia vai pegar ele, tem muita gente atrás dele. – Me prometeu.

- E se ele fugir de novo? – Minha voz saiu trêmula, quase estrangulada de dor, sentia o bolo crescente em minha garganta.

- Ele não vai. – Falou tentando me acalmar.

Só que ele não tem como saber, o infeliz vai continuar tentando até conseguir chegar a mim e a Meg, ele nos culpa por fazê-lo pagar por seus crimes, o bonito achava que sairia impune pra sempre.