Capítulo 19

745 83 86
                                    

Dulce María

Anahí continuava em choque, totalmente paralisada com lágrimas escorrendo.

Maite respirava alto demais, seus olhos estavam arregalados e ela acompanhava cada movimento da porta da casa com seu celular na mão.

Eu seguia com o choro entalado na garganta, encarando aquela porta, a porta em que o homem que eu amo e seu melhor amigo entraram sem nenhum esforço, muito diferente de Christian.

Minha cabeça bombeava possibilidades.

De início, pensei que poderiam ser pessoas parecidas, mas era impossível. Ele havia mentido para mim, de novo.

A única coisa que poderia salvar a pele daqueles dois, era aquele lugar ser algum tipo de reunião de homens muito ricos e super secreta, onde eles se encontravam para apenas conversar sobre seu dinheiro.

Quem eu estava querendo enganar? A mim? Mais?

Minha cabeça nublada fugiu dos pensamentos assim que Christian nos ligou, respirei fundo antes de atender.

- Você tem menos de um minuto para aparecer nessa porta, pelo amor de Deus, me tira desse inferno. - Antes de qualquer resposta minha, ele desligou.

Liguei o carro e fui em direção a porta, Maite se escondeu, mas Anahí continuou estática no banco da frente.

Christian entrou em uma velocidade absurda, sua respiração era rápida, como se ele tivesse corrido uma maratona.

- Anda logo com essa merda! - Christian quase gritou e eu acelerei.

Christian ficou em silêncio e ele tremia muito, Maite estava abraçada com ele tentando acalmá-lo enquanto eu dirigia quase em pânico, a reação dele tinha sido um tanto quanto assustadora e aquilo me chocou.

Eu praticamente voei com o carro até em casa, o ambiente era totalmente propício para mais um acidente. Entrei com o carro na garagem e tirar a Anahí do carro foi quase uma missão impossível, Christian correu direto para o banheiro, o que me deixou ainda mais confusa.

- Anahí? - A chamei.

- A-Alfonso, mentiu p-para mim. - Ela falou olhando para um ponto fixo.

- E Christopher para mim, de novo. - Suspirei e ela me encarou.

- Meu casamento acabou! - Ela levantou gritando. - Como ele tem coragem! E sabe o pior? Eu ainda nem sei o que tem naquela merda de casa!

- Você não vai querer saber. - Christian disse descendo as escadas aparentemente depois de um banho.

- Sinto te desapontar, mas agora é questão de honra! - Anahí falou quase aos berros.

- Calma, Any, o Chris vai nos contar, não é? -O encarei.

- Vou mostrar, mas de aviso, aquele lugar é o inferno na terra! Vocês nem sonham o que acontece lá. - Ele suspirou.

- A casa é de Christopher e Alfonso estava lá, com ele ontem. É necessidade e isso não vai me assustar. - Ele deu de ombros.

- E-eles? - Eu assenti. - Sinto muito. - Ele entregou o celular para Anahí, eu e Maite nos posicionamos ao lado dela. - Os vídeos e fotos estão péssimos, fiz tudo de qualquer jeito, mas aquilo era uma casa de...

- Prostituição. - Maite falou encarando o celular.

As imagens ali eram borradas e muitas vezes corridas demais para ver alguma coisa, mas tivemos o suficiente até o momento em que Christian leva o celular em um corredor, a cena da menina me fez correr até o banheiro vomitar, Anahí chorava de soluçar e Maite encarava quase sem reação, provavelmente em choque.

- I-isso, isso é demais para mim. - Ouvi de longe Anahí falar.

Antes de voltar, precisei me concentrar e escovei meus dentes.

Quando entrei novamente na sala,  Anahí estava sentada encolhida no sofá chorando, Maite segurava o celular totalmente estática e Christian me encarava.

- Foi um filme de terror, Dul, uma menina super novinha trabalhando ali... - Ele negava com a cabeça. - Eu nunca pensei que um dia eu fosse ver algo do tipo! - Eu concordei. - E agora? O que faremos?

- Vo-ocês e-eu não se-ei. - Anahí disse entre um soluço e outro. - Meu casamento foi adiado, todo e qualquer vinculo com eles, cortado! Eu tô com nojo! Nojo do meu irmão, do meu pai, do meu noivo! - Anahí gritava.

- Não só você, Any. - Respirei fundo. - Precisamos pensar, mas antes copiar isso em todos os lugares possíveis, não podemos perder isso de jeito nenhum. - Christian assentiu. - Antes de fazer qualquer coisa, precisamos pensar. O jogo é arriscado, crítico. - Fiz uma pausa. - Chris, ajude a Maite. - Ele concordou indo em direção à esposa. - Any, você consegue sozinha? - Ela assentiu. - Vou tomar um banho, nós precisamos descansar a cabeça antes de calcular qualquer coisa. - Virei as costas e subi em direção ao meu quarto.

Quando eu entrei, fechei a porta atrás de mim e a tranquei, ali eu não aguentei muito. As lagrimas começaram a escorrer e meu perto apertou. 

- Ele foi capaz, de novo. - Sussurrei.

Fui em direção ao banheiro, liguei meu chuveiro e tirei minha roupa em meio todo o choro, meu banho demorou muito mais do que o normal, nada entrava na minha cabeça como o Christopher seria capaz de se envolver com aquilo, com algo tão nojento e ainda arrastar Alfonso.

Coloquei uma camiseta dele que andava comigo desde o acidente e deitei na cama.

- Essa foi a última vez, Christopher. 


--

N/A: helloooooooooo

tá tudo doido e confuso, como caminharemos?

Comentem, votem e eu volto!

beijinhosssssssssss :*

Nada Convencional: A Última Torre.Onde histórias criam vida. Descubra agora