Capítulo 26

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Dulce María

Minha vida tinha virado um caos, eu já não sabia mais para onde correr e a única coisa que me deixou aliviada e feliz foi poder ter minha liberdade de volta e com isso, pintei meu cabelo novamente, o vermelho tinha voltado para mim, o que tinha me deixado mais leve.

Eu já tinha ido à praia algumas vezes e da ultima, eu tinha sido flagrada por alguém que enviou a foto para um instagram de fofocas da cidade em que eu morava, o que era péssimo, mas a merda já estava feita.

Minha relação com Guilherme fluía bem até demais, mas nos últimos dois dias ele ficava muito nervoso, sempre no celular e não se afastava dele por nada desse mundo, que era muito estranho.

A manhã toda ele tinha passado de um lado para o outro muito bravo querendo sair dali a todo o custo, o celular dele tocava e ele tremia, até que em um breve descuido, Guilherme foi tomar banho e deixou o celular dele desbloqueado em cima da cama.

Antes que a tela apagasse eu quase me joguei na cama e toquei para que permanecesse ligada, respirei fundo algumas vezes antes de tentar pega-lo para mexer, o por quê? Da última vez que tentei algo semelhante eu fui pega em flagrante pelo Christopher.

- Dessa vez vai dar certo Dulce, coragem. - Sussurrei para mim mesma.

Comecei a mexer no celular de Guilherme, nas redes sociais não tinha nada, as ligações tinham sido apagadas.

- Você é esperto. - Sussurrei novamente.

Eu tinha basicamente revirado o celular de Guilherme e provavelmente ele já estava saindo do banho quando eu lembrei de um único lugar que eu ainda não tinha visto.

- As mensagens! - Saiu quase como um grito e eu logo tampei minha boca.

Manuel Arias: Problemas, logo eles chegam até você, seja mais esperto.

Manuel Arias: Estão atrás da sua namoradinha e de todo o caso. Boa sorte, se necessário chame León.

G ADV: Já estão de sobreaviso, não vão nos pegar.

- Gostou do que leu? - Eu dei um pulo ao ouvir a voz de Guilherme ao lado da cama.

- Ué. N-não vi nada. - Travei na hora de falar.

- Dulce, querida. - Seu tom era leve e tranquilo. - Não me faça de otário. - Ele fechou o semblante e me tirou da cama me puxando pelo pulso. - Eu gosto muito de você, mas você é tão enxerida quanto seus amiguinhos. - Guilherme suspirou. - Um pena viu querida... Agora você vai precisar ficar bem quietinha dentro dessa casa. - Ele pegou o celular com a mão livre e eu comecei a chorar em silêncio. - Os seguranças já estão a caminho então, enquanto isso você vai ficar grudada em mim. - Ele sorriu presunçoso.

- V-você e-está c-com...

- Caralho, você não consegue nem formular uma frase. - Guilherme me jogou de volta na cama e ali eu desabei de verdade. - Sim, Víctor e Cláudio estão juntos e eu não sou advogado a toa. - Ele me encarou de uma forma arrogante. -  A sua saída foi a deixa ideal para ele me manter contrato, até porque... você não teria estômago para brincar com a gente, jogo sério sabe? De gente grande. - O sorriso dele era totalmente soberbo.

Minha cabeça deu uma volta completa, tudo começou a fazer sentido e ficar mais claro.

- Eu fui muito burra. - Levantei da cama e coloquei as mãos na minha cabeça. - Como eu cai no seu jogo? - Segurei meus cabelos. - Você é nojento! Podre! - Gritei. - Como eu confiei em você?! - Me aproximei dele. - Meu Deus! Eu fui uma imbecil. - Dei um soco no peito dele e ele me segurou. - Eu te odeio! - Comecei a me debater.

- Para, porra! - Guilherme me chacoalhou. - Presa fácil. - Gargalhou. - Agora fica quieta um pouco. - Ele novamente me jogou na cama.

Guilherme se sentou ao meu lado e ligou a televisão. Naquele momento, minha cabeça começou a maquinar mil e uma situações para que eu pudesse sair de lá, nada fazia sentido.

Algumas lagrimas soltas escorriam pelo meu rosto, mas o motivo era claro, eu fui ingênua demais, eu cavei minha própria cova.

 Muita coisa já não tinha mais sentido ali, eu só queria fugir.

E era isso que eu iria fazer.

***

Guilherme tinha dormido abraçado comigo para ter certeza que eu não iria sair e caso eu tentasse, ele sentiria. O único erro dele foi dormir. Durante toda a noite, ele tinha se mexido muito, Guilherme tinha ficado extremamente agitado, então ele me soltou.

Eu não tinha pregado o olho e aparentemente eram três horas da manhã, não tinha movimento pela parte externa então, os tais seguranças ainda não tinham chegado.

Sem nenhum movimento brusco e quase sem respirar, eu levantei da cama e andei pé ante pé até a sala, no aparador que tinha ali, havia a chave do carro dele, ela basicamente reluziu para mim e a sensação de desespero me pegou, era isso ou nada, minha primeira e última tentativa de sair daqui.

Maquinei todos os movimentos necessários para sair de lá sem nenhum barulho e ir até a garagem para sair com o carro e foi logo depois que eu corri para pegar as chaves, abri a porta e a deixei aberta, eu tinha quinze segundos para que o portão abrisse, então ali eu abri o carro na chave e entrei. Sem pensar demais, peguei o controle no console e abri o portão.

- Quinze segundos Dulce! Você consegue. - Disse assim que o barulho do portão abrindo soou.

Engatei a ré, liguei o carro assim que a primeira brecha do portão ficou visível pelo retrovisor e quando eu acelerei, a luz do quarto acendeu.

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N/A: hellooooooooooooooooooooooooooooo

E aí nenéns, como vamos daqui p frente?

Aflita, aflitíssima!!

Comentem, votem e eu volto!

beijinhossssssss :* 

Nada Convencional: A Última Torre.Onde histórias criam vida. Descubra agora