Epílogo

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Dois Anos Depois...

Arredores Do Texas

Tommy Lee POV's

Ela é tão linda. Parece um pouco psicopata estar apaixonado por uma pessoa que está em coma profundo, mas o amor acontece assim, do nada, da forma mais estranha possível. Vê-la assim tão pálida, tão imóvel me deixa um pouco triste.

- Tommy? - Samantha entrou na UTI chamando meu nome e me tirando dos devaneios.

- Sim, Sammy. - ela é a enfermeira chefe do hospital.

- Se me permite, eu gostaria de falar com o senhor.

- Pode falar.

- Me desculpe a indelicadeza, mas ela não tem chances. Está em coma profundo há quase dois anos. Deixe-a partir. - disse ela como se fosse uma coisa bastante fácil de se fazer.

Flashback On:

- CARRIE? - gritei fazendo a mesma me olhar com olhos arregalados - COMO PÔDE, VADIA? DEPOIS DE TRÊS ANOS JUNTOS VOCÊ ME TRAI?

- Calma, Tommy. Não é nada do que está pensando. - é engraçado ouvir uma frase completamente clichê numa hora dessas.

- AH NÃO? ENTÃO QUER DIZER QUE VOCÊ, TRANSANDO COM OUTRO HOMEM, NÃO É NADA DO QUE EU ESTOU PENSANDO? - eu estava com raiva dela e de mim mesmo por ser tão idiota. Saí de lá como um furacão.

⭐⭐⭐

Aluguei um barco e fiquei no mesmo por um bom tempo. Não acredito que Carrie teve a cara de pau de me trair. Ela é uma vadia. Nova Iorque não me trouxe coisas boas, bem pelo contrário. O pôr do sol estava bem ali atrás de mim em sua plenitude.

Virei-me para olhar ao redor. Tive uma súbita impressão de ter visto alguém no meio das pedras. Olhei mais uma vez e vi que não era coisa da minha cabeça. Remei até ali e pude ver uma mulher completamente machucada. Seu caso me parecia ser bem grave. Hesitei um pouco mas acabei pegando-a no colo e colocando-a dentro do barco.

Fui até o hospital mais próximo dali, mas não pude fazer nada. Eu não sabia quem era a mulher. Seu nome ou ao menos de onde veio. Mexi uns pauzinhos e consegui transferí-la para o hospital central do Texas, assim poderei cuidar da mesma pessoalmente. Quase dois anos se passaram e nada acontecia. Nenhuma reação, nada. A linda moça pálida de cabelos negros esteve em coma profundo durante quase dois anos. As chances de pessoas na mesma condição que a dela sair desse quadro são raras.
Passei todo esse tempo com médicos e enfermeiros falando em meus ouvidos para desistir dela, para desligar os aparelhos e deixá-la morrer. Nunca farei isso! Enquanto ela respirar, eu tenho esperança.

Flashback Off

Meu turno havia terminado. Arrumei minha pasta, um médico de vinte e oito anos precisa ser organizado. Quando estava saindo pela porta ouvi alto e claro:

- Justin! - a minha paciente acabou de reagir. Larguei a pasta no chão e fui correndo até sua cama. Ela estava com seus perfeitos olhos azuis bem abertos, olhando fixamente para o teto.

- O que disse? - perguntei.

- Cadê o Justin? Onde eu estou? - ela perguntava ansiosa por respostas.

- Calma. Você acabou de voltar de um coma profundo de quase dois anos. Precisa descansar.

- Não quero descansar! Por que está tudo escuro? Liga a luz agora! - ela gritava desesperada.

- Mas... a luz está acesa. Você não está me enxergando?

- Deixa de brincadeira. Liga essa luz! - ela estava com os olhos marejados.

- Desculpe, mas...

- Não! Não, eu não posso estar...

- Tem certeza de que não está enxergando nada?

- Não, eu não enxergo nada! - então suas lágrimas desceram abundantes pelo seu rosto perfeitamente modelado pelos deuses. Ela estava sentada, paralisada.

- Acalme-se. Qual o seu nome?

- Courtney, Courtney Lauren. - então a minha paciente favorita se chama Courtney Lauren? - Eu quero enxergar! Por favor, me ajuda!

Justin Drew Bieber POV's

- SAI DAQUI, CHAZ! SAI! - não aguento mais essa vida.

Dependo de drogas, tenho alucinações com o amor da minha vida, estou sendo procurado por todo os Estados Unidos. Minha vida é uma merda, não vejo a minha mãe há quase dois anos e meus amigos tem pena de mim. Tem como ficar pior?

- Justin, para com isso, cara!
Você está se destruindo, olha só pra você, digno de pena, em um quarto se drogando vinte e quatro horas por dia. - Chaz e mais um dos seus discursos de viados mal comidos.

- Vou contar até três pra você sumir daqui e nada te acontecer. - ele não esperou. Bufou e saiu batendo a porta. Estou preso nessa porra de duplex há quase dois desgraçados anos.

Estou quase me rendendo, a prisão deve ser melhor que essa merda de lugar. Não aguento mais. Chaz mais uma vez entrou no quarto, quando ía xingá-lo ele disse:

- Antes que me xingue, tenho novidades. - disse esperando uma resposta minha. Apenas abaixei a cabeça para que ele continuasse - Um homem foi preso em seu lugar por porte de armas e tráfico de drogas.

- E?

- E que ele te defendeu. Foi preso em seu lugar, a polícia desistiu de você até eles não descobrirem a verdade. - disse e saiu. Não tenho nada para comemorar.

Levantei a bunda da cama e fui até o banheiro. Olhei meu reflexo no espelho. Um novo Bieber, era o que eu via. Um Bieber com barba por fazer, um Bieber derrotado, um Bieber imbessíl, imprestável. Tomei um banho bastante demorado, fiz a barba, cortei o cabelo e peguei uma calça e uma camisa para vestir.
Me surpreendi quando a calça praticamente caiu do meu corpo. A droga exigiu bastante de mim, levando consigo além do meu peso, minha dignidade. Calcei meus supras, peguei as chaves do carro do Chaz em cima da mesa e saí daquele buraco sem rumo.

Nesses últimos quase dois anos tive notícias do Jason, desde que o carinha que a Courtney pegou uma vez na boate ser seu filho e trabalhar para ele, até a que ele teve um pequeno infarto quando soube que a Courtney morreu.
Mas, como vaso ruim não quebra, o velho infeliz ainda está vivo e enchendo o saco de muita gente longe de mim.

E minha vida se tornou um completo lixo desde que o amor da minha vida se foi me deixando aqui sozinho. Parei o carro de qualquer jeito em uma praia, sentei na areia e pela primeira vez em quase dois anos, chorei. Não tenho vergonha de admitir. Chorei sim, não porque sou fraco e sim porque sinto todo o peso do mundo em minhas costas e me arrependo de tudo de ruim que fiz.

Cheguei a conclusão de que eu não vivo sem a Courtney. Do nada, ela se tornou tudo. Não posso mais viver. Se o preço do suicídio é o inferno, então eu pagarei com juros. Tirei os sapatos e a camisa e me joguei de corpo e alma naquela água congelante do frio do inverno de Atlanta.

- Perdão, meu amor. Perdão.

Xoxo

A CriminosaOnde histórias criam vida. Descubra agora