o doutor

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Courtney Lauren's POV

- Justin! - o chamei - não quero ficar aqui. - eu disse manhosa pro Justin que estava sentado na cadeira ao lado da cama.

- e eu com isso? - ele disse frio.

- nossa, grosso! vai à merda então! não falo mais nada. - o que será que deu nele?

um médico entrou no quarto com uma cara de bunda. me deixou enjoada e olha que nem estou mais grávida. ele carregava uma prancheta marrom em mãos. o estranhei de primeira vista.

- então, como está se sentindo?

- estou bem. - disse ríspida sem olhar em seu rosto, hoje eu não tô nos meus melhores dias. na verdade, eu nunca estou.

- hum. quando terminar o soro, você pode ir embora. - o médico disse e saiu. olhei para a bolsa de soro e revirei os olhos quando vi que ainda estava cheia.

- que porra! já está virando rotina eu parar em hospitais. - pensei alto.

- cala a boca. - Justin disse.

- escuta aqui, Justin: eu calo a boca se eu quiser. tá grosso assim por que mesmo? TPM? - debochei, garoto chato.

ele bufou e saiu do quarto me deixando falando sozinha. levantei-me da cama e fui em direção a porta arrastando aquela merda de soro comigo. odeio isso tanto quanto odeio o Blake, que saco! saí sem rumo do quarto em direção ao imenso e vazio corredor do andar que só Deus sabe qual é.

você deve pensar que o hospital é um lugar bem animado. vários médicos e enfermeiras correndo pra lá e pra cá, mas não é bem assm. fui até o fim do corredor onde vi o médico que me atendeu agora a pouco. ele estava falando com alguém ao telefone. nem dei tanta importância até ouvir o nome "Blake". fiquei pasma.

ele conhece o Blake? então, ele deve está avisando que eu estou aqui, o Blake deve estar à caminho agora. preciso avisar o Justin, mas aquele imbessíl não vai acreditar em mim, ele acha que a culpa do bebê ter morrido é minha porque eu não chorei nem me desesperei como "mães normais", não sou como elas. corri até a sala de espera e vi Justin bebendo água.

- Justin! - o chamei, ele se virou pra mim sem paciência.

- volta pro quarto, Court... - o interrompi.

- cala a boca e me escuta! - ele passou as mãos em seus fios de cabelo loiros escuro em forma de impaciência - precisamos sair daqui. o médico tem algum tipo de ligação com o Blake. - eu disse, Justin riu da minha cara - tá rindo de quê, imprestável?

- da sua cara de idiota. acha que todo mundo agora tem ligação com o Blake? para de bobeira e volta pro seu quarto! - disse ele, seus olhos não transmitiam nenhum tipo de emoção.

- não, Justin! eu ouvi nitidamente quando ele falou ao telefone, ele disse "Blake".

- tem tantos Blakes por aí! deixa de paranóia e volta pro quarto.

- eu espero que você morra de remorso quando acontecer algo comigo. eu avisei, mas você não acreditou em mim. - disse e me virei para voltar pro quarto.

voltei pro quarto e me deitei-me na cama, mas eu estava inquieta. eu tenho que fazer alguma coisa, mesmo que esteja sozinha nessa porra. Justin me paga! tirei a porra da agulha do braço, deixando a bolsa de soro pela metade. vesti um shorts preto e uma regata branca que Justin havia trazido pra mim. calcei meus chinelos de borracha e abri a janela do quarto. quando estava prestes a pular ouvi uma voz atrás de mim.

- onde pensa que vai, lindinha? - o médico fajuto me puxou pelo cós do shorts.

- você tem alguma ligação com o Blake, não tem? - ele soltou uma gargalhada medonha.

- como você é inteligente, princesa. o pela descoberta! - disse ele sendo irônico enquanto eu me debatia em seus braços. - não adianta, o Blake está chegando e a propósito, não sou médico.

- eu sabia, sabia que você estava mentindo! Justin que é um idiota!

- você é tão sexy! - ele deu um sorriso malicioso do jeito mais diabólico possível. nojento! proveitei a deixa e dei um belo chute em suas partes íntimas.

- não sou pro teu bico, seu nojento! - cuspi nele que estava curvado sentindo dor, aproveitei e corri. fui até o Justin - Justin! - ofeguei - corre! - ele não entendeu nada.

- para com isso, Courtney. o que foi agora?

- deixa de ser cabeça dura, depois te explico. só precisamos sair daqui agora! - quando disse isso, Justin olhou pra trás e viu o "médico" correr em nossa direção com uma arma .40 - agora acredita em mim? - só assim o filho da dona Pattie saiu do lugar.

esse hospital é enorme, a saída fica um pouco longe. nos escondemos atrás de umas macas abandonadas no fundo do hospital. o cara ainda estava nos procurando, eu conseguía ouvir seus passos firmes no chão encerado do hospital.

- Courtney, fica em silêncio.

- não, imagina! eu vou começar a performar madonna aqui. me poupe, Justin. - revirei os olhos.

assim que o homem passou por nós, corremos na direção contrária sem ele nos ver. chegamos à saída. corremos até o estacionamento e o carro do Justin não estava mais lá.

- que porra é essa? cadê o meu carro?

- não dá tempo de procurar agora. vamos roubar um. - eu disse e caminhei até um audi preto. arrebentei a maçaneta e tomei conta do volante fazendo a ligação.

- esqueci que você é uma criminosa - brincou.

- a ocasião pede ladrão, meu bem. - pisquei - agora vamos sair daqui. - pisei fundo no acelerador nos tirando daquele que mais parecia um filme de terror na vida real. - ai, graças a Deus! - eu disse aliviada.

- e você acredita Deus por acaso? - perguntou sendo irônico me olhando com deboche, dei um tapa em sua cabeça sem tirar a atenção do caminho a minha frente - ai, doeu.

- não fala comigo! você não acreditou em mim e ainda ficou de picuinha. vai tomar no seu cú! - eu disse rancorosa.

- você não segue Deus, irmã? crentes não xingam e nem batem no próximo.

- vai se ferrar, Justin! - mostrei o dedo do meio, só assim ele se calou. - essa porra de útero tá doendo. precisamos chegar logo em casa. - eu disse reclamando das pontadas que estava sentindo.

continua...

A CriminosaOnde histórias criam vida. Descubra agora