Any Gabrielly
Joshua dormia tranquilamente na cama. Depois que ele desmaiou, o colocamos na cama e o médico veio vê-lo. Ele precisa descansar e não podemos retirar a máscara de oxigênio do rosto dele. Só quando ele acordar.
Eu me sentia culpada por ele estar assim. Léo disse que fazia tempo que ele não tinha essas crises de Pânico, mas que eram causadas por fortes emoções e lembranças da noite do acidente em que ele perdeu os pais.
Por mais que eu esteja odiando essa situação, eu não posso deixar-lo sozinho nisso. Ele é tão quebrado quanto eu, a diferença é que ele se fechou no mundo arrogante dele.
Josh começa a se mexer na cama. Fico de pé no mesmo instante e vou até ele. Ele abre os olhos confuso.
- O que aconteceu? - a voz dele sai abafada por conta da máscara de oxigênio.
- Você teve um ataque de pânico.
Ele tira a máscara de oxigênio. Josh senta na cama e me olha.
- Obrigada por me ajudar - diz dando um meio sorriso - eu devia ter te falado sobre as crises de pânico.
Nego e sento na cama ao lado dele. Pego em sua mão e isso o deixa surpreso.
- Isso é uma coisa sua, você não tinha porque me dizer...
- Tinha sim Any, estamos tentando criar uma boa relação.
Concordo com ele.
- Olha, eu tenho estado muito agitada e irritada com isso tudo, mas eu pensei bem e vou ficar nisso até o final, eu só espero que você seja mais paciente e aproveite sua família enquanto estivermos aqui.
Ele humedece os lábios e suas pupilas dilatam.
- Eu queria me desculpar por falar da sua família, eu não imaginei que isso te machucava tanto.
- E eu queria me desculpar por explodir, sei que tive culpa na sua crise.
- Acontece Any, as vezes não tem como evitar.
E eu sei disso, mas o fato de eu ter explodido e exposto minha dor pra ele, só fez com que ele lembrasse da dor dele. Ele viu os país morrer, ele sentiu tanta dor e ainda tem tanto sofrimento dentro dele.
Josh suspira chamando minha atenção. Ele ia sair da cama.
- Não precisa Josh, eu sei que aquele sofá é horrível e não vou deixar você dormir em qualquer lugar depois do que aconteceu - digo.
- Tudo bem, eu durmo na cama hoje, mas só porque minha coluna ficou dolorida.
×××
Saio do banheiro pronta pra ir dormir. Josh não estava no quarto. Deve ter ido tomar água.
Pego meu celular e mando uma mensagem pra Jo, queria saber como ela estava.
Amanhã é a festa de aniversário da dona Dora, admito que estou ansiosa. Ela é muito amorosa, doce e educada. É a avó que eu nunca tive.
Guardo o celular no criado mudo e prendo o cabelo num rabo de cavalo. Tento soltar o fecho da correntinha, porém não estava conseguindo.
Ouço a voz do Josh soar atrás de mim e sinto um arrepio.
- Deixa que eu te ajudo - ele diz e sinto o corpo dele junto ao meu.
Ele toca a pele da minha nuca e meu corpo arrepia.
- Pronto - ele me entrega a correntinha e sai de perto.
O olho por cima do ombro e sorrio agradecida. Meu olhar é atraído por seu tronco nú.
Volto a repetir, Joalin tem razão. Ele é muito bonito, e o corpo dele é bem definido.
Desvio meu olhar dele e respiro fundo.
Sua danadinha, você ta gostando do que viu!
Ignoro meus pensamentos e vou pra cama.
- Eu gosto de dormir do lado esquerdo - ele diz me fazendo parar.
- Mas eu sempre durmo no lado esquerdo - digo no modo ameaça.
- Bom, isso vai ter que mudar hoje!
Bufo irritada e nego.
- Vamos decidir no pedra, papel e tesoura!
Nossa, ele só pode estar de brincadeira. Isso é coisa de criança!
- Qual é Joshua, larga a mão de ser idiota. Eu vou dormir no lado esquerdo.
Ele faz que não e vem até onde estou. Ele posiciona a mão para jogar e reviro os olhos, porém acabo cedendo.
- Pedra, papel e tesoura - dizemos juntos e...
Olho pra cara dele e é incrível como ele consegue ser bonito com essa cara de cínico.
Ele tinha feito tesoura e eu papel. Ou seja, perdi.
- Acho que o lado esquerdo é meu - ele diz vitorioso.
Se ele quer guerra, ele vai ter.
- Ok, todo seu!
Deito no lado direito e ele no esquerdo. Josh desliga a luz do abajur e o quarto fica todo escuro. Acho que ele não lembra do que eu falei.
- Josh - sussurro tentando enxergar a escuridão - Você pode acender o abajur?
Ele se mexe na cama e o abajur acende logo em seguida.
- Desculpa, eu esqueci desse detalhe- ele se vira para o meu lado e me encara - por que tem medo do escuro?
Porque quando eu tinha doze anos, me trancaram no antigo armário do zelador. Lá não tinha luz, fiquei presa por cinco horas. Isso aconteceu na escola pública que estudei.
- Não precisa falar se não quiser- ele diz chamando minha atenção.
- Foi só uma brincadeira que fizeram comigo, então eu fiquei traumatizada.
Ele assenti, porém continua me olhando.
- Quando eu tinha onze anos, meu avô me levou pra um aquário, ele queria que eu me divertisse e esquecesse toda a dor que tinha dentro de mim, porém foi ao contrário, eu tive meu primeiro ataque de pânico lá, então desde esse dia eu nunca mais entrei num aquário.
Aquilo era um progresso, estavamos desabafando um com o outro.
- Minha comida favorita é Macarronada - digo sentindo vontade de comer.
Ele sorri e humedece os lábios em seguida - Não quero ser modesto, mas a minha macarronada é a melhor - diz se gabando.
- Então eu quero provar!
×××
óia eles. Seria um começo de amizade?
votem e comentem bastante, isso só me incentiva á continuar.
nos vemos no próximo capítulo.
xoxo nic ❤
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Ɑ ρʀσρσsтɑ ↝ ʙᴇᴀᴜᴀɴʏ ᶜᵒⁿᶜˡᵘⁱ́ᵈᵃ
Fanfiction╭────╮ ᶜᵒⁿᶜˡᵘⁱ́ᵈᵃ ╰────╯ 「 ᵇᵉᵃᵘᵃⁿʸ 」❝ O amor é de verdade uma das coisas mais lindas que existem. Léo Beauchamp, acredita que o sentimento pode amolecer o coração de seu neto Josh, que perdeu os pais aos dez anos num terrível acidente de carro...