ᴀ ᴘʀᴏᴘᴏsᴛᴀ - ᴄᴀᴘɪ́ᴛᴜʟᴏ 12

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Josh Beauchamp

Eu me sentia tão tranquilo. Tão relaxado. Sei que a responsável é a Any. Que está deitada em meu peito nesse exato momento.

Estamos na varanda, no sofá de lazer da minha avó. É redondo e cheio de almofadas fofinhas.

Estávamos atuando, como a Any costuma dizer.

- Me conta algo de quando você era criança, algo que te deixava feliz. - ela pede fazendo desenhos imaginários no meu suéter.

Era difícil lembrar da minha infância, não foi nada fácil. Porém eu lembro perfeitamente de uma coisa que me fazia feliz, e isso estava me arrancando um sorriso nesse momento.

- Quando eu tinha dez anos, um pouco antes dos meus pais morrerem, fomos a uma praia e lá eu conheci uma garotinha, ela tinha uns seis anos, e ficamos bem amigos, você sabe como as crianças tem facilidade pra fazer amizades, mas enfim, brincamos o dia todo e casamos sobre o por do sol, aquela foi a primeira e a última vez que a vi. Mas aquilo me deixou muito feliz. Ela era muito divertida e tinha um dente faltando, mas eu a achava muito linda.

Observo Any e ela tinha um lindo sorriso no rosto.

- Você se lembra do nome dela?

- Não, isso foi uma coisa que eu acabei esquecendo, eu sou cheio de bloqueios emocionais, não sei nem como eu ainda lembro desse momento.

- Acho que é uma forma sua de se proteger de dores sentimentais, dores que machucam internamente, mas sabe Josh, as vezes é necessário sentir dor, pois é humano e mostra que o seu coração está funcionando.

E eu sei que ela tem razão, porém parece mais fácil se poupar da dor.

- Você tem que abrir seu coração. - ela diz me olhando.

- Quem sabe um dia. - digo pra deixá-la mais tranquila em relação a isso.

Seguro o queixo dela com delicadeza e uno nossos lábios. Any segura meu rosto e alisa minha barba.

Deslizo minha mão até seu pescoço e a puxo mais pra mim. Encerro o beijo com alguns selinhos e volto a abraçá-la.

Sina faz um sinal de coração de longe e sorrio negando.

Any acompanha meu olhar e toda a luz que ela estava emitindo antes some.

- Ta tudo bem? - pergunto a olhando no olhos.

- Eu pensei que você havia me beijado porque queria.

Eu sei que ela tem sentimentos por mim, e me odeio profundamente por não conseguir retribuir e por tê-la metido nisso.

Antes que eu possa dizer algo, Any levanta e entra dentro de casa.

Droga de coração que não serve pra porra nenhuma.

×××

Any Gabrielly

Dona Dora, havia me dito que o seu Léo, queria falar comigo. E era isso que eu estava indo fazer nesse exato minuto.

Bato na porta do escritório que ele tem na casa. Ele me manda entrar e assim o faço.

- Você queria me ver? - pergunto me direcionando a cadeira.

- Sim minha querida, aceita um copo de whisky?

Faço que sim e ele põe pra mim. Estou precisando de um pouco de álcool. Esses dias tem sido torturantes.

- Aconteceu algo?

Tomo um pouco do líquido e ele desce queimando por minha garganta.

- Sabe, eu sou um homem muito observador, e eu tenho observado você e o meu neto, Any, isso que está acontecendo entre vocês é realmente verdadeiro?

Ɑ ρʀσρσsтɑ ↝ ʙᴇᴀᴜᴀɴʏ ᶜᵒⁿᶜˡᵘⁱ́ᵈᵃ Onde histórias criam vida. Descubra agora