Ɑ ρʀσρσsтɑ ↝ ʙᴇᴀᴜᴀɴʏ ᶜᵒⁿᶜˡᵘⁱ́ᵈᵃ

ᴀ ᴘʀᴏᴘᴏsᴛᴀ - ᴄᴀᴘɪ́ᴛᴜʟᴏ 21

Any Gabrielly

Eu sempre quis lembrar o nome daquela garotinha, e agora que eu sei, eu não consigo entender meus sentimentos em relação a isso.

Minha cabeça fica indo e vindo no nosso adeus, eu ainda podia sentir o cheiro dela nos lençóis.

Ja faziam três dias que Any tinha ido embora, e eu não me sinto bem. A casa está silenciosa e na empresa eu nunca a vejo.

- Você está acabado. - Krystian observa enquanto tomo whisky.

Estávamos vendo um jogo com os caras aqui em casa.

- Deve ser o peso de carregar um pá de chifres. - Bailey graceja fazendo todos rirem, acabo rindo também.

Eu sou corno, isso foi o auge, como Any costumava dizer.

- Eu só não sei porque me sinto assim- digo olhando pra tv. - não devia ser assim tão difícil.

- Cara, já foi, não adianta ficar remoendo. - Jonah diz me encarando.- Vida que segue.

- Vocês tem razão!

×××

Estaciono o carro na garagem da casa dos meus avós e pego o buquê de lírios que comprei pra minha avó. Ela ama flores. Pego o álbum de fotos que ela tinha dado a mim. A Any, não queria ficar com ele, e eu não conseguia nem ver.

Entro em casa e sou recebido pelos latidos de Monkey, o cachorro com nome de macaco da minha avó.

- Chegou bem na hora do lanche da tarde meu filho. - minha avó diz vindo até mim.

Retribuo o abraço e entrego as flores.

- Obrigada meu anjo, são lindas.

Sigo vovó até a sala de estar e meu avô estava lá sentado em sua poltrona.

- Saiu mais cedo da empresa? - pergunta me encarando.

- Eu não tinha mais compromissos hoje, então decidir passar aqui.

Sento perto dele e minha vó pega o álbum que larguei na mesa de centro.

- E isso?

- A Any não quis levar quando ela foi embora, eu também não quero ficar, trouxe pra você.

Ela me olha estranha, como se eu tivesse acabado de cometer um crime.

- Como assim a Any foi embora? - pergunta em tom dolorido.

Olho pro meu avô e ele dá de ombros. Não acredito que ele não contou.

- A gente não está mais juntos vovó.

- E o que foi que você fez? - pergunta irritada.

- Nossa, obrigada por perguntar como eu estou vovó, estou bem!

Ela ignora o meu sarcasmo e senta de frente pra mim.

- Josh, o que aconteceu?

Suspiro pesadamente e resolvo falar.

- Eu não cumpri minha promessa vovó, eu não consegui amar-la, então ela me traiu e eu a deixei livre, ela merece alguém que vai amar-la.

Minha vó sorri bem tristonha e segura minha mão.

- Como se sente querido?

- Sinceramente? Parece que tem um buraco no meu peito, eu sinto saudades dela.

- Tarde demais pra sentir saudades. - meu avô diz me encarando. - Ela esteve ao seu lado durante todo esse tempo, te dando o espaço que você precisava, mas você não a valorizou.

Concordo com ele, pois ele estava mais que certo. Eu a perdi.

Minha avó me entrega o álbum e entendo o que ela quer. Abro na primeira folha e nossa primeira lembrança é a do dia que ela me ajudou na crise de pânico.

Vou pra outra página onde tinha duas fotos. A do porta retrato da minha mesa e do nosso primeiro dia em casa juntos. Passo pra outra folha e sorrio com essa. Any estava na cozinha e fazia uma cara de desespero porque ela tinha queimado o frango.

Passo pra próxima página e éramos nós dois na foto, estávamos no sofá vendo um desenho, Rose que tirou aquela foto.

Depois dessa a gente não tirou mais fotos, eu me afastei dela. Porém ainda tinha fotos. Todas as fotos eram minhas, em vários momentos meus. Distraído, sempre fazendo algo. Eram fotos de como ela me via.

Sinto algo quente escorrer por meu rosto e enxugo rápido.

Ela registrou todo o meu afastamento e colou no álbum. Vou até a última folha e tinha um bilhete grudado e uma embalagem de remedio.

Hoje eu tomei a decisão de não tomar mais o anticoncepcional, pois tenho a esperança de criar uma família com Josh, mas ele tem estado tão distante que não sei se isso realmente vai acontecer, mas sigo confiante de que uma hora ou outra ele vai me amar, até lá, vou cuidando para que meu amor por ele continue firme.

Passo os dedos por cima das letras dela e pelo rótulo da caixa de remédio.

- Ela queria ter uma família comigo. - digo deixando que as lágrimas saiam livremente. - Eu não sei o porquê do meu coração doer tanto, não sei porquê a minha cabeça insiste em pensar nela, ou o porquê dos lençóis ainda terem o cheiro dela se eu mandei trocar, não sei porquê a minha casa virou uma solidão e porquê eu não consigo esquecer...

- Porque você a ama Josh, mesmo que você não entenda, você a ama, ela é a mulher que fez o seu coração voltar a bater.

Meu coração parece que ia sair pela boca de tão acelerado que ele estava. Seguro os braços do sofá com força e respiro com calma.

Era só o que me faltava, a porra de um ataque de pânico.

O sorriso dela vem em minha mente, podia escutar sua risada por toda a sala.

- Eu a amo. - digo tranquilo - E eu a perdi.

- Concerte seu erro, antes que seja tarde demais. - minha voz diz e sai me deixando com meu avô.

Eu não sei como concretar.

×××

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está acabando aa

nos vemos no próximo capítulo.

xoxo nic

maratona:

2/3