ᴀ ᴘʀᴏᴘᴏsᴛᴀ - ᴄᴀᴘɪ́ᴛᴜʟᴏ 09

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Josh Beauchamp

Estava quentinho, eu sentia como se meu corpo estivesse sendo aquecido. Solto aquele suspiro bem gostoso de quando a gente acorda e abro o olho.

Any estava abraçada ao meu tronco e seu cabelo estava todo espalhado pela cama.

Ela é bonita, eu admito, até com os óculos negros e o cabelo preso.

Fico a observando, ela parece tranquila e bem confortável.

Estico meu braço com cuidado e a tiro de cima de mim, Any se mexe um pouco, porém continua dormindo.

Eu nunca dormia com ninguém. Toda mulher que eu me envolvia, não passava de diversão. Era estranho acordar com uma pessoa deitada sobre mim.

O mais estranho era que eu não conseguia sentir nada. Era como se nada tivesse acontecido.

A Any é bonita, tem seus valores, é inteligente e de uma índole maravilhosa. Mas eu não me sinto atraído por ela.

Entro no banheiro e encaro meu reflexo.

Por que eu não sinto nada? Por que tem a merda um bloqueio na minha cabeça?

Meus pais morreram há dezesseis anos atrás, eu não posso viver com toda essa dor.

Olho por cima do ombro e vejo Any levantando. Saio do banheiro bem rápido e vou até ela. Ela se assusta quando a tomo pela cintura e grudo nossas testas.

- O que vai fazer?

A respondo com um beijo. Um beijo intenso. Porém não significava nada, pois meu corpo parecia se negar a sentir qualquer coisa.

A porta é aberta e nos separamos.

- Ai meu Deus, desculpa, devíamos ter batido na porta. - minha voz diz envergonhada.

- Pensamos que ainda estavam dormindo. - meu avô diz segurando uma caixa de presente - Perdão.

Any estava bem vermelha e eu também me sentia envergonhado.

- Tudo bem, era só um beijo de bom dia. - Any diz segurando meu braço - O que tem ai?

Ela aponta para a caixa curiosa e minha avó sorri.

- É um presente para vocês. Espero que gostem, e não se atrasem pro almoço de aniversário da vovó. - ela diz alegre.

Eu achava engraçado quando ela de mencionava na terceira pessoa.

- Não vamos. - asseguro.

Eles dois saem, mas antes deixam a caixa na mesa.

- Por que me beijou? - Any questiona me soltando.

Como explicar á ela que eu estava tentando sentir algo? Ela vai se sentir usada.

- Eu ouvi que meus avós estavam vindo, o quarto dele é aqui do lado. - digo mentindo.

Mas o quarto deles realmente era aqui do lado.

- Ah sim - diz balançando a cabeça em concordância.

Any vai pro banheiro e solto a respiração.

Será que eu nunca vou sentir nada?

×××

Termino de abotoar os botões da camisa azul clara e me olho no espelho. Tudo no lugar, do jeito que eu gosto. Passo meu perfume e sento na cama para esperar a Any.

Ela estava demorando muito. É só um almoço de aniversário.

Olho a hora e se ela demorar mais um minuto, eu derrubo a porta do banheiro.

Ɑ ρʀσρσsтɑ ↝ ʙᴇᴀᴜᴀɴʏ ᶜᵒⁿᶜˡᵘⁱ́ᵈᵃ Onde histórias criam vida. Descubra agora