Capítulo 06

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Após pagar a viagem, desço do táxi que me levou até ao endereço enviado pelo Collins. Na minha frente está um grande e chamativo prédio. Com dificuldade, levanto meu olhar tentando calcular quantos andares esse lugar deve ter, mas desisto ao sentir o sol causar um incômodo aos meus pobres olhos.

Suspiro caminhando lentamente em direcção à entrada onde dois homens grandes trajados de preto estão parados, eles me olham de forma discreta. Passo por eles desejando num tom baixo uma "boa tarde". Apenas um deles responde.

— Boa tarde, sou Julie Clark, secretária do Sr. Adrian

Collins, ele deve ter informado sobre minha vinda — o homem na minha frente me olha.

— Sim, ele está a esperando — assinto — último andar — ele deve ter alguma obsessão por últimos andares, ou talvez seja uma forma de exercer o seu tão amado controle e poder sobre tudo e todos.

— Obrigada — agradeço ao recepcionista indo até aos elevadores.

Para minha sorte um deles está vazio. Já no interior do mesmo, clico para ele subir até ao último andar, o que não demora. Olho em redor e tem apenas uma porta, grande e bonita, o curto corredor tem alguns quadros e uma iluminação impressionante! Um dos lados é todo em vidro oferecendo uma linda visão do mar e alguns prédios distantes.

Suspiro voltando minha atenção à porta na minha frente e aperto levemente a campainha.

Sem demora a porta é aberta, revelando Adrian Collins que diferente das outras vezes em que o vi, veste uma calça moletom cinza e está sem camisa deixando expostos seus fortes e largos músculos. Mordo o lábio inferior o encarando.

— Está atrasada — sacudo a cabeça tentando voltar ao mundo real e desviar minha atenção dos enormes músculos do meu chefe — Julie — diz com um sorriso galanteador e se afasta me dando passagem.

Em passos lentos entro no apartamento que é absurdamente grande, se a sala é assim, com certeza o resto também é.

O local é todo decorado em tons claros. Grandes quadros de pintores renomados espalhados por todos cantos.

— Gostou? — Collins pergunta atrás de mim e no mesmo momento um enorme arrepio invade meu corpo.

— Sim, digo, não — suspiro ao notar minha voz atrapalhada e vacilante — Eu não sei, aqui estão os relatórios — estendo minha mão com a pasta onde estão todos documentos requisitados por ele.

Collins se prontifica a pegar a pasta, porém, seus dedos gelados tocam minha pele, causando uma sensação incrivelmente nova, um arrepio e calor com uma intensidade que nunca antes senti.

— Obrigado — se afasta e eu assinto.

— Então, é isso — minha voz sai fraca — Estou indo embora, Sr. Collins — informo enquanto ele não olha para mim, mas para os papéis em suas mãos.

— Não, você precisa me ajudar com algo, estamos tendo alguns problemas com os alemães — arregalo os olhos, mas assinto sabendo que não estaria fazendo mais que o meu trabalho.

— Como quiser, senhor — ele sorri mostrando seus dentes brancos e perfeitamente alinhados, e uma leve covinha se forma em uma de suas bochechas. Se isso não é perfeição, sinceramente não sei o que é.

— Vem, vamos para o meu escritório — o encaro, ele vai trabalhar assim? Sem camisa?

— É.... o senhor não devia vestir uma camisa?

— Não consegue se concentrar Clark? — reviro os olhos, ele se acha mesmo.

— Você pode pegar um resfriado — ele ri negando com a cabeça, pela primeira vez, não usei o senhor para me dirigir a ele.

— Isso a preocupa, Senhorita Clark?

— Claro Sr. Collins, a saúde do meu chefe me importa — respondo com sarcasmo, tal como ele perguntou.

Ele nega com a cabeça e com a mão me mostra o caminho para seguir, quando chegamos nas escadas, ele faz questão que eu vá na frente e sinto seu olhar sobre minha bunda, tento descontrair e não ligar, mas é impossível.
Finalmente chegamos na porta que como todas as outras é grande e bonita, e com certeza, como todo o resto neste lugar, deve ter custado uma fortuna.

— Pode entrar, vou vestir uma camisa e volto para que possamos começar com o nosso trabalho.

— Tudo bem — atravesso a porta indo de encontro com um espaço bonito e muito bem decorado, o perfume forte do meu chefe está por todo lugar. Os minutos passam enquanto eu estou parada, apenas observando tudo.

Sinto uma mão tocar meu ombro e assustada me viro dando de cara com Collins que agora veste uma camiseta preta. Ele está com o olhar fixo na minha boca. Nossos corpos estão extremamente próximos e eu posso sentir sua respiração pesada sobre a minha, sua boca entreaberta faz com que eu sinta seu hálito invadir minhas narinas, ele com certeza estava tomando uísque.

— Eu ... — tento dizer algo, mas não me sai nenhuma palavra, minha mente me diz para me afastar, mas meu corpo não obedece a nenhum comando.

Sinto sua mão descer até minha cintura e apertá-la me fazendo arfar. Devido à sua altura, ou a minha falta de altura, Collins se abaixa e num movimento rápido sua mão na minha cintura puxa meu corpo até o seu, nesse momento involuntariamente fecho meus olhos e sinto seus lábios tocarem os meus. Meu corpo vibra num arrepio e minhas mãos ganham vontade própria rodeando o pescoço de Collins e finalmente me permito sentir seus lábios nos meus, não aguentava mais. Nossas línguas se movimentam em sintonia numa dança de prazer. Nossos corpos estão praticamente ocupando o mesmo espaço enquanto sua mão aperta minha cintura com desejo me fazendo gemer levemente entre o beijo, e que beijo.

A falta de ar faz com que nos afastemos ofegantes. Sem saber o que fazer me afasto do seu corpo enquanto ainda respiro ofegante.

Ele me encara mordendo o lábio e eu não consigo conter meus olhos que vão até suas partes íntimas que estão com um volume incomum.

— Eu... Eu preciso ir — digo desastrada e sem esperar por uma resposta saio de perto dele, atravesso a porta lembrando do caminho que fizemos até chegar aqui.

Caminho com pressa até ao elevador que está ocupado, aguardo por poucos minutos e quase cuspo meu coração quando do interior do mesmo Sebastian sai, ele sorri quando me vê.

— Julie?

— Oi Sebastian, eu preciso ir, tchau — ele me olha surpreso, mas com um sorriso, porém, não o deixo exteriorizar seus pensamentos. Dou graças a Deus quando a porta do elevador finalmente nos coloca em espaços separados.

Suspiro ainda me sentindo ofegante! Ainda sinto o calor intenso em cada parte do meu corpo que há tão pouco tempo estava colado ao do Collins.

Meu Chefe E EuOnde histórias criam vida. Descubra agora