Existem pessoas difíceis de compreender, pessoas que a cada dia parecem se transformar. Numa hora riem de tudo e nada, noutra parecem odiar o mundo, com toda certeza, Adrian Collins é uma destas pessoas. Sua bipolaridade me surpreende a cada dia, mas eu sinto que há algo por detrás da sua amargura, do seu jeito arrogante e da obsessão por controle, porém, é tudo intuição minha e de nada vale.
Desde o episódio no happy hour, em que surpreendentemente meu chefe decidiu nos brindar com sua presença e depois me tirou de lá, sem sequer me permitir negar acompanhá-lo, a exactamente duas semanas, o clima entre nós tem se mantido o mesmo, ele continua o mesmo bipolar de sempre, uma hora extremamente arrogante, e noutra o homem mais sedutor que já conheci.
Os olhares continuam presentes a cada minuto, e meu corpo completamente desobediente continua reagindo com arrepios aos seus toques inesperados, minha voz vacila completamente quando Collins está por perto e não poupa provocações. Ele está definitivamente me levando à loucura, e a cada dia que passa a vontade de sentir novamente o encaixe perfeito entre nossos corpos aumenta!
A viajem que fazemos agora já está marcada há meses, só não esperava por um detalhe de última hora, ele decidiu que minha presença é indispensável.
Não podia reclamar, pois apesar de tudo, ele é meu chefe e sua decisão se encaixa perfeitamente no quadro das minhas tarefas. Porém, mesmo querendo tratar essa situação total e completamente de forma profissional, é impossível, meu corpo se arrepia e minha mente viaja sem minha permissão.
Anne me ajuda a arrumar as poucas coisas que precisarei para os próximos três dias num país completamente desconhecido somente com Collins comigo. Estou apreensiva, não só por isso, mas porque meu corpo já me provou por várias vezes que quando se trata do Collins, minha consciência não é capaz de controlá-lo.
Collins, com seu tom autoritário informou que passaria por meu apartamento para que fôssemos ao aeroporto e assim acontece, me despeço de Anne que não consegue se conter, tentei explicar várias vezes que entre Collins e eu não existe nada e esta é uma viajem de trabalho, mas minha amiga se torna surda quando quer. O Caminho é feito em total silêncio, mas o homem do meu lado parece calmo, muito calmo para o meu gosto. O motorista dirige como se nós dois não estivéssemos aqui, mal olha pelo retrovisor, com certeza isso é porque meu querido chefe não é famoso pela simpatia.
Quando a silenciosa viagem chega ao fim, o motorista do Collins nos ajuda com nossas malas, caminhamos para o interior do aeroporto e fazemos todo o procedimento padrão e em alguns minutos estamos no interior da aeronave que nos levará ao outro lado do mundo, sentados lado a lado, mas sem muitas palavras sendo ditas.
Estou com os olhos focados num ponto qualquer quando um frio na barriga me invade. Não gosto de voos. Fecho os olhos quando a aeronave começa a taxiar pela pista me deixando ainda mais nervosa. Respiro fundo tentando me acalmar e não deixar nítida a minha situação ao homem do meu lado. Continuo assim até sentir Collins segurar minha mão entrelaçando-a com a sua me fazendo o encarar surpresa, mas dar um leve sorriso em sinal de agradecimento.
•••
Passadas nove horas de voo, já estamos sob solo estrangeiro. Um bonito carro preto nos aguarda, e assim que nos acomodamos dentro do mesmo, ele começa a se movimentar. Olho pelo vidro a linda cidade em que nos encontramos, provavelmente não terei a oportunidade de conhecer nada, então devo aproveitar para pelo menos observar.
Collins do meu lado parece ter a mente longe, seus olhos estão fechados e seu rosto levemente levantado, mas com certeza ele não está dormindo, pois, seus dedos grandes se movimentam lentamente sobre a sua coxa.
— Adoro quando você me olha desse jeito — desvio o olhar rapidamente quando sua voz soa pelo automóvel e seus olhos se abrem me encarando acompanhados por seu lindo e sedutor sorriso.
— Não precisa ficar com vergonha — diz em tom de provocação me fazendo revirar os olhos, ainda está para nascer alguém mais convencido que o homem ao meu lado.
O resto da viagem é comigo evitando ao máximo olhar para o meu chefe convencido. Agradeço quando finalmente paramos em frente ao grande e luxuoso hotel em que nos iremos hospedar. — Bom dia — uma mulher com curtos cabelos pretos diz com um grande sorriso no rosto.
— Bom dia — Collins responde e eu me limito a dar um leve sorriso.
— Aqui está — Diz dando o cartão para Collins — A mesma suíte de sempre, esperamos que tenha uma excelente estadia.
— Obrigado, e com certeza terei — diz sorrindo e olhando para mim. Só agora minha mente funciona, e o meu quarto?
— Collins, e eu? Onde eu vou ficar? — pergunto quando caminhamos em direção aos elevadores.
— A suíte tem lugar para nós dois — não acredito nas suas palavras, mas ele dá de ombros demonstrando que fala sério.
— Como assim? Você está louco?
— Não faremos nada, se não quiser — diz provocador me encarando com seus olhos sedutores e reviro os olhos me afastando do seu corpo.
— Isso está errado — meu tom sai como um aviso, mas sei que não é para ele, mas para mim.
— Sei que você quer tanto quanto eu, Julie.
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Meu Chefe E Eu
Storie d'amorePara Julie Clark, nada seria pior que se atrasar no primeiro dia no seu novo emprego, ainda mais quando seu chefe é um homem extremamente arrogante e frio, o enigmático Adrian Collins, que não irá poupar ofensas à sua nova secretária. Porém, Julie p...