Meu Chefe E Eu

Capítulo 09

A conversa rola solta, Sebastian e Anne são bons criando assunto, pelo contrário Collins só fala o necessário. Ainda estamos sentados, mas Anne não tira os olhos da pista de dança que o DJ agita com as melhores músicas possíveis! Confesso que também sinto vontade de estar lá, me movimentar um pouco e descontrair! Não sou uma grande dançarina, mas dou o meu jeito.

Como eu esperava Anne sugere uma breve ida até a pista, porém, Collins se recusa no mesmo momento com seu rosto sério. Sebastian diz que podemos ir e ele fica com seu irmão! Concordamos e caminhamos até ao local. A música é alta e cativante, no mesmo momento sinto meu corpo balançar sem esperar qualquer comando, sorrio olhando para Anne que se solta e joga seus cabelos dançando animada, segura minhas mãos e faz com que eu a acompanhe no mesmo ritmo.

As risadas, talvez pelo álcool, são altas e os movimentos rápidos, olho para a mesa onde estávamos e vejo Collins me encarar, sorrio de lado para ele e desvio o olhar continuando com a dança.

Depois de algum tempo voltamos para a mesa, pedimos mais bebida e conversamos mais animados, por um momento me vejo provocando meu chefe na minha frente que não desvia seus olhos por nenhum momento.

Noto também que Anne e Sebastian estão conversando muito próximos, o irmão do meu chefe fala no ouvido da minha amiga que ri sem parar.

— Julie, vamos para o banheiro?! — Anne não me dá a chance de responder negativamente e sai me puxando entre as pessoas.

Aproveito que estou aqui e uso o banheiro logo depois de Anne que parece preocupada com algo. Olho para ela com a sobrancelha arqueada pronta para ouvir o que está a incomodando.

— Amiga, Sebastian sugeriu que fôssemos para um lugar mais reservado, se incomoda em ficar só com o Adrian? — Adrian? Desde quando tanta intimidade? Ok, eu é que trabalho para ele e não minha amiga.

— Não se preocupe, não será a primeira vez que terei que suportar o Sr. Collins! Anne agradece e voltamos para a mesa onde não demora muito e Sebastian e ela se despedem. Collins não diz nada e fica me encarando.

— Bom, acho que vou embora! — digo.

— A minha presença te incomoda Julie? — sua voz grave, num tom alto devido à música alta que toca, me faz sorrir um pouco, ele gosta de jogar, provocar.

— Não, não me incomoda — faço uma curta pausa Adrian — digo seu primeiro nome pela primeira vez e o vejo sorrir sem mostrar os dentes.

— Então, não vá embora — concordo assentindo e ficamos bebendo enquanto trocamos olhares. Quase nada é dito. Seu olhar causa variados sentimentos que não consigo decifrar. Minha respiração não está normal e meu coração parece prestes a sair pela boca. Eu o encaro e recebo um sorriso convencido e sedutor em resposta! Ficamos assim por longos minutos até que não aguento, se eu continuar assim sou capaz de fazer uma loucura e me arrepender depois. Me levanto, sussurro um curto "tchau" e saio andando sem olhar para trás.

Já no exterior da boate, olho para todos os cantos tentando me decidir, se ligo para um Uber ou espero por um táxi. Inesperadamente sinto mãos na minha cintura e alguém me abraçando por trás, me viro assustada mas respiro aliviada ao ver Collins.

— O que pensa que está fazendo?

— Não aguento mais... — é o único que ele diz antes de atacar meus lábios num beijo abrasador, sua mão que antes apertava minha cintura agora percorre cada centímetro do meu corpo. Eu correspondo ao beijo, mas não me mexo, estou dividida, meu corpo deseja isso, mas a razão me diz para não prosseguir!

O ar nos falta e paramos o beijo. Collins me olha com o desejo nítido, segura minha mão e me pede para segui-lo. Sem dizer nada obedeço.

Vamos até seu carro e Collins me convida para o seu apartamento.

— Não, isso é errado — minha voz vacila, demonstrando que o que minhas palavras dizem é o oposto do que meu corpo deseja, Collins me olha e mais uma vez ataca meus lábios.

Parece que tal atitude é suficiente para me convencer. Por mais que existam infinitas chances de que quando o desejo passar eu me arrependa por isso, entro no carro do Collins que dirige tranquilamente pelas ruas pouco movimentadas, como sempre,  seu olhar me persegue, alternando entre a estrada e eu.

Nenhuma palavra se fez presente durante o caminho que pareceu uma eternidade! Mas finalmente estamos no seu apartamento, no mesmo minuto em que atravessamos a enorme porta Collins segura minha cintura e me puxa para si invadindo minha boca, mando passear a razão e correspondo seu beijo com todo desejo que sinto, nossas línguas se movimentam numa veloz dança de desejo e paixão.

Collins me guia para o seu quarto sem que seu corpo se separe do meu, e em pouco tempo chegamos. Uma cama grande e aparentemente confortável nos recebe e ele não hesita, me joga sobre ela, e sim, ela é muito confortável.

Com pressa e dominados pelo desejo nos livramos de nossas peças de roupa uma a uma, em meio às provocações de Collins não aguento por muito tempo e peço que ele me tome de uma vez. Não preciso pedir duas vezes e assim acontece, o encaixe entre nossos corpos é perfeito, nossos movimentos são rápidos e acompanhados por altos e prazerosos gemidos, até que juntos, atingimos o ápice do prazer. Caímos exaustos e o único som que nos acompanha é o de nossas respirações ofegantes, mas não por muito tempo, pois logo começamos tudo de novo, Collins está insaciável e me leva a loucura. Ele parece saber muito bem o que faz, a sensação é indescritível. Quando ele está em mim me sinto completa.

Mas o cansaço nos vence, caímos exaustos sobre a cama macia e desta vez nos rendemos.

•••

Desperto sentindo um peso incomum sobre a minha barriga e ao olhar me deparo com o enorme e musculoso braço do meu chefe. Lembranças da noite anterior invadem minha mente e sinto medo do que acontecerá agora!

Olho para Collins que dorme como um anjo. Assim ele não parece o poço de amargura que tem tirado minha paz. Suspiro e num acto desesperado afasto seu braço de mim, com cuidado para não o acordar.

Levanto da cama procurando minha roupa. Quando a encontro, me visto e olho para o meu celular, puta que pariu, são nove horas, como eu pude dormir tanto?! Em passos lentos saio do quarto e com dificuldade do apartamento, não sei se é o certo a fazer mas creio que sim, não sei com que cara eu olharia para ele.

Com sorte consigo um táxi em pouco tempo e o motorista me leva para casa com rapidez.

Em casa Anne ainda dorme, agradeço a Deus. Corro para o meu quarto e me livro das roupas que tenho vestidas, entro no banheiro e tomo um longo e relaxante banho. Lembranças da noite anterior não me deixam em paz por um segundo sequer!

Quando termino, volto ao quarto onde visto uma roupa confortável e sinto a fome se fazer presente.

Desço para a cozinha onde me surpreendo com Anne preparando o pequeno-almoço. Assim que me vê exige que eu conte onde passei a noite, porque segundo ela, com quem ela já sabe.

Suspiro e conto. Anne me ouve com atenção e faz várias caretas. No final, diz que eu devia ter me despedido. Dou de ombros. Já está feito.

Exijo igualmente que ela me conte como foi sua noite com Sebastian e minha amiga define-a como incrivelmente incrível.