Capítulo 24

10.5K 601 14
                                    

Passou uma semana desde que o pai do Adrian esteve na empresa, e nesse tempo tenho sentindo Adrian muito aéreo, como se tivesse algo o perturbando e algo me diz que isso tem total ligação com a visita do seu pai!

Disse para mim mesma que iria deixar ele me contar por iniciativa própria, mas não estou aguentando mais, sempre que o pego aéreo e pergunto o que está acontecendo, ele desvia do assunto. E isso está me matando.

Uma vez ouvi uma frase. Não me lembro o autor, mas pareceu fazer muito sentindo para mim.

"Você descobre que ama uma pessoa, quando se preocupa com ela".

Não sei, se esse é o caso, se o que sinto por Adrian é amor, paixão, desejo, aventura, ou um fetiche com o chefe! Mas eu tenho certeza da minha preocupação. Ver ele para baixo me faz sentir algo estranho e quero com todas as forças fazê-lo esquecer, nem que seja por um momento, nosso momento!

Estou nesse exacto momento me arrumando, o dia, ou pelo menos o expediente, chegou ao fim. É sexta-feira, mas não estou nem um pouco afim de sair, o que eu quero para hoje é voltar para minha casa, comer MUITO, e dormir.

— Você está ocupada? — olho para o lado e é Adrian que está incrivelmente lindo sem seu casaco, apenas vestindo uma calça social justa e uma camisa branca sem gravata e alguns botões abertos.

— Não, precisa de algo? — pergunto o olhando, coloco minha bolsa no ombro, já pronta para ir para casa.

— Vai para o happy hour?

— Na verdade não, não estou muito afim.

— O que acha de ir para minha casa?

— Humm — levo um dedo ao queixo fingindo estar pensativa e vejo seu sorriso enquanto nega com a cabeça Posso considerar essa uma proposta indecente? — pergunto enquanto me aproximo dele.

— Não senhorita, iremos ficar como dois préadolescentes, assistir um filme e dormir em quartos separamos — rio, sabendo que isso não irá acontecer.

— Então, está bem, mas podemos passar por meu apartamento para que eu pegue alguma roupa?

— Na verdade adoro vê-la usando minhas camisas diz enquanto abraça minha cintura e me puxa para si. — Eu também gosto, mas preciso de pelo menos algumas calcinhas — digo como se fosse óbvio.

— Você não precisa usar calcinha quando está comigo — o olho em negação e ele ri me beijando.

Depois de mais alguns beijos e carícias finalmente deixamos a empresa, depois de ter que o ameaçar passamos por meu apartamento, pego apenas coisas básicas, porque devo confessar, as camisas do Adrian são muito melhores que muita roupa minha.

Anne fica eufórica dizendo que em breve ele me pede em casamento! Só se for nos seus sonhos, ou até nos meus.

Depois da breve parada seguimos para o apartamento do Adrian, onde, logo na porta, recebo uma chuva de beijos.

— Hum — me afasto dele — Estou com fome, vamos fazer... isso... depois — ele suspira e se afasta indo para o sofá onde se joga.

— A cozinha é toda sua — diz indicando-a com as mãos. Jogo minha bolsa nele que reclama, mas o ignoro e caminho em direcção à cozinha.

•••

Devem ser duas ou três da manhã, estou deitada no peito do Adrian passando meus dedos sobre o mesmo. Sinto sua respiração calma e sua mente longe.

— No que você tanto pensa Adrian?

— Nada — responde forçando um sorriso enquanto passa a mão no meu cabelo que está totalmente bagunçado.

Ainda sobre seu peito, viro meu rosto o encarando.

— Eu sei que não posso te obrigar a se abrir comigo, mas Adrian, eu sei que tem algo te incomodando, desde que seu pai apareceu na empresa... — suspiro e volto a minha posição anterior.

— É muita coisa Julie.

— Você pode confiar em mim.

Um silêncio se instala por longos minutos!

Penso que ele decidiu não falar, porém, ele quebra o silêncio.

— Meu pai quer que eu me case — diz rápido — Com a Celine! — completa com a voz baixa.

Na mesma hora me afasto do seu corpo e o encaro!

— Você vai se casar? — é impossível disfarçar a decepção, medo e frustração na minha voz.

— Não — diz como se fosse óbvio e suspira — Meu pai e eu nunca nos demos bem, ele sempre me tratou mal, me humilhou, e só me passou a presidência da empresa porque minha mãe obrigou, e agora, ele quer que eu me case com Celine, porque segundo ele, uma relação familiar com a filha de um dos maiores políticos do país irá ajudar a levantar a empresa!

— Mas vocês não precisam disso.

— Ele quer me atingir! Disse que se eu não me casar, ele me tira a empresa.

— Mas ... mas, sua mãe não pode fazer nada? Como seu pai pode fazer isso? E quem assumiria?

— Minha mãe não pode ajudar muito, bom, melhor a gente dormir, eu resolvo isso.

— Adrian... — quero dizer algo, alguma coisa boa, mas não me sai nada, o único que consigo é abraçá-lo.

Sei o quão a empresa é importante para ele e posso imaginar como é ter um pai cafajeste como Richard Collins é.

Não consigo dormir, e sei que o homem abraçado a mim também não. Mas não sei o que dizer.

Dizem que as vezes o silêncio é melhor que qualquer frase bonita, acho que este é um dos casos.

••• Na manhã seguinte Adrian acorda mais animado, o que me deixa feliz.

Passamos o dia juntos, em meio à brincadeiras, conversas e risadas.
Como um casal.

Apesar de tudo, não consigo parar de pensar na conversa da noite anterior, e acabo disparando, sem pensar.

— Adrian, eu tenho algum contributo no facto de não querer se casar com Celine?

Ele é pego de surpresa, me olha pensativo e engole em seco antes de responder.

— Sim, Julie, você contribuiu para a minha decisão automaticamente abro um sorriso, como uma boba apaixonada. Mesmo não tendo ouvido um "eu te amo" ou qualquer outra declaração de amor, para mim isso é suficiente! Por agora

Meu Chefe E EuOnde histórias criam vida. Descubra agora