Capítulo 22

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Abro a porta do meu apartamento e de cara vejo Anne jogada no sofá, assim que nota minha presença ela me enche de perguntas. Mas eu só consigo pensar no "Obrigado"!

— Ah Julie, não seja maldosa, me conta, o que aconteceu?

— Anne, o que você acha que acontece entre um homem e uma mulher num final de semana juntos? Ou quer que eu conte como é a bunda dele, quais posições usamos? pergunto impaciente, mas não chateada.

— Que safada — ela dá um tapa na minha bunda e a encaro rindo.

— E você e o Sebastian? — pergunto para mudar de assunto.

— Ah — suspira e olho para ela, a motivando a continuar — Acho que era só uma ficada, nada demais, ele não me liga há dias — sorrio de lado, sou péssima dando conselhos.

— Mas você gosta dele? — Assim, gostar, gostar, não! Mas ele é um Collins, levantaria muito minha carreira ter algo com ele — a olho negando com a cabeça e acabamos rindo.

— Você não existe, sério — digo ainda rindo — Ainda bem que ele não ligou mais, o Sebastian parece um cara legal!

— Ei, de que lado você está? Eu sou sua amiga Julie, e não ele — ela cruza os braços.

— Por isso mesmo, te conheço muito bem mocinha.

— Você sabe que eu não faria nada para machucar ele — diz num tom duvidoso e engraçado, mostrando que nem ela está certa disso.

— Uhum, sei — balanço a cabeça freneticamente em forma de desconfiança.

O resto do dia se resume em preparar a semana, e cozinhar, preciso comer algo que não compre pronto! Anne e eu quase nunca cozinhamos, e isso não é tão normal, considerando que somos duas mulheres "adultas" — porque não tenho certeza se assim posso me considerar e à minha amiga — morando juntas.

Por fim descansar, me deitar e dormir! Renovar a bateria para mais uma semana, com meu querido chefe baralhando minhas ideias.

•••

O som do despertador soa pelo quarto quando são exactamente seis horas da manhã! Murmuro sem parar e me remexo na cama, mas por fim, contra minha vontade, me levanto.

Me arrastando como um zumbi vou para o banheiro, faço o que preciso fazer, e após cerca de quarenta e cinco minutos estou pronta.

Me despeço de Anne e desço o prédio. Nas ruas calmas caminho até a estação e em pouco tempo estou dentro do trem que me leva ao meu posto de trabalho.

Quando lá chego, cumprimento algumas pessoas com quem me cruzo pelos corredores do grande prédio, até que finalmente estou em frente à minha mesa! Dou uma olhada na sala do Collins e parece que eu cheguei primeiro!

Me acomodo e fico organizando a agenda do meu querido chefe até que tomo um susto com ele na minha frente, eu devia estar muito concentrada, porque não o vi se aproximar e muito menos ouvi o elevador.

— Está devendo alguém Senhorita Clark? — pergunta me fazendo revirar os olhos. — Dever, eu até devo, mas não se preocupe, não é o senhor, querido chefe — digo provocadora colocando meus cotovelos sobre a mesa, junto minhas mãos e coloco meu queixo sobre elas, o encarando desafiadora.

— E posso saber quem é o sortudo?

— Um dia, quem sabe — repito a mesma resposta que já recebi dele variadas vezes, ele dá um belo e atraente sorriso de lado e num movimento rápido se inclina e deposita um rápido selinho nos meus lábios me pegando de surpresa. Confesso que não sabia como seria o dia de hoje, se o final de semana seria completamente ignorado como da outra vez, já que se tratando de Adrian Collins tudo é possível.

— Bom dia Clark — diz se afastando. Entra na sua sala fechando a porta, nego com a cabeça.

— Bom dia Collins — digo baixo, sabendo que ele não irá escutar e volto a fazer o meu trabalho.

O início do dia é tranquilo, duas reuniões, e para minha sorte não tenho que participar de nenhuma delas! No almoço prefiro comer algo no refeitório da empresa e sobre Collins sinceramente não sei.

Quando volto noto que ele já está na sua sala. Antes mesmo que eu me sente o telefone fixo toca e é ele me mandando ir até sua sala. Deixo minha bolsa na mesa e caminho até a porta da sala do Collins, bato levemente e logo a permissão para entrar vem.

— Com licença Sr. Collins, precisa de algo? — pergunto de forma profissional.

— Na verdade senhorita Clark, eu ouvi algumas coisas que estão me fazendo pensar muito — diz sedutor enquanto abre os botões do seu casaco e se aproxima de mim.

— Hum? E que coisas? — pergunto entrando no seu jogo.

— Por exemplo, que quando não estou presente não sou chamado pelo meu nome, e sim por um carinhoso apelido, qual é mesmo? — não aguento e coloco minha mão na boca me impedindo de rir.

— Na verdade são muitos apelidos, qual deles exactamente? — mordo o lábio e ele sorri de lado já próximo a mim, põe sua mão em volta do meu pescoço e se aproxima, porém, desvia da minha boca e vai em direcção ao meu ouvido.

— Sr. Arrogante, por exemplo? — diz com a voz rouca e extremamente sexy fazendo meu corpo se arrepiar.

— Eu... não sei — digo com a voz vacilante sentindo sua barba por fazer tocar minha pele — Ah, Collins, para com isso — peço sabendo que se ele continuar e vou enlouquecer.

Ele não para, e quando dou por mim, já estou em seus braços, sobre sua mesa enquanto ele devora meus lábios.

Quando entrei na sala do Collins pela primeira vez imaginei como seria fazer amor sobre sua mesa, sentir ele me possuindo e gritar seu nome bem ali. E é isso que acontece. Collins me leva a loucura como tem feito desde que eu coloquei meus olhos sobre ele.

Meu Chefe E EuOnde histórias criam vida. Descubra agora