Golden Tears

A Closer Walk With Thee

Capítulo VII

Porto Real

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Jaime encontrava-se exausto. O Príncipe Lewyn embora mais velho, ainda era um adversário mortal. Era sem dúvida um grande privilégio poder lutar com alguém que sempre admirou.

Oberyn era outro caso, embora o cunhado fosse um guerreiro formidável, parecia haver uma rivalidade declarada entre ambos. Podia perceber que o outro não o adorava, mas o respeitava como lutador e mais ainda como marido de sua adorada irmã.

O treino, nesse mundo, servia apenas como maneira de prática, visto que viviam tempos de paz. Uma maneira de manterem-se ativos e demonstrarem sua força. Após o inicio de sua batalha contra Oberyn, o Príncipe Lewyn que os assistiu durante os primeiros vinte minutos, optou por sentar-se junto de Sor Barristan que estava próximo de Sor Arthur Dayne que instruía o Príncipe Aegon e Príncipe Aemon.

Quando mais os observava, via as gritantes semelhanças entre Aegon e Joffrey, e entre Aemon e Tommen. Aegon era uma criaturazinha que consegui mascarar seu comportamento incontrolável com gentilezas e cortesias, mas naquele momento longe dos olhos atentos da corte estava sendo extremamente maldoso com o irmão mais novo. O roliço e de bom coração Príncipe Aemon estava falhando miseravelmente enquanto Sor Arthur tentava ajudá-lo a segurar a espada de modo correto, os olhos violetas cheios de lágrimas devido às palavras ferinas do irmão mais velho.

— Você é mesmo uma putinha! – Gerold disse com irritação a Aegon. – Você pode ter até certa habilidade, mas é ruim e cruel. – Aproximou-se de Aemon e retirou a espada de madeira das mãos gorduchas do primo mais novo. – Um dia você será um cavaleiro muito melhor que todos nós. – Garantiu com gentileza. Bagunçou os cachos louro-prateados e sorrindo ao ver o primo rir.

— Isso mesmo! Console a pequena Aemma. – Aegon incentivou com um sorriso venenoso nos lábios cheios. – Talvez, um dia ele seja minha esposa assim como Rhaenys será... e Joanna.

— Minha irmã nunca será sua esposa. – Gerold rebateu friamente. – Terá de se contentar com sua própria irmã.

— Eu sou um Targaryen. – Aegon disse de forma orgulhosa. – Não acontecerá comigo o mesmo que aconteceu com meu pai, casarei com quantas mulheres eu quiser. Incluindo minha prima.

— Isso é o suficiente. – O Príncipe Lewyn levantou-se e se colocou entre os dois garotos. Eles haviam se aproximado enquanto discutiam e pareciam prestes a se agredir. – Vocês são uma vergonha.

— Desculpe tio-avô. – Gerold pediu, antes de se distanciar e deixar o campo de treinamento.

Jaime que assistiu tudo em silêncio, saiu em seguida atrás do filho mais velho, encontrando-o sentado próximo a uma árvore. Sentou-se ao lado do mais novo e o olhou de maneira avaliativa. – O que foi isso? – Temeu que houvesse sentimentos da parte de seu filho mais do que fraternais para Joanna. Os Deuses não poderiam ser tão ruins.

— Ele é um monstro, pai. – Gerold responde simplesmente. – Ele fez coisas tão bárbaras que nós devemos fingir desconhecer, por sermos família. – Olhou fixamente para o pai. Dois pares de olhos verdes brilhantes tão idênticos ao do mais velho. – Rosamund Lannister era uma menina adorável, uma das damas de minha irmã e vinda do nosso ramo de Lannisporto. Ninguém fala, mas Aegon foi o único que a machucou.

Jaime recordava-se de Rosamund, ela havia sido a menina enviada com Myrcella para Dorne. Desconhecia o ocorrido com a menina nesse universo, e não desejava questionar Gerold no momento. – O que você teme? – Quis saber. Abraçou o filho pelo ombro, tentou recordar se alguma vez o Tywin o havia abraçado.

— Que Joanna seja obrigada a se casar com essa mistura barata de Aerys II e Aerion Chamaviva. – Gerold disse com pesar. – Eu sei que foi dito por você e avô que isso não aconteceria. Mas, foi diferente quando minha mãe o escolheu ao invés de Rhaegar. Dorne possui costumes diferentes e há um limite para se indispor com a família real. Rhaegar às vezes parece tentado a casá-los e outras vezes aparenta que vai casar Aegon com Rhaenys.

— Eu nunca vou permitir. – Jaime informou com convicção. – Gerold, sempre vou cuidar da nossa família. Foi o caos quando me casei com Elia. – Lembrou-se de como a situação estranha que os Martell e Lannister estavam para a família Real. Aerys II tornou-se cada vez mais abusivo em relação aos Lannister, enviou cartas de ameaça para Loreza e disse que mandaria executar Elia e ele. – Eu sempre desejei ir para as Cidades Livres, sua mãe e eu, o caos ao nosso redor só foi mais um incentivo. Dois anos depois, meu pai conseguiu casar Cersei com Rhaegar. Não havia outra noiva para o Príncipe herdeiro e...

— Foi como se os Lannister tivessem recebendo uma recompensa. – Gerold continuou e riu. Conhecia bem a história. – Você pegou a noiva de sangue valiriano e sua irmã se tornou Rainha.

Rainha dos Sete Reinos e Rainha das Putas.

Um sussurro malicioso foi ouvido apenas por Jaime. Fechou os olhos por alguns segundo e então relembrou.

Rhaegar estava desempenhando uma performance com sua harpa para a corte. As festividades da virada do ano eram as mais movimentadas dos Sete Reinos, tornando Porto Real o local em que todos os nobres se encontrava, para os torneios, bailes e competições.

Jaime levantou-se junto de Elia, ambos estavam caminhando pelo jardim da Rainha de mãos dadas, quando foram surpreendidos por duas risadas entre os arbustos. Olharam-se com diversão, curiosos para saber quem era o casal que se encontrava, provavelmente de maneira imprópria.

Foi uma grande surpresa encontrar Cersei com parte do espartilho aberto junto de um Robert Baratheon sem camisa, trocando caricias ousadas. A irmã nem teve a decência de tentar se esconder, apenas solicitou que eles deixassem sua presença. Robert por sua vez parecia sem graça e sorria de maneira nervosa para Elia e Jaime enquanto ajeitava suas roupas.

— Você perdeu sua mente! – Jaime esbravejou.

— Não é diferente do que meu marido está fazendo com a doce Delena Florent, sua mais nova favorita e musa de suas recentes canções. – Cersei cuspiu. – Não deve ser muito diferente do que a dornesa faz nas suas costas. – Indicou Elia de maneira desdenhosa.

— Você é baixa. – Elia disse com desgosto. – Sempre tentando me indispor com seu irmão.