Have You Ever Seen The Rain

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Capítulo XII

Rochedo Casterly

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Jaime não conseguia deixar de se culpar por todas as atitudes que tomou em nome do amor que acreditava compartilhar com Cersei. Havia desistido de tudo em nome da irmã. Aceitou entrar na Guarda Real de Aerys e por consequência perdeu sua reivindicação a Rochedo Casterly e a oportunidade de constituir família. Mesmo que fosse o pai de Joffrey, Myrcella e Tommen, não conseguiu desenvolver nenhuma relação com as crianças, por conta de Cersei. Tantos sacrifícios para no final descobrir sobre o envolvimento dela com outros homens.

Poderia culpá-la, mas a maior responsabilidade era dele. Precisava parar de deixar as coisas acontecerem e tomar as decisões pertinentes que garantiriam resultados melhores. E por isso, estava decido a fazer o que fosse necessário para continuar ao lado de Elia e as crianças. Ele queria tudo daquela vida. Queria dormir e acordar todos os dias ao lado de Elia. Queria desfrutar do talento musical de Joanna e elogiá-la pela composição de uma nova melodia. Queria irritar-se com Gerold e sua língua afiada e treiná-lo para ser um grande cavaleiro. Queria estar por perto para ver os gêmeos crescerem.

— Por favor. – Jaime implorou enquanto observava o estranho dia. O sol estava em seu auge, mas ainda assim uma chuva mediana molhava as terras do Oeste. O torneio em honra aos filhos mais novos havia sido finalizado na noite anterior, mas muitos convidados ainda desfrutavam da hospitalidade de Rochedo Casterly. Apertou com força o colar que continha a estr076ela de sete pontas, nunca foi um homem religioso, mas apelaria aos sete céus e sete infernos para que não tivesse de abandonar esse lugar.

— Rezar não vai adiantar. – Joanna informou quando apareceu ao lado de Jaime. – E infelizmente sou a portadora de notícias ruins.

— Vá embora Senhora Mãe! – Ordenou com raiva. – Não desejo ouvir nada de negativo nesse momento. Deve existir um modo que me mantenha aqui e se souber deve compartilhar, do contrário, deve partir. – Ela o havia colocado nessa situação, poderia não estar contente, mas teria suportado a vida odiosa que tinha. Agora, como poderia viver sabendo da existência dessa outra vida? A que sentia raiva só aumentou.

— Escute-me com atenção! – A mulher suspirou, antes de prosseguir. – Quando você adormecer acordará em um novo momento que desconheço e deve pensar bem nas escolhas e atitudes que irá tomar. – Segurou o filho pelos ombros, obrigando-o a encará-la. – Jaime preste bem atenção, as decisões que tomar estarão ligadas diretamente ao seu futuro. Não sei quantas chances você terá, mas tenho fé que serão suficientes para que você encontre a paz.

— Tive uma prova do paraíso e agora terei de perder.

— Agora você tem uma chance de conseguir seu próprio paraíso! – Joanna destacou. – Essa vida não é sua. Mas você ainda pode lutar por uma vida melhor.

— Ela está morta, mãe. – Não percebeu que estava chorando até que a mulher secasse suas lágrimas com os dedos suaves e gélidos. – Ela foi brutalizada e assassinada! E eu não pude fazer nada. E a pior parte é que eu nem imaginava que poderia amá-la com tanta força.

Joanna beijou a testa do filho demoradamente. – Recomponha-se e mostre-me o cavaleiro capaz que você é. Você acordará e terá a oportunidade de consertar as coisas. Para ter êxito na missão é necessário que esteja centrado. Filho, por favor.

— Farei tudo o que estiver ao meu alcance. – Jaime garantiu. O som da porta sendo aberta fez com que desviasse a atenção da mãe, sabia que a mulher mais velha não se encontrava mais no aposento. Assistiu Elia adentrar o quarto devagar, deveria pensar que ele estava dormindo.

— Meu senhor. – Elia disse com um sorriso nos lábios. – Eu pensei que estava dormindo. Você está se sentindo melhor? – Perguntou quando estava parada ao lado dele, estendendo a mão e tocando-lhe a testa. – Você parece um pouco febril, querido.

— Eu estou bem. – Jaime garantiu, puxando-a em sua direção. – Eu te amo!

— Eu te amo também. – Elia respondeu, abraçando-o com força. – Há algo errado? – Perguntou baixinho, quando sentiu os braços de Jaime envolve-la com força. – Algo está incomodando-o, meu amor?

— Não! – Mentiu, como poderia dizer que estava triste por perdê-la. – Eu só preciso te beijar. – Informou, unindo seus lábios aos dela demoradamente. Gemeu quando a língua de Elia tocou a sua devagar; ele amava os beijos lentos, mas precisava de mais. Queria que todas as roupas estivessem fora. Desejava levá-la contra a janela que estava umedecida pela chuva e iluminada com o sol intenso. Separou os lábios dos dela em busca de ar. – Eu quero beijar todo o seu corpo.

— Eu quero que você beije todo o meu corpo. – Elia provocou-o, rindo. – Eu sou tão grata por você ter ido para Dorne. Quando nos reencontramos, admito que estava muito tentada em descartá-lo para me tornar Rainha, mas você me conquistou e imaginar uma vida sem você me deixava triste. – Beijou o rosto dele, antes de continuar. – Eu sou tão grata aos Deuses por estarmos juntos.

— Por que...

— Eu estou dizendo isso? – Elia completou, vendo-o concordar com um aceno. – Eu não sei, só acordei com essa sensação. – Explicou, colocando a mão sobre o coração e pressionando levemente com movimentos circulares.

— Vamos dormir? – Jaime sugeriu, permitindo-se ser guiado por ela até a cama. Prometeu a si mesmo que faria de tudo para reencontrá-la.

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