Capítulo 8- Banheiras e Gravatas

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Se elevadores são espetaculares na companhia de Christian Grey, o que dizer das banheiras e gravatas?


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Olho e antes que diga qualquer coisa, percebo que se ajeitou e caiu num sono profundo, exausta e sorridente.

Me entrelaço a ela e somos dois amantes entorpecidos madrugada adentro, saciados: carne contra carne, respiração contra respiração, luz e escuridão, inocência e experiência, certeza e dúvida...


O cansaço também me domina e acabo adormecendo abraçado a ela. Acordo de um sobressalto e percebo que é madrugada e a escuridão ainda prevalece. Não sei quantas horas dormi, mas foi um sono reconfortante. Demorei alguns segundos para entender o que estava acontecendo, pois é muito estranho ter alguém dormindo em minha cama. Foi o cheiro dos cabelos dela que me fizeram lembrar o que vivemos há algumas horas atrás. Observo seu sono tranquilo. Seu rosto tem uma expressão leve, como uma pluma que paira levemente no ar. Há um misto de dúvidas e incertezas em mim, percebo que não conseguirei mais dormir.

Levanto, dou a volta na cama e a cubro com os lençóis. Fico observando seu ressonar e pensando no que acabou de acontecer entre nós. A única certeza que tenho neste momento é que Anastasia não é mais virgem. Eu a tomei para mim, roubei sua inocência em troca de muito prazer. Espero que ela nunca se arrependa por ter me deixado ser seu primeiro amante e por ter lhe apresentado o sexo. —Bem vinda ao mundo adulto, Baby!

Ela se mexe lentamente e seus lindos lábios ficam expostos para mim. Eu admiro sua beleza, deitada na minha cama, tão doce, tão... submissa. Este pensamento me deixa mais tenso ainda. Resolvo sair do quarto, com medo que ela ouça meu coração batendo em ritmo acelerado e a força dos meus pensamentos.

Vou até a cozinha, pego um copo de água gelada e encosto-me à grande parede de vidro da sala. Fico observando a paisagem noturna de Seattle e imaginando quantos outros insones observam a mesma paisagem neste momento. Me dou conta que estou num momento extremamente delicado e confuso da minha vida. Desde que conheci Anastasia venho quebrando minhas próprias regras e me revelando em muitas primeiras vezes.


Não posso negar que temos uma conexão de corpos espetacular. Meu primeiro clímax baunilha foi primitivo, doce e selvagem, bruto e delicado. Tudo o que acontece entre nós apresenta dualidades, mas não posso continuar isso com ela. Sou destrutivo emocionalmente e ela é tão doce, tão delicada.

Quase deixei aflorar meu lado obscuro, quase perdi o controle e me apresentei realmente a ela. Não fosse o fato do tesão que me provoca, talvez tivesse ido além da lenta tortura de prazer que lhe concedi, mesmo sabendo que estava no comando, que estava dominando toda a situação, por vezes achei que, na sua inexperiência, tomou conta da situação. Sim, temos um mundo para visitar juntos, para desbravar e não sei se ela vai querer me acompanhar.

Preciso fazer algo para relaxar. Vou até o piano e começo a tocar minhas melodias preferidas. Enquanto toco nem percebo que as horas vão passando.

As dúvidas e incertezas dominam minha mente. Não sei o que pensar. O medo de ser abandonado assim que ela se der conta do que realmente sou, me apavora e entristece. Não percebi a hora passar, em breve o dia amanhecerá. Estou sentado ao piano absorto em minha música. Tocar me acalma, me acalanta.


De repente, sinto que estou sendo observado e ao levantar o olhar me deparo com Anastasia parada junto a parede da entrada. A sala está na penumbra e visualizo seu rosto através da cálida luz do abajur. Ela dá um sorrisinho tímido e diz:

50 Tons, Por Christian Grey (Completa)Onde histórias criam vida. Descubra agora