-O que será que os elevadores têm?
Abro a porta do passageiro do Audi SUV para ela entrar. Ainda sinto as fagulhas que o beijo espalhou pelo meu corpo e tenho certeza que no dela também, mas mantenho a linha e não toco no assunto. Estou duelando com sentimentos confusos. Apesar de ter me deliciado em seus lábios, ainda sinto uma centelha de arrependimento, pois não tenho certeza se devo apresentar-lhe meu mundo cinza. - Que confusão, Grey!
Ao sair do estacionamento ligo meu iPod, preciso baixar a adrenalina a um nível suportável. Anastasia interrompe meus pensamentos:
- Que música é esta?
- É o Dueto das Flores de Delibes, da ópera Lakmé. Você gostou?
- Muito, é maravilhosa.
- É, sim, gosto muito dela.
Fico feliz que tenha gostado, pois não é uma música comum para jovens da idade dela, poucos costumam apreciar. Ela é mesmo uma garota incomum, muito sensível. Constatar isso só faz com que meu desejo aumente. A música acaba e ela me pede:
- Pode repeti-la?
- Com prazer. São vozes celestiais, não são?
- Você gosta de música clássica? Ela me pergunta.
- Meu gosto é eclético, Anastasia. De Thomas Tallis a Kings of Leon. Depende de meu estado de ânimo. E o seu?
- O meu também. Embora não conheça Thomas Tallis.
Volto o olhar em sua direção. Ela está realmente interessada neste assunto musical. Ou talvez esteja aproveitando o momento para focar em outro assunto e desviar a atenção do nosso delicioso beijo.
- Algum dia te mostrarei algo dele. É um compositor britânico do século XVI. Música eclesiástica da época dos Tudor. Parece muito esotérico, eu sei, mas é mágico, Anastasia.
Pressiono o botão novamente para mostrar Kings of Leon e minha música preferida: "Sex on Fire." Mas somos interrompidos pela chamada do meu BlackBerry.
- Grey.
- Sr.Grey, aqui é Welch. Tenho a informação que pediu.
- Ótimo! Mande-me por e-mail. Algo mais Welch?
- No momento não, senhor.
Desligo o telefone, pois não quero enfadá-la com assuntos de trabalho. Mas ele toca novamente.
- Grey.
- Welch mandou-lhe por e-mail uma informação confidencial, Sr. Grey.
- Bom. Isso é tudo, Andrea?
- Sim é tudo. Tenha um bom dia, senhor.
Desligo o BlackBerry novamente pressionando o botão do volante. A música recomeça e, de novo, volta a tocar. - Mas que porra irritante é esta? Justo hoje este telefone dispara desta forma?
- Grey. - Atendo irritado.
- Olá, Christian. Relaxou? - Ai caramba, agora Elliot vai falar merda!
- Olá, Elliot... Estou no viva voz e não estou sozinho no carro. - Ufa, em tempo de salvar a pátria. Suspiro aliviado, se é que dá para confiar nas merdas que Elliot possa vir a dizer.
- Quem está contigo no carro?
Balanço a cabeça irritado, tudo o que eu não queria era esta conversa, neste momento, mas preciso manter a linha diante dela.
- Anastasia Steele.
- Ah, olá, Ana! Tudo bem com você?
Ela responde sorrindo:
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50 Tons, Por Christian Grey (Completa)
Hayran KurguA história, os personagens, os diálogos são todos da E.L. James e repetidos aqui. Esta versão foi contada por Christian Grey, mas só para mim-hahaha. Ouso desafiá-lo e repasso para vocês o que ele me conta sobre esta trilogia que tanto amamos. Sabem...