— Oi , querido, tudo bem?
— Não, preciso falar com você.
—Agora? Onde você está?
—Em Portland, mas já estou voltando para casa. Te espero lá, às oito, pode ser?
—Claro! Hei, sou eu querido, Elena, te atendo quando precisar! Mas... tem algo estranho em sua voz, o que foi?
—Elena, te espero às oito.
—Sim, combinado, estarei lá.
Desligo o telefone, ainda meio zonzo. Que porra esquisita é esta que estou sentindo? Preciso falar com Elena, minha única amiga por todos estes anos. Sim, ela é a única capaz de me entender e orientar. Somente ela sabe de toda a escuridão que existe dentro de mim e tem minha total confiança.
Volto para o hotel para arrumar minhas coisas e decido voltar para Seattle. Taylor já está a minha espera e vamos embora no meu carro. A estrada parece não ter fim. Fico olhando para o telefone, quero ligar para ela, mas não consigo. Ela deve estar morrendo de raiva de mim. O que foi que você fez, Grey?
Ela queria ser beijada e eu queria ter dado aquele beijo, mas fui covarde... Tenho medo que ela seja diferente e não queira partilhar deste meu mundo sombrio e, se isto acontecer, acho que não terei forças para suportar. Ela é tão doce, tão suave, não quero machucá-la, quer dizer, só se for para dar prazer. Damos uma pequena parada para o almoço e depois vamos direto para meu apartamento.
Chegando em casa me enterro no escritório, leio e-mails, respondo alguns, despacho documentos e nem vejo a hora passar. Já é quase noite, lá fora o sol se despede tristemente do dia e parece acalentar este peso estranho do meu coração. Tomo um banho, coloco uma camiseta e calça de moletom, daqui a pouco Elena chegará e trará, como sempre, a solução para esta angústia.
Percebo que estou faminto. Decido esquentar um pouco de macarrão com queijo que Gail deixou na geladeira, abro uma garrafa de vinho e logo em seguida Elena chega.
—Olá, querido! Ela me cumprimenta junto a porta, com um abraço terno e um beijo no rosto. —Fiquei preocupada, você não me pareceu bem pela manhã, o que está acontecendo?
Retribuo seu abraço amigo e acolhedor, respondendo:
—Entre, precisamos conversar. Como sempre, preciso da sua opinião sincera. Quer jantar comigo?
—Não, My Boy. Não estou com fome, mas te acompanho numa taça deste vinho delicioso, enquanto você me conta tudo.
Sirvo Elena e termino meu jantar em silêncio. Olho para seus olhos desconfiados. Ela está como sempre: impecável. Bem maquiada, seus cabelos loiros reluzentes e escovados. Está vestindo saia lápis preta e uma blusa caramelo que lhe caem muito bem, além do sapato preto de saltos altíssimos. Seu inconfundível cheiro de mulher poderosa, graças ao Chanel 5, aroma que inalei por anos de minha vida, inundam a cozinha, a casa toda. Nosso relacionamento foi, bem digamos, foi diferente e já resolvemos acabar com tudo há uns 06 anos, com algumas esporádicas recaídas.
—Quero muito foder uma garota, mas não estou conseguindo ser muito objetivo com ela. — Não preciso de rodeios com Elena, entre nós tudo é mais fácil e já temos muita intimidade.
—E...
—Bem não estou entendendo direito o que aconteceu, hoje ela esteve em meus braços, submissa, entregando seus lábios para um beijo, eu lá de pau duro e... Não consegui beijá-la. —Elena arqueia a sobrancelha bem marcada, toma um gole do seu vinho e diz:
—My Boy, que tal começar do começo? Você está falando rápido demais, atroplendo as palavras e eu sinceramente não estou entendo nada!
Ela tem razão, estou muito excitado. Pego a garrafa de vinho e a encaminho para a sala. Nos acomodamos confortavelmente no sofá e eu, mais calmo, começo a narrar minha estranha história.
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50 Tons, Por Christian Grey (Completa)
FanfictionA história, os personagens, os diálogos são todos da E.L. James e repetidos aqui. Esta versão foi contada por Christian Grey, mas só para mim-hahaha. Ouso desafiá-lo e repasso para vocês o que ele me conta sobre esta trilogia que tanto amamos. Sabem...