Capitulo 3

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Ando pela minha casa a procura de minha família. O lugar está estranhamente silêncioso.

- Por quê? - Escuto alguém chorando - Por que ela se foi? - Identifico ser Ginna, e a encontro num canto da sala, com as mãos apoiadas no rosto.

- Por favor querida... Tome um copo d'água... - Minha mãe aparece com um copo na mão, e vejo seu rosto inchado e vermelho.

Tento chamar a atenção delas, mas é como se eu estivesse invisível.

Vejo minhas irmãs com carinha de choro enquanto olham para a TV.

- Mana! Eu quero a mana! - Diz Lanna chorosa.

Olho para a TV e vejo minha foto, e logo abaixo escrito:
"Acidente de avião deixa marcas e vidas para trás... apenas uma comissária de bordo conseguiu sobreviver"
Logo após a foto da mulher que me acompanhou aparece.

Meu rosto enche de lágrimas.

Todas estão de preto, até mesmo as pequenas gêmeas.

E então percebo oque está acontecendo...

Eu quero gritar, falar que estou aqui com elas! Mas nada sai de minha garganta, nem mesmo um ruído.

Saio de casa correndo, não sabia exatamente para onde, mas corro muito.

Quando me dou conta, estou numa ponte... Uma ponte que eu conheço muito bem...

Me vejo prestes a cair... Prestes a desistir.

Vejo eu mesma na ponta... Quase me jogando.

- Não faça isso! - Finalmente um grito sai de mim - Não desista novamente! POR FAVOR NÃO FAÇA ISSO - Meu desespero é grande.

Mas antes que eu tente me puxar, tente me salvar, vejo meu corpo caíndo, de encontro com o rio e as pedras lá em baixo.

- NÃO! - Estico a minha mão. Mas sei que não alcanço - Mas... Eu não cheguei a me jogar... Eu não tive coragem... Isso não é real! - Minha voz sai tão fraca que eu mesma não sei se falei ou se foram apenas pensamentos.

Me ajoelho sem forças para ficar vendo meu corpo lá em baixo... O som dele caindo volta aos meus ouvidos... O baque, significado de que não tinha mais volta.

Eu não queria reviver tudo isso... Eu já estava me recuperando daquilo... Não posso reviver essas memórias tão cruéis!

Um grito de puro desespero sai de minha garganta... Um grito que eu queria ter dado naquele dia da ponte...

 Um grito que eu queria ter dado naquele dia da ponte

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Levanto num susto.

Sinto meus olhos arderem, oque me faz soltar um grunhido baixo, então espero uns instantes até a ardência passar.

Onde eu deveria estar | BNHA | Temp. 1Onde histórias criam vida. Descubra agora