Capítulo 8

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Sinto minha pele arder só pelo meu ato falho de tentar respirar fundo.

Depois que injetei aquele negócio em mim, o "doutor" começou a fazer exatamente oque me disse que faria, experimentos com o meu corpo.

Era como o OverHaul fazia com a pequena Eri...

Eu estava deitada e amarrada numa maca hospitalar, naquela sala que eu já estava começando a memorizar quantos azulejos tinha.

- Vamos começar... - Meu corpo treme com o barulho de uma luva sendo colocada.

Eu não sabia exatamente o meu estado, mas sabia que meus braços estavam cheios de suturas, e minha barriga estava sendo preparada para ser aberta.

Mais uma vez aquilo iria se repetir... Eu não conseguia mais aguentar isso!

- Me mata... - Falei com a voz embargada.

Quase implorei 'pra falar a verdade... Nunca pensei que iria pedir para morrer depois de tudo que passei!

Superei um relacionamento familiar tóxico, o abandono de meu pai e um quase suicídio... Tudo para ser sequestrada e pedir pela minha morte?

- Você sabe muito bem que eu não posso... - Sua voz risonha me dá ânsia.

Minha pele se arrepia quando sinto sua mão encostar minha barriga, como se já estivesse preparado para começar com o bisturi.

Sinto minha visão começar a ficar embassada... Não por causa de algum medicamento, mas sim pela sensação de pânico!

Ele vai fazer isso de novo... É como tortura!

Sempre que ele está prestes a cortar minha pele, faz questão de nos primeiros segundos serem sem anestesia, para ver minha cara de dor! E só de pensar que agora será num lugar ainda pior, já sinto as lágrimas descendo sem mesmo ter começado tudo.

- Não se preocupe, não vou tirar nenhum órgão! Quero você saudável! - Depois de falar isso, sinto o bisturi rasgando minha pele.

Não consigo sequer segurar o grito que sai de minha garganta.

E piora quando ele coloca o afastador... Não consigo decifrar essa sensação em mim mesma... Sinto que morrer seria mil vezes melhor que isso...

Soluços saem de minha garganta, num pedido de socorro. Eu só queria sair daqui. Eu sequer conseguia falar alguma coisa, a dor era tanta que eu nem conseguia respirar direito.

- Irei preparar o seu corpo para poder aguentar os poderes que vou lhe dar... Já que sua quirk não permite ser retirada, preciso abrir espaço para as novas individualidades. Agora... Podem aplicar a anestesia geral! - Depois disso, sinto minha visão pesar e escurecer aos poucos, e essa é a única parte boa de tudo... Quando não sinto nada, e literalmente caio num sono ou sei lá oque seja isso...

_Quebra de tempo_

Abro meus olhos lentamente, e sinto um incômodo em minha barriga.

- Parece que você já acordou! - Queria não ter acordado na verdade - Como você está mais que preparada para ganhar as quirks, vou precisar que seus ferimentos ao menos fiquem melhores, por isso chamei essa moça para lhe curar - Disse o homem apontando para uma mulher claramente sob algum tipo de controle mental.

Ela chegou perto de mim e colocou suas mãos pequenas sobre meu peito, se concentrando logo em seguida.

Sinto formigamentos por todas as suturas, como se minha pele estivesse se unindo.

Onde eu deveria estar | BNHA | Temp. 1Onde histórias criam vida. Descubra agora