Entre Reis e Guerras • || Edmundo Pevensie

A primeira guerra

Havia um vestido preto que chamou minha atenção dentre todos do guarda-roupa. Ele era um tanto quanto medieval, mas era simples. Me vesti rapidamente, arrumei os cabelos e sai do quarto, procurando por Lúcia. 

Conversamos um pouco mais, comemos juntas e Edmundo estranhamente não estava a mesa. 

Havia virado amiga da rainha mais nova e agora ela me apresentava o castelo. Assim que chegamos a uma área externa, pude ver Edmundo. Ele empunhava uma espada e sorria enquanto lutava com um anão. Ambos eram ágeis, mas Edmundo dominava ainda mais as técnicas de luta, o que resultou na espada do anão sendo arremessada a metros de distância de onde estavam e na de Edmundo colada na garganta do pequeno ser. 

O anão praguejou e saiu irritado, enquanto Edmundo ria.

_ O único espadachim capaz de me vencer é Pedro. E mesmo assim, com uma grande dificuldade.. - falou e enquanto isso, os outros súditos aplaudiam.

_ Não pude deixar de notar os seus olhares em Edmundo.. - Lúcia comentou, chamando minha atenção. 

Posso jurar que fiquei vermelha assim como meus cabelos.

_ Rainha Lúcia.. eu.. eu.. - não encontrava palavras, e se ela ficasse brava comigo? - Eu juro que eu.. - será que ela acharia que eu estava afim de seu namorado/noivo/marido? 

_ Não precisa falar nada.. - ela riu - O meu irmão é irritante, mas é... até... bom, ele é bonito.

_ Irmão? - a encarei - Ele é seu irmão?

_ Sim.. - ela ficou confusa - Achou que tivéssemos alguma coisa? Pedro, Susana, Edmundo e eu somos irmãos, nós 4. Pevensie.

_ É.. pensei que fossem casados.. - admiti timidamente, fazendo com que ela gargalhasse - Achei que estivesse com ciúmes.. Mas eu não tenho interesse... eu só.. achei ele misterioso, me deixou curiosa.

_ O Edmundo tem suas particularidades.. - ela deu de ombros, ainda achando graça - Mas o caminho está totalmente livre pra você.. bom, não por muito tempo.. 

Pudemos ver algumas dríades, fadas e outros seres do bosque rodeando ele, cheias de risadinhas e tocando seus cabelos enquanto o elogiavam. Apesar de serem criaturas não humanas, ainda eram fêmeas lindas. Assim que Edmundo notou nossa presença, se afastou delas e veio a nosso encontro. 

_ Do que vocês tanto riem? - quis saber ao se aproximar, fazendo uma pequena reverência e apenas eu retribui, o que o fez sorrir - Qual a piada, Lu?

_ Ah, Elizabeth achou que nós dois fôssemos um casal.. - Lúcia contou e Edmundo franziu o cenho, enojado.

_ Eca! - ele riu - Não que você seja feia Lúcia... mas... não! Você não faz o meu tipo. 

_ E qual o seu tipo? Dríades? - ela riu.

_ Na verdade, eu gosto de.. - ele começou a dizer, mas foi interrompido por um pequeno alvoroço. 

Um cervo cortou entre a multidão de criaturas e correu até Edmundo.

_ Majestade.. - disse ofegante, espera ai, ele falou? - Más notíciais. Um estrangeiro chegou aos bosques de Nárnia.. disse que há um exército calormano marchando em direção ao castelo de Arquelândia, eles pretendem iniciar uma guerra. 

_ Tem certeza disso? - Edmundo ficou atento e o animal falante assentiu - Guardas! - o rei gritou e todos se calaram prestando atenção e se colocando em posição para atender as ordens do rei - Estamos prestes a entrar em uma guerra. O reino de Arquelândia está sob ataque, precisamos nos organizar e intervir. Se os calormanos tomarem Arquelândia, tentarão tomar Nárnia também. Preparem-se!