Bônus: café com ciúmes

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FLASHBACK ON:

_ Ah, aí está você! Eu estava preocupado que você tivesse morrido ou algo assim... -  sorri quando o rosto familiar apareceu na frente do balcão. 

Ele sorriu para mim, enquanto eu anotava seu usual pedido de sempre.

_  Sem canela? - perguntei a ele que assentiu - Não sei como ainda somos um casal. Você odeia a maioria das coisas que eu como e vice versa. 

_ Nós dois não precisamos comer a mesma coisa sempre para eu beijar você durante a noite toda em nossa cama.. - ele sorriu atrevido dando de ombros enquanto pegava sua bolsa e ia em direção a mesa do canto. 

Ed costumava passar horas dentro da pequena cafeteria, apenas conversando comigo e fazendo seus trabalhos da faculdade ou lendo algum livro, mas na realidade, estava apenas assistindo meu trabalho, me observando, pelo menos era uma forma de passar tempo juntos.

Eu gostava da cafeteria. Ganhamos uma herança considerável e então não precisamos nos preocupar muito com dinheiro, por isso, há três anos quando terminamos a escola, Edmundo quis ir para a faculdade e eu preferi trabalhar um pouco para me distrair enquanto ele estivesse fora. Era mais como um hobbie, já que eu amava o ambiente e café, é claro.

_ Alguma adição aventureira no seu primeiro dia de volta depois das férias? - perguntei enquanto colocava a xícara e alguns cookies na frente do jovem rei, que no momento era um universitário - Seu total é de 4 libras... -  Edmund me passou seu cartão e colocou uma boa quantia em dinheiro no frasco de gorjetas. Passei o cartão, eu mesma coloquei a senha e devolvi a ele que sorriu agradecido.

Ele enfiou as mãos na bolsa de couro e retirou um caderno e lapiseira, começando a rabiscar algo enquanto tomava seu chá.

Tsc.. ingleses. 

_ Meus irmãos estão na cidade.. - ele contou brevemente e voltou a prestar atenção no caderno - Podemos conversar sobre isso depois.

_ Podemos ir visitá-los.. - respondi - Estou com saudades do Pedro.

Ele me lançou um olhar de advertência, mas assim que ri, ele voltou os olhos para o caderno. Voltei para o trabalho, o deixando estudar.

_ Ah, me desculpe moça.. - um cliente me parou enquanto eu voltava para o balcão - Acho que sua colega de trabalho me deu um descafeínado...  - ele sorriu timidamente para mim e apontou para outra garçonete que estava mais distante em outra mesa - Eu, particularmente, até gosto, mas não depois da semana que tive.

_ Me desculpe senhor! - fui até o balcão e preparei outro café para ele rapidamente e peguei um cupcake também - Então esta é uma sobremesa bem merecida, por conta da casa.

Estendi a bandeja e ele corou levemente quando sua mão roçou a minha sem querer. Estranhei, mas não falei nada.

O homem era charmoso e descontraído. Alto, forte, loiro, olhos azuis e um sotaque irlandês um pouco forte. E costumava vir a cafeteria todos os dias, sem falta, ás 5 hrs da tarde.

_ Obrigado... - ele começou a caminhar em direção a sua mesa, mas voltou e respirou fundo antes de falar comigo novamente - Se importa se eu perguntar... Quando você sai? Quero dizer.. quando acaba o seu expediente?

_ Cerca de meia hora, por quê? - passo um pano no balcão tranquilamente, minha voz leve e brincalhona. 

O homem encostou-se ao balcão e olhou para o relógio em seu pulso.

_ Estava me perguntando se você gostaria de comer alguma coisa... - ele tosse e dá um gole no café - Comigo?

_ Como é? - o encarei, incrédula - Eu não estou entendendo. 

_ Bem.. Por que você acha que eu venho à loja todos os dias?

_ Cafeína? - falei como se fosse óbvio.

_ Não, garçonete bonita, obviamente.. você.. - ele sorriu me deixando incomodada e sem graça - Nunca se perguntou por que eu sempre tomo café às 17h? Eu venho observar você. 

_ Então terei que pedir que pare.. - ouvi a voz de Edmundo surgir atrás de mim e suspirei aliviada por não ter que responder, mas estremeci preocupada quando ele completou a frase - Ou eu terei que fazer com que você não volte mais. 

_ Desculpe, mas.. eu conheço você? - o irlandês perguntou, encarando Edmundo.

_ Sou o Edmundo. Noivo dela.. - falou cruzando os braços após erguer sua mão mostrando o anel prateado de noivado, semelhante ao meu - Pode nos dar licença?

_ Ah, me desculpe.. eu não.. sabia.. 

O homem se afastou levemente constrangido, mas também irritado.

Edmundo e sua atitude que era a quantidade perfeita de arrogância e sarcasmo enquanto seu semblante permanecia reservado e doce.

Eu simplesmente amo esse homem com todo o meu coração e a cada batida dele. 

Antes que Edmundo pudesse falar algo, eu ri. O que fez com que ele fechasse a cara e erguesse o nariz, na sua habitual pose pomposa. 

_ Te amo.. - sorri antes de dar um rápido selinho nele e voltar para trás do balcão.

_ Eu não vou falar nada.. - respondeu antes de voltar a sua mesa, ainda meio irritado.

Eu achava tão fofinho quando ele ficava com ciúmes. 

Entre Reis e Guerras • || Edmundo PevensieOnde histórias criam vida. Descubra agora