A segunda guerra

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Havíamos organizado um plano e esperava do fundo do meu coração que desse tudo certo. Era a nossa única chance. 

Lúcia teria que passar pelo exército e ir até a floresta encontrar Aslam. E nós precisaríamos retardar a guerra até Lúcia voltar com Aslam, ou estaríamos todos mortos, já que metade do exército telmarino já era consideravelmente maior que o nosso. 

Eu havia tido um plano e nesse momento estava caminhando com Edmundo até a barraca que os telmarinos organizaram no outro lado do campo para que o rei deles ficasse. Os reis aprovaram a ideia, mas Ed se opôs fortemente a parte de que eu fosse com ele até o território inimigo, ainda bem que Pedro permitiu que eu fosse.

Os soldados faziam duas filas na entrada na tenda, Edmundo e eu passamos  tranquilamente. Havia uma espécie de conselho reunido para nos receber. Miraz estava ao centro, sentado numa mesa enorme, usando sua armadura dourada, mas já estava sem máscara e capacete. Ao seu lado havia vários homens que deveriam ser os generais do exército. Seu conselheiro ficou em pé ao nosso lado. 

_ "Eu, Pedro, pela graça de Aslam, por eleição e por conquista, rei de Nárnia, de Cair Paravel e Imperador das Ilhas solitárias, visando evitar o abominável derramamento de sangue desafio o usurpador Miraz a um combate no campo de batalha. A luta será até a morte. O prêmio, a rendição total..." - Edmundo terminou de ler o pergaminho e o enrolou, enquanto aguardávamos a resposta.

_ Diga-me, príncipe Edmundo.. - Miraz começou a falar, mas eu o interrompi.

_ É rei.

_ Como é? - ele me olhou levemente irritado.

_ É rei,  rei Edmundo... - falei sem me importar com o olhar raivoso que recebi.

_ Só rei. Pedro é que é o Grande Rei. Eu sei, é confuso.. - Edmundo sorriu enquanto explicava.

Todos pareceram ficar incomodados, mas Miraz prosseguiu.

 _ Por que nos arriscaríamos com tal proposta se nossos exércitos poderiam acabar com vocês até o anoitecer? 

_ Você já não subestimou nossos números antes? - Edmundo perguntou confiante - Quer dizer, há apenas uma semana os narnianos estavam extintos. 

_ E vão estar novamente.. - Miraz rebateu.

_ Então há pouco a temer.. - intervi.

Miraz riu abertamente.

_ Não tenho que responder a uma mulher.. - o falso monarca respondeu ácido - Controle sua subordinada, rei Edmundo.. - falou com deboche.

_ Ela não é minha subordinada. E pra ser sincero, ela tem bem mais direito em entrar em negociações políticas do que você, Miraz.. - Edmundo rebateu levemente irritado com a forma que Miraz havia falado comigo - Considerando que ela em breve se casará com um rei legítimo de Nárnia.. - Miraz arfou furioso com a resposta - Mas voltando ao assunto que realmente interessa, se está tão seguro quanto ao seu exército, não há o que temer. 

_ Não é questão de bravura.. 

_ Então recusa-se a enfrentar alguém com metade da sua idade? - Edmundo alfinetou.

Miraz lançou um olhar irritado. Isso ai meu amor, pegou no ponto fraco do adversário.

_ Eu não disse que me recusava.. - Miraz falou. 

_ Conte com nosso apoio, vossa Majestade.. - um dos homens da mesa falou - Seja qual for sua decisão. 

_ Só nossa vantagem militar já é uma desculpa perfeita para evitar o que poderia ser.. - outro homem começou a falar, mas Miraz o interrompeu, se levantando tempestuosamente da cadeira.

Entre Reis e Guerras • || Edmundo PevensieOnde histórias criam vida. Descubra agora