Príncipe Caspian

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Haviam se passado alguns meses em Nárnia. Eu estava amando o lugar e também havia me dado muito bem com os irmãos Pevensie, principalmente com Lúcia que havia se tornado minha melhor amiga. 

As aulas de luta estavam sendo ótimas. Era impossível vencer Edmundo, mas eu havia melhorado indiscutivelmente. Já conseguia lutar com alguns anões do reino, mesmo perdendo por pouco.

_ Vamos princesa, você ainda tem muito a melhorar! - um anão riu enquanto eu abaixava para pegar a minha espada que fora arremessada longe por ele - Pode ter se tornado o bichinho de estimação do rei, mas você não é tão boa quanto ele.

_ Ei! - Edmundo o repreendeu e ele ficou sério na hora - Onde estão os seus modos? Ela está aprendendo ainda. Se quer zombar de alguém, que seja alguém com experiência. Estou disponível para uma batalha já que é tão bom assim.

_ Não senhor, me desculpa.. - ele disse e se retirou.

[...]

Segurei a rédea com força em minha mão enquanto apertava a cela entre meus joelhos, vendo o cavalo saltar. Pedro disparava na frente em seu unicórnio branco, sendo seguido por Lúcia e Susana, ambas em cavalos negros, Edmundo com seu cavalo castanho e finalmente eu, em uma égua castanha. 

Lilith, minha égua falante apressou seu trote e ficou ao lado de Filipe, o cavalo de Edmundo. O rei mais novo me olhou, sorrindo enquanto ainda corríamos.

Algo chamou a atenção de Pedro e ele sinalizou para que parassemos e fizessemos silêncio.

Um pouco mais adiante, no rio, era possível avistar um pequeno bote onde dois soldados totalmente vestidos de prata, arremessavam alguma coisa na água. 

_ Parados! - Susana gritou, enquanto tirava uma flecha da aljava em suas costas e posicionava o arco. 

Lúcia deu alguns passos atrás, assim como eu. Pedro e Edmundo desembanharam suas espadas e avançaram para a margem. 

Um dos soldados pegou uma besta, mirando nos meninos, mas Susana foi mais rápida e acertou a flecha em seus ombros, fazendo com que se desequilibrassem do bote e caissem na água.

Pedro pulou na água e mergulhou. Após alguns segundos, emergiu na superfície trazendo consigo um anão. Edmundo também entrou na água e puxou o bote, trazendo-o para a praia.

Susana, Lúcia e eu nos aproximamos do anão que Pedro agora colocava na areia. Ele estava amordaçado e tinhas braços e pernas amarrados por cordas. Com seu pequeno punhal, Lúcia o libertou rapidamente antes de se afastar, indo para perto de Susana. 

Edmundo veio em minha direção, ficando um pouco mais a minha frente e observei atentamente o anão. 

Ele aparentava ser velho. Possuia cabelos e barbas loiras, além de pele bronzeada. Ele cuspiu um pouco de água e se levantou apressado.

_ Poderiam ter sido mais rápidos.. - ele resmungou - É o melhor que sabem fazer?

_ Um simples "obrigado" já bastaria.. - Susana retrucou irritada.

_ Talvez devessemos tê-los deixado te afogar.. - Pedro também respondeu. 

O homem bufou.

_ A propósito, por que eles estavam tentando te matar?

_ São telmarinos.. é tudo o que eles fazem.

_ Telmarinos? Em Nárnia? - Edmundo perguntou. 

_ Quem são vocês? - o anão resmungou - Parece que não andam sabendo a situação de Nárnia. 

Entreguei a espada de Pedro que ele havia deixado na margem antes de pular no rio para salvar o anão, e o mesmo observou atentamente a bainha e também, a haste. Havia um leão desenhado em Rhindon, sua fiel e inseparável espada, que todos já ouviram falar.

Entre Reis e Guerras • || Edmundo PevensieOnde histórias criam vida. Descubra agora