O Passado no Presente

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 Depois do baile Draco tinha me levado para a casa dele, eu estava irradiando raiva queria bater tanto no Fred, após dar uma leve acalmada contei a história toda para o loiro.

— Meu primeiro namorado era o menino da rua debaixo, ele era uns dois anos mais velho, nos conhecemos nas férias, eu era muito inocente na época e não via maldade nas coisas que ele fazia não só comigo mas com os outros também, ele era extremamente manipulador e tóxico, mas eu não reparava- comecei olhando para o fogo.

Estávamos sentados no sofá na frente da lareira acesa no quarto dele tomando chá, eu estava usando um moletom verde-escura com uma faixa branca, já que quando chegamos Draco me deu algumas das roupas dele para eu poder tirar o vestido e os sapatos, o moletom tinha o cheiro de maçã verde, o cheiro dele.

— Pulando um pouco a história toda, no final das férias em uma festa de família fiquei incomodada com ele falando com a minha prima, ele me acusou de ser ciumenta demais, acabei me sentindo culpada e não nos falamos por uma semana. Eu já tinha voltado para a escola quando minha mãe me mandou uma carta falando que ele e essa minha prima estavam me traindo desde sempre- lágrimas começaram a rolar pelas minhas bochechas.

— O maior problema foi que essa minha prima estava grávida dele- Draco levou as mãos até o meu rosto e secou as minhas lágrimas. Pude ver a compaixão no olhar dele, parecia que ele queria arrancar essas memórias de mim.

— Como eu fui muito manipulada por ele, acabei pensando que não encontraria mais ninguém nesse mundo, eu fiquei louca, eu literalmente surtei. Eu voltei para casa imediatamente e coloquei ele contra a parede exigindo uma explicação ele me disse tantas coisas horríveis, cada vez que ele abria a boca era como se ele pisasse no meu coração. Depois disso fiquei em terapia por um bom tempo, acabei desenvolvendo problemas de confiança, aquilo me marcou demais por isso que eu sou assim, por isso que eu não namoro mais. Mas eu acabei me acostumando com o Fred, eu não queria me apegar, não queria passar por isso mais uma vez, vendo ele beijar a ex dele foi como se alguém me jogasse de vola para o passado- agora os meus muros ruíram, revisitar essa parte do meu passado ainda era muito dolorosa, os únicos que sabiam eram os meninos. E agora Draco, 

— Vic- Draco suspirou me puxando para um abraco

— Se esses dois idiotas fizeram isso com você eles tem sérios problemas, você é maravilhosa, incrível, divertida, entre muitas outras coisas. E eu agradeço por ter me contado isso, eu sei como é difícil compartilhar essas coisas, e sou grato por confiar em mim-

P.O.V Draco 

Fiquei fazendo cafuné até ela dormir, aquilo realmente a abalou, a peguei no colo e a coloquei na minha cama. Ela deu um leve resmungo quando cobri ela, os olhos ainda estavam vermelhos e inchados. Peguei a minha varinha e fiz uma garrafa de Whisky e um copo com gelo aparecer, com mais um movimento virei o sofá em direção a cama, sentei com a bebida na mão dei um gole e pensei em tudo que ela me disse. Enquanto ela me contava tudo tive que me segurar para não ir atrás dos dois idiotas. Suspirei alto vendo ela deitada às vezes ela tinha pequenos soluços de tanto que chorou.

Escutei leves batidas, desviando o meu foco olhei na direção do barulho e vi a cabeça da minha mãe surgindo no vão da porta.

— Entra mãe, mas cuidado ela está dormindo- ela acenou com a cabeça e sentou ao meu lado.

— Filho o que aconteceu? Recebi um sinal que usou o anel você sabe que ele é para emergências, se quisesse trazer ela para ca de noite tinha outras maneiras- ela começou delicada.

Suspirei dando mais um gole na bebida, -A vic teve um Gatilho, mãe, o primeiro lugar que eu pensei trazer ela foi para cá, consegui acalmar ela, não vou contar o que ela me disse- minha mãe concordou com a cabeça, -Draco você gosta mesmo dela né?- ela pergunta diretamente para mim -Você nunca trouxe ninguém aqui para casa sem contar que nunca se interessaria em ajudar os outros, ela transformou você- fiquei em silêncio por alguns instantes, minha mãe era minha confidente, sabia que eu podia contar tudo para ela. 

— Eu acredito que sim mãe, às vezes ela parece estar próxima de mim, mas outras ela parece estar em outro planeta, eu quero poder cuidar dela, fazer cafuné até ela dormir.- suspirei -mas eu não sei como me aproximar dela, não quero machucar ela mãe- encostei no sofá olhando para o teto -Filho se não se ariscar nunca vai saber como possa ter sido, só posso dizer que gosto muito dela e julgo que ambos combinam, eu vi os dois no teatro, me lembraram eu e seu pai quando tínhamos a sua idade- ela levantou estendeu a varinha e materializou um jornal e me deu -Agora vai dormir- ela alertou e saiu do quarto, olhei o jornal e vi o anúncio do jogo que Viktor tinha comentado anteriormente, Vic iria derrotar a Seleção Canadense.

 Levantei em um salto e fui até a minha escrivaninha do lado da cama, Vic estava virado na minha direção, ela era linda até dormindo, comecei a escrever uma carta correndo para o ministro dos esportes pedindo 5 ingressos na ala especial, planejei em ir com a minha família e convidar os pais da Vic, imediatamente pedi que os convides do Sr. e da Sra. Krum fossem entregues o mais rápido possível. Após enviar a coruja, tirei a blusa e vestia uma calca de pijama, deitei ao lado da vic já iria me virar de costas para ela querendo respeitar a privacidade dela quando a mesma acorda.

— Draco?- ela chamou bêbada de sono 

— Sim?- respondi olhando para ela que estava de olhos fechados 

— Dorme de conchinha comigo por favor?- ela pediu lentamente, tenho certeza que ela não vai lembrar disto amanha, mas do mesmo jeito coloco seus bracos ao redor da sua cintura e a puxo em minha direção fazendo meu peito encostar nas costas dela. 

— Draco?- ela chamou mais uma vez 

-Sim vic?- respondi sorrindo enquanto afundava meu nariz no cabelo cheiroso dela.

— Promete que não vai me abandonar?- ela perguntou antes de voltar para um sono mais profundo.

— Eu prometo- respondi mesmo sabendo que ela não iria escutar, acabei adormecendo sentindo o perfume do cabelo dela, era um cheiro que me lembrava a primavera.

A Garota do NorteOnde histórias criam vida. Descubra agora