capítulo 8

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       Raul:

      Faz algum tempo já que me levantei, agora apenas estou tomando café da manhã com minhas filhas, não deixo de perceber como Júlia está quieta, não tenho duvida que seja pelo nervosismo do castigo, não queria ter que fazer isso, mas ontem ela desrespeitou duas de minhas regras mais importantes, a primeira de claramente não fazer birra muito menos quando estivermos em publico, a segunda de me desrespeitar então não tenho opção a não ser a castigar principalmente para ela não pensar que pode fazer qualquer coisa e não haverá consequências. Sou interrompido de meus pensamentos com sons de passos na escada na sala.

      Não demoro e já sigo para sala vendo a menina de ontem em pé na escada - bom dia senhorita que bom que acordou, bem mas não vamos exagerar venha aqui - falo me aproximando dela para lhe levar para o sofá, não me surpreendo infelizmente dela se afastar instantaneamente e já assumir uma postura para poder fugir.

      Respiro fundo pensando como essa criança deve estar machucada - não precisa se preocupar pequena, não irei te machucar mas a mocinha precisa se sentar você sofreu fortes emoções ontem e não pode se esforçar muito - falo calmo e ficando um pouco distante dela para ela se acalmar, mesmo querendo pegar ela em meu colo e lhe dar todo o amor que ela merece sei que ainda não posso isso.

      Ela fica alguns segundos olhando entre mim e o sofá,  já pensando que ela não sentaria ela foi devagar até o sofá e se sentou como se estivesse pronta a qualquer momento para fugir, não demoro e vou em direção a poltrona para ficar de frente para ela, sentindo o olhar dela em mim, fico alguns segundo lhe observando e começo a falar.

      - Bom mocinha meu nome é Raul Bennett, sei que você deve estar com medo por ter acordado em uma casa de um estranho- começo já me apresentando - então antes de você se apresentar irei lhe explicar o porque de você estar aqui, bom ontem a noite por causa da tempestade peguei um atalho para chegar mais rapido em casa, esse atalho atravessava uma boate, por ser um pouco tarde já eu comecei a anda devagar naquela parte para não causar nenhum acidente - paro um pouco para observar ela que ainda não mudou sua postura mas está prestando atenção -  quando observei uns dois rapazes grandes praticamente arrastando uma menina para um beco, diante dessa ação eu parei o carro imediatamente e entrei no beco para evitar o pior, foi ai que eu te achei deitada no chão com dois vermes tentando te abusar.

      - ta bom Raul né, não precisa continuar, já entendi que você não me deixou eu lá, mas ainda não entendi porque estou na sua casa - ela fala me interrompendo.

      - bom mocinha, quando eu fiz os vermes sairem correndo eu te peguei no colo vi que você tinha dormido de tanta energia que tinha gastado, logo lhe levei para meu carro e lhe trouxe para minha casa e chamei meu médico para fazer uma mini consulta - termino de explicar como ela veio parar em minha casa - bom agore que já terminei se apresente senhorita.

      Ela me olha com surpresa e fica me encarando por alguns segundos, quando penso em lhe perguntar de novo ela fala.

      - bom meu nome é Luiza e bem eu tenho... 18 anos é isso eu tenho 18 anos - ela logicamente mentiu, respiro fundo me lembrando que ela ainda não era minha filha.

     - mocinha eu não sou idiota, então trate de falar sua verdadeira idade e não adianta tentar mentir - falo sério agora, e ela rapidamente assume uma posição pronta para correr de novo, continuo lhe olhando sério, fico algum tempo esperando ela falar a verdade, percebendo que ela não iria me falar, continuo falandos sério- mocinha eu lhe fiz uma pergunta não me faça repetir - quando termino de falar ela fica mais estática ainda, mas não demora a falar.

      - e-eu tenho 17 anos ok - ela fala e logo desvia seus olhos dos meus.

       - por que você estava perto daquela boate, ainda mais sendo menor de idade ? - continuo lhe perguntando - ué eu fui me divertir, o que mais seria - ela fala revirando os olhos - não revire os olhos é falta de educação, e crianças como você não se divertem em boates proibidas para menores.

      - eu não sou criança! - ela grita logo que eu termino de falar - E tudo bem valeu que você me salvou mas você não manda em mim, então eu acho que meu tempo aqui já passou, então tchau, tchau - ela fala já se llevantantando.

      - mocinha para ai mesmo, e você é apenas uma criança sim tem apenas 17 anos, e me fale onde você mora ou com quem ? - falo me levantando e ficando em sua frente de novo.

      - não te interessa cara, agora você pode me deixar sair daqui? - ela fala agitada - se eu estou lhe perguntando me interessa sim, e eu não irei deixar uma menina de apenas 17 anos que claramente fugiu de casa e mora na rua sozinha, e ainda mais estando claramente doente - falo firme com ela percebendo ela ficar estática, pego em seu braço e lhe faço sentar novamente no sofá.

      - N-não é ver-ver... - ela começa a falar claramente tentando inventar alguma mentira - nem tente mentir mocinha, agora me explique por que a senhorita fugiu de casa ?

      - você não precisa saber, mas o que você vai fazer agora. Porque se você pretende me devolver para meus pais, você sabe que não vai funcionar muito menos um orfanato, então o que você vai fazer ? - ela fala seria como se fosse uma adulta.

      - tudo bem não precisa me falar porque você fugiu de casa agora, quando quiser eu estarei ouvindo. Bom e para sua pergunta eu sou um homem bastante rico, e algum tempo já eu ajudo meninas com problemas, praticamente lhe trato como filhas, se você quiser você poderá morar aqui claro tendo as mesmas regras de todas se você aceitar isso irmãs. Você voltaria para escola o que você acha sobre isso? - já lhe faço a principal pergunta, quando ela vai começar a falar a sala é invadida por todas minhas filhas correndo até mim.

      - papai! A gente pode ir na sala de jogos agora ? Por favorr - elas falam todas juntas, percebo Luiza ficar um pouco tensa com tanta gente perto - claro que podem meus amores, mas daqui 1 horas vocês vão fazer outra coisa - ahh não papai, só mais uma horinha vaii, hoje é sábado, e a gente não tem nenhuma atividade pra fazer - bruna fala manhosa e todas as meninas concordam - tudo bem meninas hoje vocês podem ficar mais uma hora na sala de jogos, mas não quero brigas lá - já aviso e dou um beijo na testa em cada uma delas que saem correndo para a sala de jogos.

      Me viro de novo e vejo luiza me olhando como se tivesse visto um extraterrestre - essas meninas todas são meninas que você ajuda ? - ela fala me olhando - são sim então você já sabe sua resposta?

      - eu não sei ainda, mas... eu posso... posso experimentar... tipo... tipo fazer um teste... pra ver se eu realmente fico... tipo isso... pode... pode ser - ela gagueja bastante ao falar, mas eu dou um sorriso por ver em seu olhar, um tipo de desejo com esperança.

      - claro que pode querida, vamos com calma então pode ter certeza que você não vai se arrepender ta bom.

      Respiro fundo, que isso foi apenas o primeiro passo.


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