capitulo 12

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               Luísa:

      Acordo com alguém me mexendo - hã que houve - falo me levantando, vejo que Júlia esta me observando - o que aconteceu, tá observando minha beleza - falo tentando soar sarcástica, mesmo anda estando triste pela briga de antes.

      - olha você pode até  tentar mentir, mas aqui todas nós somos experts em esconder os sentimentos, então você pode escolher entre não ficar nessa família mas se você decidir ficar você precisa saber que aqui ninguém consegue esconder seus ssentimentos - ela fala se sentando ao meu lado e falando sério, eu tento segurar o choro mas não consigo, ela imediatamente me da um abraço - tá tudo bem, tudo bem olha se você quiser falar tudo bem, aqui todas nós temos nossos passados difíceis, ninguém vai te chamar de fraca .

      - de-desculpa eu não deveria estar chorando assim. Eu tive uma briga com suas irmãs na verdade com a Bruna, como você consegue pelo que eu ouvi você tava apanhando e mesmo assim você não demonstra medo ou raiva por ele como? - eu pergunto a primeira coisa que me vem a mente .

      - olha eu te entendo, quando eu cheguei aqui eu tive a mesma reação, você provavelmente não teve a melhor família do mundo - é eu não tive e acho que todas que estão aqui também não tiveram - você está certa, toda nós tiveram horríveis famílias, até o Raul nos encontrar, ele foi o primeiro que deu sentido na vida da gente, deu uma família, e o que você ouviu antes era eu apanhando sim, nas não pense que ele estava me machucando. Você pode perceber que ele não nos trata como adultos certo?  - eu apenas afirmo com a cabeça e continuo a prestar atenção - ele nos trata como crianças então obviamente temos regras de crianças e quando fazemos algo errado ele nos castigo, e algumas vezes com palmadas, que eu não irei mentir e dizer que não doem mas o que eu posso dizer é que não passam nem perto de machucar e é sempre na bunda.

      Ela termina de falar e fica me olhando, fico alguns segundo quieta apenas processando tudo o que ela disse - mas vocês não ficam irritadas ?- pergunto logo que saio do meu transe - não a gente não fica - ela da uma risada - imagine assim, você recebe todo o amor, carinho,cuidado do mundo você não passa um segundo se perguntando se você realmente faz parte da familia, mas você tem regras normal não é mesmo? Enfim e se você descumpre alguma dessas regras você sofre uma punição, mas logo após você já é acalentada e cuidada novamente, para mim isso vale apenas, porque eu não tenho que ter medo todo dia se eu vou apanhar até desmaiar porque eu queimei a comida ou não consegui arrumar toda a casa - ela termina de falar e me lembro como era minha vida com meus pais.

                Flashback on                                                    

      Eu não sei o que tava na minha cabeça de sair de casa, pelo menos ainda é dia então meus pais ainda estão trabalhando, mas é melhor não testar a sorte então vou rápido para a casa.

      Já estou chegando na minha casa, quando vou chegando mais perto fico paralisada ao ver o carro do meu pai na frente da minha casa. Fico na esquina pensando se não era melhor dormir na rua, imediatamente lembro da última vez que fiz isso e decido não fazer isso, melhor entrar agora.

      Vou indo em direção para minha casa já tremendo, chego perto da minha casa e começo a ouvir a voz do meu pai nervosa, eu respiro fundo e abro a porta vendo meu pai me encarar com raiva.

      - pa-pai eu po-posso ex-explicar - falo protegendo meu rosto com os braços, vejo ele vindo em minha direção e tento correr em direção as escadas mas ele consegue segurar, me jogo no chão para tentar fugir, me desespero ao ver o pedaço de madeiras com pregos dele.

      - eu me mato pra trabalhar, para quando eu chegar em casa você ter resolvido sair, sem arrumar de casa nem ter feito uma janta para seus pais que te dão tudo! Agora você vai aprender a fazer suas responsabilidades!  - ele fala me puxando para perto do pedaço de madeira - n-não pa-pai po-por favor, eu n-não fa-faço mais, n-não me ba-bate por favor - falo tentando me puxar.

       Você CLAP auu! nunca CLAP mais CLAP saia paraaa!CLAP de CLAP casa CLAP socorrooo sem CLAP permição CLAP

      Nunca CLAP mais tá me machucando CLAP deixe CLAP de CLAP arrumar CLAP a CLAP casa CLAP

      Não CLAP quero socorrooo CLAP nunca CLAP mais CLAP chegar CLAP em por favorrr CLAP casa CLAP sem CLAP,ter CLAP janta CLAP pronta CLAP

       Nunca CLAP mais CLAP eu CLAP quero CLAP chegar CLAP emmCLAP casa CLAP e CLAP você CLAP estiver CLAP fora
      
    CLAP** CLAP** CLAP** CLAP** CLAP** CLAP** CLAP** CLAP** CLAP** CLAP** CLAP** CLAP** CLAP** CLAP** CLAP** CLAP** CLAP** CLAP** CLAP** CLAP** CLAP** CLAP** CLAP** CLAP** CLAP** CLAP** CLAP** CLAP** CLAP** CLAP** CLAP** CLAP** CLAP CLAP** CLAP** CLAP** CLAP** CLAP** CLAP** CLAP**

      Começo a sentir o sangue escorrendo pelas minhas pernas e começo a ver tudo escuro até que não sinto mais nada.

                  Flashback off

      - Luísa, Luísa respira fundo, por favor olha pra mim LUÍSA - saio do meu transe com Júlia me chamando, percebo que eu meus braços estão com arranhões e eu estou tremendo. - tá tudo bem, você está segura agora, não se preocupa olha me acompanha inspira... expira - acompanho ela até parar de tremer.

      - obrigada - falo ao que consigo parar de tremer - tudo bem Lu você não é a primeira a ter uma crise de ansiedade por lembrar do passado, nas olha eu posso te dizer que falar sobre melhora 100% as crises, se você não se sentir confortável comigo ou com as meninas o pai concerteza vai te levar para um psicólogo - ela me da um abraço - obrigada por isso Júlia, mas eu ainda não sei se eu consigo participar dessa família.

      - olha Luísa aqui não é uma prisão, você pode sair a hora que quiser mas se você não quiser sair e querer fazer um teste ninguém vai te impedir, mas você precisa decidir. Então você quer ou não participar dessa família.

     Fico quieta um bom tempo depois que ela faz a pergunta, por que é tão difícil decidir isso? Eu quero tentar mas é difícil tentar de novo, eu não sei se não é mais fácil negar do que me decepcionar novamente.

      - Eu...

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