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Fecho a porta do carro com força e dou partida nele, no som tocava drivers license e foi inevitável deixar que as lágrimas rolassem pelo meu rosto inteiro.
Eu sei que não fiz a coisa certa, mas infelizmente foi preciso. A vida de duas pessoas importantes para mim estava em jogo, e independe do que eu decidisse, alguém sairia machucado.
Eu conheci o Reggie primeiro, me apaixonei por ele e aceitei seu pedido de namoro. Tivemos momentos muito bons juntos e eu simplesmente não posso jogar tudo isso fora de uma hora para outra.
É claro que se eles não fossem irmãos, minha escolha teria sido completamente diferente. Mas, eu não posso destruir uma família inteira e o amor que eles sentem um pelo outro, seria injusto demais.
Não acho que o que o Vincent sinta por mim, seja amor. Talvez é coisa do momento ou apenas esteja se sentindo carente. Eu poderia até dizer que seria impossível ele estar apaixonado por mim em tão pouco tempo, mas eu estou apaixonada por ele.
Eu só queria ter conhecido ele em outra ocasião, talvez em uma pista de skate ou em algumas dessas reviravoltas que a vida dá.
O caminho até minha casa que geralmente demorava cerca de 45 minutos, consegui fazer em meia hora. Mesmo que eu não goste de ficar sozinha, seria ainda pior ficar naquela casa e vê-lo todos os dias.
Assim que entrei, subi as escadas correndo e me joguei na minha cama. Suspirei fundo quando todas as nossas lembranças nesse quarto vieram à tona. Abracei forte meu travesseiro e o cheiro dele ainda estava lá, nas fronhas, no cobertor, na minha mente e também parecia estar por todo o quarto.
É em momentos como esse que eu sinto uma raiva enorme do destino. Por que caralhos, traçar o caminho de duas pessoas que não podem ficar juntas?
Como depois de tudo isso, algum dia eu vou me casar com o Reggie, construir um lar, ter filhos e vê-los chamando o Vinnie de titio.
Fecho meus olhos que já estão inchados de tanto chorar e acabo adormecendo. Algumas horas depois acordo com o meu celular vibrando e vejo o nome da Cassie na tela, deve ser a vigésima ligação dela.
— Alô? – falo com a voz rouca.
— Quando eu te disse pra fazer a escolha certa, eu estava me referindo ao Vincent e não á porra do Reggie! – ela esbravejou.
— Ele é meu namorado, Cassie. Olha lá o jeito que você fala dele. – digo irritada.
— Eu estou cansada de te dar conselhos e te ver quebrando a cara depois. Eu me importo com você e quero o seu bem.
— Se você quer mesmo o meu bem, vai entender o meu lado e saber que fiz o que deveria ser feito!
— Tudo bem. Só espero que não se arrependa depois e perceba a burrada que fez consigo mesma e tenha que passar o resto da vida com alguém que você não ama de verdade.
— Eu amo o Reggie ...
— Repita isso várias vezes até conseguir se convencer.
[ ... ]
Uma semana se passou desde minha última conversa com o Vinnie, ele não tinha postado mais nada nas suas redes sociais e até parou de fazer live. Eu sentia falta dele, precisava pelo menos vê-lo então resolvi voltar para casa do meu namorado hoje.
Depois de quarenta minutos dirigindo, cheguei lá e toquei a campainha, Maria abriu a porta e me recebeu sorrindo.
— Oi, meu amor. Já estava com saudade! – ela diz me abraçando.
— Eu também! O Reggie não chegou ainda?
— Não. Você quer salada? – pergunta e eu nego com a cabeça me sentando na bancada da cozinha.
— Eu não sei como você consegue gostar tanto de salada. – digo e ela ri.
— Quando eu tinha sua idade também não gostava, mas depois que comecei a trabalhar no plantão como enfermeira, era a coisa mais rápida para comer e poder conchilar alguns minutos depois no tempo que sobrava.
— Isso me fez lembrar do dia em que te conheci, você estava gritando com alguém pelo telefone e quando me viu parada perguntou se eu queria salada. – digo e rimos juntas.
— Eu estava gritando com o Vinnie porque ele tinha feito mais uma tatuagem. Mas, não adiantou nada. Ele fez várias depois disso.
— Eu gosto das tatuagens dele. – falo sem pensar.
— Quero ver você falar isso quando seu filho aparecer com uma aranha tatuada no meio do peito.
— É, talvez você tenha razão. – brinco.
— Você vai ficar aqui hoje, né?
— Vou sim.
— É tão estranho estar sozinha em casa, sem vocês aqui. Esse lugar fica completamente vazio. – ela fala levando o garfo na boca.
— Como assim? – pergunto confusa.
— O Reggie passa o tempo todo no abrigo, você ficou uma semana fora e o Vinnie foi embora.
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