Capítulo 33 - By chance

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"Quando me entrego, me atiro. Mas quando recuo, não volto mais."

Clarice Lispector.

Eu sinceramente penso que colocar cinco alarmes a cada 5 minutos me faria despertar um pouco do sono que tenho habitado em meu corpo. Mas quando olhei para o relógio, ele marcava 06:12 da manhã e dei um pulo tão grande da cama que fiquei tonto por alguns segundos — a famosa pressão que caiu por um impulso que não devia ter tomado. Estou atrasado mais uma vez e, de verdade, não sei como a minha melhor amiga ainda não me matou por sempre chegar em cima da hora.

Peguei a primeira roupa que vi pela frente e então a vesti na maior dificuldade, talvez pelo fato que estava fazendo isso às pressas. Me dei conta de que já estava com a escova de dentes na boca e a outra mão arrumando o cabelo bagunçado. Era melhor eu chegar um pouco rápido se não quiser ter a minha cabeça arrancada fora do meu corpo.

10 minutos.
Estou pronto.

Minha sorte é que moro perto da casa de Aurora, senão, no mínimo, estaria mais fodido ainda. Enquanto andava quase correndo, fiquei olhando as novas postagens da Âmber nas redes sociais — mesmo sendo tão bonita, coloca tanto efeito nas fotos que chega a ser irreconhecível. Não estou dizendo que ela é feia, mas não vejo tanta necessidade em postar isso cheio de coisas sendo que as pessoas já a viram pessoalmente.

Bati de cara no poste.
Shit.

Enquanto xingava em vários palavrões o acontecimento, virei para o lado vendo que já estava em frente à casa de Aurora e a mesma vindo em minha direção com uma expressão de deboche e as mãos na boca segurando a risada. Revirei os olhos e guardei o celular no bolso, ainda sentindo a dor da batida.

— Sabe que horas são? 06:50 da manhã, mocinho!

— Foi mal, perdi a hora enrolando na cama, você me conhece.

No Ritmo da Vida (OBRA EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora