E mais uma vez eu acordei tarde demais por simplesmente ter passado a noite em claro — como se não fosse um costume desde sei lá quantos anos. Por algum motivo, meu quarto já estava praticamente todo arrumado e eu agradeci aos céus por não ter que lidar com tanta sujeira nesse chiqueiro — isso incluí bolinhas de papel, roupas espalhadas por todo o chão, papéis de biscoito e coisas indiscutíveis no momento agora. Na verdade, agora estava me sentindo um verdadeiro desocupado.
Sou tão idiota que me esqueci de mandar mensagem para a minha melhor amiga — que devia estar surtando por ter Ethan doente ao seu lado. Dei um leve soco na minha testa e resmunguei um "merda" bem alto em casa. Bufei e peguei o meu celular jogado na cama arrumada — lençol sujo, mas arrumado.
Eu esperava de verdade, que os dois estivessem bem e que ela não me mate por, de novo, tê-la deixado de lado. Isso não foi proposital, na verdade estou com problemas demais para resolver e nem eu mesmo dou conta. Ou talvez seja só coisa da minha cabeça e tô vendo problema onde não tem. Logo, disquei o número de Aurora.
— Hã, oi...
— Aura, que voz de sono é essa? Já são 14:30.
— Nem me venha com isso, eu precisava dormir — resmungou.
— Ok, campeã, eu só liguei para saber como estão as coisas por aí.
— Ele já foi embora, melhorou. E eu tô descansando um pouco, inclusive, você nem veio me ver, não é?
— Desculpa, tenho sido um péssimo amigo — minha voz ecoou baixo demais, ainda mais por uma tela de telefone. — Você está bem?
— Estou vivendo, é uma definição melhor.
— Tenho certeza que sim — ri. — Aí, devo passar aí mais tarde, vai estar em casa?
— Vou, não pretendo sair.
— Ok, te ligo, então.
— Hm, certo. Até mais.
— Até.
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No Ritmo da Vida (OBRA EM REVISÃO)
Novela Juvenil(+ LIVRO EM REVISÃO) A fase adulta chega para todos. Principalmente quando a saudade da infância bate em momentos aleatórios de um dia qualquer. Fase essa que nossa única preocupação é a hora que os melhores desenhos iriam passar na TV ou quando nos...