Nunca imaginei que minha manhã seria tão turbulenta. Havia colocado meu despertador para tocar em torno de 06:00 da manhã, mas minha cabeça estava tão cansada com os preparativos do acampamento que eu simplesmente desliguei meu celular — onde havia ativado meu despertador — e perdi totalmente a noção da hora, vindo a acordar 07:00 da manhã.
Marquei com os três para que viessem direto para minha casa — especificamente às 09:00 — e assim podíamos ir de carro para o acampamento. Já era 08:00 e pelo menos pronta e arrumada eu estava, ainda mais vindo de tanta rigidez que meus pais me ensinaram.
Peguei a minha mochila e, ao descer para sala, a deixei no grande sofá. Minha casa era enorme, tantos cômodos que simplesmente chegavam a ser até desnecessários. Quando cheguei na sala de café da manhã, sentei-me ao lado do meu pai e soltei um breve sorriso. Minha mãe permanecia ao outro lado da mesa.
— Bom dia, querida. Como dormiu?
— Ótima, pai, obrigada por perguntar.
— Querida, e tem certeza que não está se esquecendo de nada? — minha mãe perguntou. — Repelentes, kit de primeiro socorros, casacos? Está tudo realmente certo?
— Já conferi um milhão de vezes, mãe — revirei os olhos. — Tá tudo certo, já disse.
— E...Ethan vai?
— Claro, pai, por que não iria?
— Eu não gosto desse seu namorado, não me transmite confiança — minha mãe interviu.
Minha relação com ela não era muito boa, não nos dávamos muito bem. Ela nunca fora tão presente na minha vida que nem o meu pai e sua presença era quase irrelevante. Apesar de tudo, ainda tentava a tratar com respeito — até porque é minha mãe —, mas tolerar era a palavra que se encaixa melhor na nossa relação.
— Não tem que gostar dele, mãe. Até porque quem o namora sou eu.
— Âmber Cooper! Mais respeito com a sua mãe, filha.
— Respeito, pai? Ela nem sequer era presente na minha vida, isso pra mim não faz o menor sentido.
— Eu tento me aproximar, você não permite, querida.
— Eu realmente não quero, sinto muito.
— Nadyne, Ethan é um bom rapaz! — falou fisgando uma fruta do prato. — Não teve oportunidade de conhecê-lo direito.
— É, mãe, eu já o trouxe aqui muitas vezes, mas você fica tanto tempo socada dentro de um escritório ou simplesmente na empresa, que nunca o vê por aqui. Realmente não pode julgá-lo.
— Vejo os comentários em suas fotos, Âmber. E são bem maldosos, tais como: "só está com ela por interesse" ou "ele nem gosta dela" ou até uma "vad..."
VOCÊ ESTÁ LENDO
No Ritmo da Vida (OBRA EM REVISÃO)
Teen Fiction(+ LIVRO EM REVISÃO) A fase adulta chega para todos. Principalmente quando a saudade da infância bate em momentos aleatórios de um dia qualquer. Fase essa que nossa única preocupação é a hora que os melhores desenhos iriam passar na TV ou quando nos...