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Adrien bufou, arrumando mais uma vez a gola da jaqueta jeans e afastando alguns fios do cabelo que caíam pelo rosto e obstruíam um pouco sua visão – diferente de Alexandre e Jean, simplesmente não conseguia deixá-los presos, odiava que ficassem caindo em cima dos olhos, e ainda não conseguia a coragem de cortá-los.

Olhou de novo o celular que comprara para a cidade, vendo que era meio-dia e trinta. Suspirou, saindo do quarto. A reunião iria começar à uma da tarde, na casa principal do clã Assaliah, cujos ancestrais tinham vindo de Jerusalém e tinham se mantido neutros na questão de Arely, pelo simples fato da garota não ter sangue judeu – se havia algo a não se duvidar, era de que os Assaliah eram judeus Lycans ortodoxos, com alguns dos melhores Observadores que já tinham existido vindos deles e outros clãs judeus. Alguns Observadores inclusive desconfiavam que a ordem começara com esses clãs.

Estava guardando os celulares no bolso da calça jeans, quando o aparelho mais novo tocou. Olhou a tela, vendo-o marcar que quem ligava era Allan. Franziu as sobrancelhas, atendendo-o.

— Está tudo bem?

Não, não está! Arely sumiu! E se meu pai tentar me convencer que a culpa não é dessa maldita burocracia que te impediu de se aproximar dela, ou que ela não é o que nós dissemos que é, eu juro que dou um jeito de virar Observador pra ele ter de se virar pra encontrar outro Alfa decente!

Adrien estancou no meio da escada, sentindo a raiva borbulhar dentro de si.

Louis conseguira.

De novo.

Inferno, seu irmão gêmeo conseguira de novo! Era tudo o que se passava em sua mente quando socou a parede, abrindo um rombo no local, antes de sair correndo – anotou mentalmente que teria de compensar o dono do local... Nada que Jean não pudesse resolver.

Era bom que todos aqueles malditos líderes de clãs fizessem algo para encontrar Arely; se não o fizessem, bem, cedo ou tarde convocaria todos os Observadores vivos para acabar com aqueles malditos Alfas burocratas e colocar os caras certos no posto, ignorando o que quer que a ordem da linhagem dissesse.

Estava cansado dos idiotas dificultando a tarefa dos Observadores apenas por sentirem seus poderes ameaçados.

Allan praticamente esmurrou a porta do escritório do pai, controlando por pouco sua força para que não derrubasse a mesma – mas não o bastante: uma trinca surgiu na madeira, tão longa quanto seu antebraço. Já bastasse que ele estivesse com raiva, não precisava que o pai também estivesse no mesmo estado.

Alexei abriu a porta, os olhos irritados refletindo o brilho azul dos do filho mais velho, olhando de forma reprovadora para o rapaz à frente. Acostumado, Allan não se deixou intimidar pelo olhar.

— Eu já ia sair para a reunião... – o Alfa começou, mas Allan o cortou – de forma ousada e, até ele admitia, estúpida: ele ainda seu pai e Alfa do clã.

— Ruby acabou de ligar. Arely sumiu. – seu pai piscou, o brilho azulado sumindo, surpreso e sem palavras. – Vocês ficaram tão presos aos seus procedimentos, que Louis e os Bruxos conseguiram capturá-la. Satisfeito? – trincou os dentes, e a fúria do pai se reacendeu, junto do brilho.

— Se eles conseguiram, é porque a segurança que você armou não foi suficiente... – semicerrou os olhos, mas Allan não o deixou terminar.

— Inferno! Quantas vezes vamos ter de dizer que sentimos o cheiro de Jabez e Sabri?! E Ruby disse que sentiu o cheiro do Sandman na casa da Arely! Inferno, pai, admita que nós não fomos mais do que uma pedra no sapato deles! Se eles não quisessem fazer isso sem levantar o alarme imediatamente, para terem mais tempos, bastaria que marchassem até nós e acenassem os dedos para nos matarem! – sua gritaria chamou a atenção de alguns dos primos mais novos e de sua mãe e tia, presentes para ajudarem no plano de Ruby de arrumar uma festa para Arely, acumulando-se no corredor. Os que tinham menos de doze anos e todos que ainda não controlavam bem a transformação tinham ficado de fora de todas as discussões sobre a humana, e agora olhavam com olhos espantados para o próximo Alfa apenas de bermuda, brigando com o pai, o corpo ondulando levemente enquanto tentava se controlar para manter a fera dentro de si. Se transformar numa semana de lua cheia estando tão irritado com certeza provocaria acidentes – principalmente num ambiente fechado.

Arely A Mensageira - The War IOnde histórias criam vida. Descubra agora