• A Mártir e a Carta •

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(Imagine Thomas)
°AVISO°: Não me responsabilizo pelos danos psicológicos causados.

POV 3° Pessoa

Era inútil.
Ela sabia que era.
A pouca consciência que lhe restava, a dizia que não ia adiantar, aquele era o seu fim.

"Aguenta firme", "Só mais um pouco", "Você vai conseguir, eu não vou te deixar", "Vai ficar tudo bem".

Thomas repetia aquelas palavras nos últimos 20 minutos, mas ela não sabia se ele estava tentando convencer à ela ou a si mesmo.

Ela já tinha entendido, ela não era imune como os outros e aceitou seu destino, pois, ouvir ele insistir para ela aguentar, que ainda tinha esperanças, estava a machucando muito.
Thomas era teimoso, ele não tinha o mesmo pensamento que o dela, não queria aceitar o fato de a perder, ele não podia.

Ela o tinha entregue um cordão, com uma mini latinha na ponta, deixando claro que não iria poder dá-lo depois, mas Thomas resistiu, teimou que aquele não era seu fim.
Ela não estava aguentando com seu próprio corpo, Thomas, percebendo isso, tratou de a carregar em seus braços na intenção de tirá-la daquele caos que está a cidade fechada.

S/n suspirava e tremia em seus braços, ela estava cada vez pior, veias escuras por todo rosto e corpo, seus olhos estavam escuros e sua boca tinha manchas pretas do líquido no qual ela se engasgava regularmente.
Aquela imagem estava acabando com ele, ele queria protegê-la de tudo, e sentiu que falhou com a mesma.

— Thomas... – ela sussura fracamente.

Ele a olha e fala novamente para ela aguentar firme, mas a garota não iria conseguir, ela tentou lutar por ele, mas sabia que só estava adiando o inevitável.

— Thomas, não... – ela tenta falar mais uma vez e começa a se mexer em seus braços, na tentativa de sair de perto dele.

A garota já estava começando a surtar, estava a cada segundo mais próxima de se tornar um Crank, ela estava sentindo seu corpo formigar e sua raiva aumentar. Seu cérebro já estava difícil de funcionar, pois estava tomado pelo Fulgor, ela tinha uma mera consciência agora, e o pouco que tinha estava dizendo para sair de perto dele o mais rápido possível, pois não sabia do que seria capaz de fazer nessa situação.

Ele percebe que a mesma estava tentando sair de seu colo, e tenta fazer algo, mas ela o impede.
Seus olhos se arregalam e ela pula para cima do mesmo, grunhindo e gritando.

— S/n! Calma, ei, ei! Sou eu, Thomas! – ele fala enquanto tenta tirar a garota raivosa de cima dele.
Os dois começam a rolar nessa área que mais se parecia com uma estação de metrô, S/n realmente não conseguia prestar atenção, quanto mais identificar onde estavam, tinha poucas luzes vindo de alguns suportes com luminárias.
Ela já está perdendo o controle, não está tendo noção do que faz. Ele finalmente consegue a jogar para o lado, ele tenta não a machucar no processo, e então ela cai de costas, respirando pesadamente como se estivesse cansada.

Ela então parece que volta a realidade — Me desculpa... Me desculpa, Thomas – ela arregala os olhos e fala com dificuldade, seus olhos começam a lacrimejar.

— Tá tudo bem, nós vamos sair dessa, okay? Você tem que ser forte, eu sei que você consegue, você é a pessoa mais forte que conheço – ele diz, pairando em cima dela, levando a mão para seu rosto molhado.

Ela suspira e balança a cabeça em negação, mas não tem forças para dizer mais nada, não quer decepcioná-lo com a real situação.

Thomas se levanta e vira de costas para a garota, não querendo chorar na sua frente, ele não quer se mostrar vulnerável e com medo para ela, pois achava que isso iria deixá-la mais conformada com o futuro que os espera. Ele queria se mostrar forte.
De repente, uma voz soa por toda a cidade, chamando Thomas, era a voz de Teresa, ela estava dizendo alguma coisa a ele, mas S/n não consegue compreender.
O garoto olha para as luzes fracas que os cercam, olha ao redor e tenta pensar em alguma ideia, pensa no que ele faz agora, se ele vai até os outros naquela espécie de avião em busca daquele soro que deram para Brenda, ou se a leva até Teresa. Minho e Gally já estavam na missão de pegar o soro, mas ele não podia mais esperar.
Ele olha para a cidade em chamas, ouve os gritos das pessoas do outro lado do muro, os sons de tiros sendo disparados.
Thomas suspira e passa a mão pelo rosto frustrado, ele não quer perdê-la, não quer perder a garota que ama, e continua colocando em sua cabeça de que não vai.
Ele vira sua cabeça para ver o corpo frágil da garota e então se vira novamente, lembrando de tudo o que os dois já passaram até aqui.

IMAGINES // Dylan O'Brien Onde histórias criam vida. Descubra agora